sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A nova direita e a batalha ideológica

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Panorama completo dos aparelhos organizativos das classes dominantes no Brasil da década de 1980 até os dias atuais, o livro A nova direita - Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (Expressão Popular), de autoria do professor Flávio Casimiro, será lançado na quarta-feira, 28 de novembro, em São Paulo. A atividade tem início às 19h30 e ocorre no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, sala 83, próximo ao metrô República).

O silêncio do STF diante do bolsonarismo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Há algo de podre no silêncio do STF diante da quantidade colossal de barbaridades perpetradas por Bolsonaro e companhia.

Onde estão Gilmar Mendes e suas diatribes? Segundo Gilmar, o PT tinha um ‘plano perfeito’ para se ‘eternizar’ no poder. Deu no que deu.

Cinco ministros anunciados são ou foram alvos de investigação: Onyx Lorenzoni, Luiz Henrique Mandetta, Tereza Cristina, Paulo Guedes, Marcos Pontes.

Cadê Luiz Fux, que repetiu sem parar que Lula era um “candidato condenado em segunda instancia inelegível”?

O PFL no poder

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O nome atual é Democratas, apelido DEM, mas o partido que se torna agora sócio majoritário de Bolsonaro no poder – noves fora o PSL, por enquanto um ajuntamento – foi o velho PFL, a dissidência do PDS, partido da ditadura, que caiu fora quando o regime perdeu os dentes, juntando-se ao PMDB para eleger Tancredo.

Faz todo sentido o reencontro num governo que, chefiado por um civil eleito, tem forte prevalência militar.

Esquartejar Caixa vai levar Brasil ao caos

Charge: Marcio Baraldi
Por Cláudia Motta, na Rede Brasil Atual:

Em dezembro de 2014 a Caixa Econômica Federal tinha 101.484 empregados para atender 78 milhões de clientes. Hoje são 86.427 e esse número deve cair para menos de 85 mil bancários para cuidar de 102,6 milhões de contas.

Isso porque o banco público, responsável pela gestão do FGTS e de programas sociais como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), anunciou mais um programa de desligamento de empregados (PDE) com o objetivo de cortar 1.626 postos de trabalho. Segundo comunicado da Caixa, a adesão dos bancários interessados deverá ocorrer entre 26 e 30 de novembro.

Vem aí a Internacional Progressista

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O avanço da extrema-direita e de líderes autoritários pelo mundo, cujo símbolo maior é o norte-americano Donald Trump, tem feito a festa da turma do 1% mais rico, enquanto os trabalhadores enfrentam condições de vida cada vez difíceis.

Essa é a visão dos idealizadores de uma frente progressista internacional a ser lançada nos próximos dias com a provável presença do petista Fernando Haddad.

Por trás da iniciativa estão o senador dos EUA Bernie Sanders, um autodeclarado socialista ainda ativo em seus 77 anos, e o economista grego Yanis Varoufakis, ministro da Fazenda do governo de esquerda de seu país em 2015 que em vão lutou contra a ortodoxia econômica europeia.

O pseudodilema obtuso na política externa

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

E continua, impávido anão, o FEBEAPÁ sobre política externa no país.

Não bastassem as trapalhadas sem fim da armada Bolsoleone e de seu chanceler inquisidor, agora surge na imprensa, aqui e acolá, a percuciente “tese” de que o Brasil “terá” necessariamente de escolher entre alinhar-se à China ou aos EUA, em sua política externa.

De onde surgiu essa “coisa”, não sei. Só sei que se trata de um pseudodilema de evidente obtusidade.

Lava-Jato abre novas frentes contra o PT

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Fiquem atentos para a série de ações desencadeadas nos últimos dias.

1) Lava Jato tornou Fernando Haddad réu por corrupção (ver documento aqui).

2) Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras, acusado pela Lava Jato de ser o responsável pela entrega de propinas ao PT, recebe nova condenação da juíza Gabriela Hardt (documento aqui). O fato produz série de matérias na grande imprensa associando o PT à corrupção.

Dependência nossa, imperialismo deles

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Neste Dia da Consciência Negra (20 de novembro) quero fazer minha homenagem aos negros brasileiros apresentando minha visão do imperialismo moderno, que se realiza através de sansões econômicas e hegemonia ideológica – com a conivência de nossas elites periféricas dependentes. Minha visão da dominação moderna, neoliberal, que tem como principais prejudicados no Brasil seu povo negro.

O imperialismo moderno – dos países ricos ou industriais – sobre os demais países ou sociedades pré-capitalistas passou por fases desde que foi inaugurado pelo Reino Unido e pela França em meados do século XIX. Só então, depois de haverem realizado sua revolução industrial e capitalista, esses países tiveram forças suficientes para dominar os impérios tradicionais da Ásia e da África e reduzi-las à condição de colônia, na Índia, por exemplo, ou de quase-colônia, na China. Antes disso, no século XVI, Espanha e Portugal, no quadro do mercantilismo, precisaram de menor poderio econômico e militar para conquistar as sociedades primitivas ou pouco desenvolvidas da América Latina.

A legitimação da cultura da violência

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A campanha eleitoral de Jair Bolsonaro para a presidência de República se caracterizou pela pregação de muito ódio, exaltação da violência a ponto de ter como herói um dos mais perversos torturadores, Brilhante Ustra e admirar a figura de Hitler. Fez ameaças aos opositores que não teriam outra alternativa senão a prisão ou o exílio. Pregou ódio a homoafetivos, aos negros e negras e aos indígenas. O Movimento dos Sem Terra e dos Sem Teto seriam considerados terroristas e como tal tratados. Os quilombolas nem serviriam para reprodução. Foram ofensas sobre ofensas a vários grupos de pessoas e minorias políticas. Talvez a maior desumanidade mostrou quando disse às mães chorosas que procuravam corpos e ossos de seus entes queridos desaparecidos pela repressão por parte dos órgãos de controle e repressão da ditadura militar: “quem procura ossos são os cães”, Bolsonaro disse.

Toffoli e a tutela militar

Por Jeferson Miola, em seu blog:                     

Quando foi anunciado como Ministro da Defesa por Bolsonaro em 13/11/2018, o general Fernando Azevedo e Silva exercia o cargo de Assessor Especial, nível CJ-3, no gabinete do presidente do STF, Dias Toffoli [Portaria de nomeação nº 265, de 27/9/2018].

Não é o caso de se questionar as habilidades, o caráter ou os atributos profissionais do ex-Chefe do Estado-Maior do Exército; mas sim de se interrogar sobre a presença, no mínimo insólita, de um general do Exército como Assessor Especial da presidência da Suprema Corte – fato, aliás, sem precedentes nem mesmo nos períodos ditatoriais.

Lula, Dilma e a hora dos covardes

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O sr. Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público e tornou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff réus por “por suposta organização criminosa envolvendo integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores”.

Os fundamentos, claro, são apenas as “delações premiadas” de políticos e empresários que negociaram suas próprias impunidades.

Provas, ao que se saiba, nenhuma.

O alinhamento de Bolsonaro com Trump

Por Carolina Milhorance, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O presidente eleito Jair Bolsonaro tem mostrado sinais de que pretende alinhar a política externa de seu governo com a de Donald Trump. As decisões mais polêmicas do presidente norte-americano parecem seduzir seu homônimo brasileiro, que ironicamente afirma ser orientado por um posicionamento menos ideológico do que o de seus antecessores do PT. Assim como Trump, Bolsonaro já manifestava durante sua campanha política uma forte desaprovação das relações com a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Tais declarações já resultaram em uma advertência pública de Pequim, que sugeriu por meio de um editorial não haver razão para que o Trump Tropical alterasse as relações com a China. Após as eleições, Bolsonaro e sua equipe afirmaram que a América Latina não seria uma prioridade em seu governo, contradizendo um histórico de relações políticas e econômicas importantes. Além disso, eles confirmaram seus planos em transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em claro apoio a Israel, copiando decisão anterior de Donald Trump e se contrapondo às relações comerciais com países árabes que foram cultivadas principalmente nos governos do PT.

Contra criminalização de movimentos sociais

Do site de Jandira Feghali:

Desde que se elegeu presidente da República, Jair Bolsonaro vem suscitando a retomada de propostas antidemocráticas no Parlamento. Crítico voraz das ações de movimentos de luta pela terra, como o MST, ou por moradia, como o MTST, Bolsonaro vem defendendo a criminalização das ocupações feitas, sobretudo, por esses grupos.

Durante campanha, o presidente eleito chegou a afirmar que esses movimentos são compostos por “marginais que devem ser tratados como terroristas”. A ideia de Bolsonaro tem reverberado no Congresso e uma mudança na Lei Antiterrorismo voltou a ganhar destaque. A proposta (PLS 272/16), relatada por Magno Malta (PR-ES), aliado de Bolsonaro, voltou à pauta da CCJ do Senado e reacendeu um alerta nos movimentos sociais e em parlamentares progressistas.

A nova cara da ditadura brasileira

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Do golpe continuado (fato objetivo à espera dos cientistas políticos) caminhamos para a ditadura de novo tipo, aquela que, para exercer-se, não carece de um novo direito. Impera com o direito que encontra. Este, no entanto, torna-se maleável, à mercê da interpretação política do poder judiciário, sempre atento aos humores do Príncipe que tanto pode ser o presidente da República, quanto um general de quatro estrelas, ou, mais modernamente, o invisível, onisciente, onipotente, onipresente ‘Mercado’.

Ontem como hoje, aqui e em toda a parte.