terça-feira, 12 de junho de 2018

Os impasses de nossas elites

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A democracia é o sistema político que tem nas eleições a forma de legitimar os governantes. Hoje, depois de muitas lutas, da conquista do direito de voto para as mulheres (1932), da conquista do voto para os analfabetos (1985), da extensão do voto facultativo para maiores de 16 anos (1988), o voto é universal. Todos os cidadãos e cidadãs brasileiras têm o direito a votar e escolher seus representantes e o programa de governo que defendem.

Eleições e a disputa da classe média

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Uma das maiores derrotas políticas do PT nos últimos anos foi a alienação da classe média, causada por inúmeros fatores que não nos cabe analisar aqui.

Nem sempre foi assim: o PT nasceu e ganhou o poder político com forte apoio da classe média. A falta de comunicação e a despolitização do país fizeram PT e classe média se afastarem um do outro.

Afastaram-se tanto que tornaram-se inimigos. A classe média liderou as “jornadas de junho” de 2013 e, mais tarde, as marchas do impeachment.

A classe média brasileira caminhou tanto para a direita que hoje uma parcela importante dela se identifica com Bolsonaro.

Os dois gols contra da Argentina

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

É irremediável. Na política, quando se está em baixa tudo dá errado. Mauricio Macri sabe disso. No último mês teve que enfrentar o fracasso inflacionário e a fuga de dólares, usando o pretexto de que se tratava de um desastre econômico mundial. Apelou ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Então seus funcionários apresentaram o acordo como se já estivesse fechado, coisa que ainda não está confirmado. Quis transformar a derrota legislativa do aumento nas tarifas num suposto triunfo do veto, como se vetar fosse uma vitória. E também se viu forçado a fingir que ninguém viu outro de seus escorregões: a partida da Seleção Argentina em Jerusalém, que deveria ter acontecido no sábado (9/6), também era uma aposta política do seu governo. Uma aposta que ele perdeu.

A falsa solução para o preço do combustível

Por Emilio Chernavsky, no site Brasil Debate:

A política de preços de derivados de petróleo adotada pela Petrobras desde outubro de 2016 atrelou esses preços às cotações em dólar nos mercados internacionais. Ao fazer isso, a empresa abdicou de sua posição dominante e passou a se comportar como se fosse apenas mais um agente em um mercado competitivo. Os resultados dessa decisão que não tem nada de natural e faz parte de um projeto deliberado de transformação do setor no país foram brutalmente questionados pela recente greve dos caminhoneiros que mostrou, não como pretende o presidente da Câmara de Deputados Rodrigo Maia, que o ‘monopólio da Petrobras não serviu de nada’ [1], mas, ao contrário, que é o funcionamento desregulado de um mercado de derivados competitivo que a empresa tentou replicar que aparentemente não serviu.

Futebol: o Brasil ainda é bom nisso?

Por Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo:

O interesse pela Copa do Mundo e pelo próprio futebol está baixando no Brasil. Segundo uma pesquisa publicada na Folha de São Paulo, 36% dos brasileiros não estão nem aí pra Copa, não têm nenhum interesse por ela. Só 23% têm grande interesse.

Um motivo, eu acredito, é que a seleção brasileira, há anos, não representa bem o Brasil. Quantos dos selecionados jogam em times brasileiros? Só três, e pelo que noticiam vão como reservas. Dos titulares, alguém já viu esses jogadores atuando?

Os “mercados” e a política

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Em 1936 Franklin D. Roosevelt discursou sobre as ameaças da oligarquia financeira para a sociedade: “Era natural e talvez humano que os príncipes privilegiados dessa nova dinastia econômica, sedentos por poder, tentem alcançar o controle do próprio governo. Eles criaram um novo despotismo e o embrulharam nos vestidos de sanções legais. Em seu serviço, novos mercenários procuraram arregimentar o povo, seu trabalho e sua propriedade”.

Brasil que vai às urnas é um país dividido

Por Marcio Pochmann, na Revista do Brasil:

Neste ano, o Brasil realizará a oitava eleição presidencial que tende a ser a mais importante para o futuro do país de todas as realizadas desde a retomada do regime democrático na segunda metade da década de 1980. Tal como na eleição presidencial de 1930, quando a nação se dividiu em dois polos distintos, a de 2018 também aponta para a necessidade de profundas mudanças de rota política, econômica e social.

Desastre Temer tem pai e mãe: PSDB e Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem, reproduzi aqui uma nota de Lauro Jardim, em O Globo, sobre os altíssimos índices de apoio dado a Michel Temer pelos partidos de Geraldo Alckmin e de Jair Bolsonaro – se é que merecem este nome os arranjos montados para servir de formalidade legal ao ex-capitão – chamando a atenção para as “saias-justas” que lhes virão com o início dos debates e propagandas eleitorais.

Libertem Lula e deixem o país em paz!

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Libertem Lula e deixem o país em paz! A miséria política, jurídica e moral – para não falar na miséria econômica – na qual o bloco liberal-rentista jogou o nosso país, terá consequências dramáticas, para as novas gerações de brasileiros. Ao embarcar na canoa furada do neoliberalismo, pela qual bastaria reduzir o “tamanho” do estado, cortar os subsídios para o desenvolvimento, ajustar o orçamento sonegando recursos para saúde-educação-segurança, privatizar bens públicos e falsificar o combate à corrupção -ao embarcar nesta canoa – os setores (majoritários) das classes dominantes brasileiras lideraram um vasto movimento político baseado em ilusões. E na natureza, onde os mais fortes no mercado sobreviveriam como “espécies” naturais superiores.

Moro vai investigar imóvel ligado a FHC?

Captura de vídeo
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

As manifestações de Sergio Moro no depoimento de Fernando Morais deram a medida da regressão cultural do Brasil depois que o juiz de primeira instância foi alçado à condição de estrela do noticiário brasileiro.

“O processo não deve ser utilizado para esse tipo de propaganda”, disse Moro, depois que Fernando Morais, relatando sua experiência de biógrafo de Lula, disse o que ouviu do roqueiro Bono Vox, que comparou o ex-presidente a Nelson Mandela.