terça-feira, 16 de julho de 2024

Uma crise fabricada contra Lula

Charge: Aroeira/247
Por Paulo Nogueira Batista Jr.


O que provocou a turbulência no mercado financeiro e na mídia nas semanas recentes? Criou-se uma sensação de “crise”. Os desavisados devem ter pensado que estávamos ou estamos à beira de um abismo. A onda especulativa já arrefeceu, mas vale a pena discutir o que a desencadeou.

Afinal, houve motivos para tal nervosismo nos mercados cambial e financeiro, em especial para a alta do dólar? Creio que sim. Não foram, porém, primordialmente econômicos – e sim políticos. Os resultados econômicos e sociais do governo Lula estão entre bons e razoáveis. Veja-se, por exemplo, o crescimento do PIB, a inflação, o mercado de trabalho, os indicadores de pobreza, o balanço de pagamentos. Quanto ao propalado “risco fiscal”, as informações disponíveis não sugerem de forma alguma que o Brasil venha caminhando para um colapso das contas governamentais. Aliás, as expectativas de mercado em relação ao déficit público (primário e total), assim como em relação aos demais indicadores macroeconômicos, praticamente não se mexeram no passado recente.

Trump, como Bolsonaro, cavalga o vitimismo

O candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA,
Donald Trump, cercado por agentes do Serviço Secreto,
em 13 de julho de 2024. Foto: 
Evan Vucci/AP
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Donald Trump sempre explorou o papel de vítima do “sistema”, como aliás todos os seus pares da extrema direita. “Estão atrás de mim para chegarem depois a vocês”, dizia ele recentemente num comício.

Agora, como vítima real do ainda nebuloso atentado na Pensilvânia, Trump fará o resto da campanha explorando a imagem que inundou imediatamente as redes sociais: ele com o rosto ensanguentado, punho erguido, bandeira americana no alto. O herói americano que, após ser ferido, promete aos apoiadores: “eu nunca me renderei”.

Os gestos de Joe Biden serão todos inúteis. A direita trumpista começou imediatamente a apontá-lo como algoz e bradará isso na convenção republicana desta segunda-feira.

Globo nos braços da extrema direita moderada

Por Moisés Mendes, em seu blog:


Um ano e meio depois do golpe dos manés abandonados por Bolsonaro e pelos generais, há cenários e personagens com papéis definidos. O cenário principal é este: Bolsonaro está morto e cercado de carpideiras.

Quem está ao redor pode chorar, pode fingir que chora ou pode, por um empurrão de quem está atrás, cair dentro do caixão em cima do morto. É preciso abrir espaço para o que vem a seguir.

E Folha, Globo, Estadão, Faria Lima, grileiros, garimpeiros, militares e milicianos sabem o que vem aí. É o fascismo moderado. Vem o herdeiro do morto, que fica em volta da cova, não tão longe para que pareça desprezo, nem tão perto que corra o risco de cair no buraco.

Só o diabo não quer que você raciocine

Charge: Latuff
Por Jair de Souza

Há muito tempo os seres humanos vêm se debatendo sobre a questão da existência ou não existência de um ser supremo espiritual, que seria o criador e regente do Universo e de tudo e todos nele inseridos. De minha parte, considero que, independentemente de ter ou não crença religiosa, o que de fato tem relevância são os propósitos e as ações com os quais as pessoas atuam em suas vidas.

O que me impulsa a ter o pensamento que acabei de expressar é a convicção de que Deus, para os que creem que ele de fato existe, deve necessariamente significar uma força (física, espiritual, mental, etc.) inteiramente comprometida com a prática e a busca do bem, da justiça, do amor e da solidariedade entre todos, sem discriminações. Portanto, seria totalmente inconcebível que Deus servisse de inspiração para a prática de maldades, como o racismo, o egoísmo, a opressão dos mais humildes e a priorização dos ricos e poderosos, em detrimento dos pobres e necessitados. Se permanecermos abordando o tema em termos de religião, a figura central que poderíamos associar a estas qualidades negativas é a do diabo.