quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A tentativa de sequestro do governo do RN

Por Renato Rovai, em seu blog:

Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, foi a única governadora eleita pelo PT em 2018. Todos os outros vitoriosos da sigla foram reeleitos, Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piaui). Para atingir este objetivo, a futura governadora teve de superar uma campanha duríssima em que derrotou todas as oligarquias locais (Maia, Alves, Ciarlini e Faria – do atual governador Robison Faria) que se juntaram contra ela.

No segundo turno, seu adversário foi Carlos Eduardo Alves, o Cadoca, que renunciou a prefeitura de Natal para enfrentá-la. Sobrinho do ex-governador e ex-ministro Aluísio Alves e primo do ex-governador Garibaldi Alves, que se candidatou ao Senado e teve apenas 13% dos votos.

Salve-se quem puder

Por Marcelo Zero

Confesso que tenho tido dificuldades em escrever sobre a armada Bolsoleone que tomou de assalto o Brasil.

Não por falta de assunto, mas pelo oposto.

O festival generoso de estultice, ignorância, amadorismo, desorganização, fanatismo e caos da armada do capitão dificulta a escolha de um só tema.

A sensação é de um inevitável naufrágio, de um apocalipse não apenas econômico, social e político, mas sobretudo civilizatório.

A farsa do Queiroz continua

Por Jeferson Miola, em seu blog:   

Queiroz continua sumido, para decepção nacional.

Ele apenas saiu momentaneamente de algum esconderijo onde está sendo guardado a 7 chaves para conceder 1 entrevista arranjada, sob medida, para a emissora SBT que, tudo indica, habilita-se a forte candidata a voz oficial do regime nazi-bolsonarista [ver aqui].

É descabido, tecnicamente falando, chamar de entrevista a performance ensaiada do Queiroz no SBT com exclusividade, sem submeter-se ao escrutínio de toda a imprensa.

Jurisprudência para Lula: preso ou preso

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao negar autorização para Lula comparecer ao velório e sepultamento do amigo Sigmaringa Seixas, o juiz plantonista Vicente de Paula Ataíde confirmou que está se formando uma estranha jurisprudência em torno da liberdade do ex-presidente.

Quando uma sentença determina a permanência de Lula na prisão, deve ser cumprida sem debate nem maiores questionamentos. Quando a decisão ordena que seja colocado em liberdade, quem sabe por poucos dias, ou mesmo por algumas horas, dá-se um jeito de impedir que saia do papel, ainda que tenha origem em instâncias mais elevadas do Judiciário.

As duas últimas tacadas de Temer

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na última semana de governo, o grupo de Temer emplaca duas jogadas tentadas há anos por lobbies poderosos.

A primeira, a de permitir até 100% de capital externo na aviação comercial. A medida foi criticada pelo proprietário de Azul que informou que em qualquer país o processo de abertura é gradativo e sujeito a reciprocidades.

Na delação de Lúcio Funaro ficava claro que, desde os tempos de Temer vice-presidente e organizador da caixinha do PMDB, já estava na mesa um lance de R$ 20 milhões pela aprovação da medida.

Bolsonaro, Trump e os falsos idiotas

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

Há muito tempo, leitor, não trato de um tema que me era caro outrora: a ascensão fulminante e irresistível do idiota. E, no entanto, hoje mais do que nunca vivemos as consequências desse fenômeno arrasador – não só no Brasil, mas em grande parte do mundo.

Tudo começou no século XX. O primeiro a diagnosticar o fenômeno foi, salvo engano, o filósofo espanhol Ortega y Gasset. A sua obra A Rebelião das Massas marcou época. Décadas depois, Nelson Rodrigues retomou o tema com mais verve e mais graça. Os idiotas sempre existiram - e em grande número.

A água e o complexo de vira-lata

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

Mal encerramos o período festivo do final de dezembro e o capitão nos brinda com mais uma de suas trapalhadas. Bem ao seu estilo de se apresentar com propostas supostamente inovadoras na forma e no estilo, ele vem a público falar de algo que não conhece ou a respeito do qual está sendo muito mal assessorado. Como aconteceu em uma série de oportunidades anteriores, mais uma vez ele poderia ter ficado bem caladinho. O País agradeceria, emocionado.

A venda da Abril e o domínio dos bancos

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Quase tudo que se consome de informação nesse país, algo como 70%, pertence a seis famílias: Marinho (Organizações Globo), Frias (Folha de S. Paulo, UOL), Mesquita (O Estado de S. Paulo), Saad (Bandeirantes), Abravanel (SBT) e Civita (Abril).

Os Civitas, porém, foram engolidos por uma dívida de R$ 1,6 bilhão, e a Abril entrou com pedido de recuperação judicial em agosto. Quase toda essa dívida, mais de R$ 1 bilhão, era com, voilá!, os bancos.

Quem deve R$ 1 bilhão aos bancos, já pertence de corpo e alma a eles. Nesta quinta, porém, fomos informados que a família Civita vendeu 100% da empresa para o investidor Fábio Carvalho.