terça-feira, 21 de julho de 2015

As contas de Dilma e as pedaladas do TCU

Por Altamiro Borges

Os golpistas estão novamente excitados. Termina nesta quarta-feira (22) o prazo fixado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o governo Dilma prestar esclarecimentos sobre os seus gastos em 2014. Num fato inédito, o TCU pediu diretamente à presidenta as explicações sobre 13 pontos – até no número das exigências o órgão deixou explícita a sua provocação. Os dois principais questionamentos se referem ao aumento dos gastos federais durante ano eleitoral e às chamadas “pedaladas fiscais” – os atrasos nos pagamentos feitos para equilibrar o caixa da União. Os golpistas aguardam ansiosamente que o TCU rejeite as contas do governo, o que caracterizaria desrespeito à Lei da Responsabilidade Fiscal e resultaria na abertura do processo de impeachment da presidenta.

Lava-Jato e empreiteiros. É para valer?

Por Altamiro Borges

Os jornalões desta terça-feira (21) dão grande destaque para a decisão inédita da Justiça Federal, que pela primeira vez condenou poderosos empreiteiros. A antiga cúpula da construtora Camargo Corrêa, acusada de pagar R$ 50 milhões em propina por contratos na Petrobras, foi considerada culpada na primeira instância pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A decisão penaliza Dalton Avancini, ex-presidente da empresa, Eduardo Leite, ex-vice-presidente, e João Auler, ex-presidente do conselho. Eles são acusados de irregularidades em obras da Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná, e da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Dos três executivos condenados, dois fizeram acordo de delação premiada (Avancini e Leite) e tiveram abatimento de pena. Por decisão do juiz Sergio Moro, eles deverão ficar em prisão domiciliar até março de 2016 e, depois, terão mais dois anos no regime semiaberto.

Para entender o atual jogo político

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Poucas vezes a política mostrou-se tão adequada à definição do sábio Magalhães Pinto, que a comparava às nuvens do céu: agora estão de um jeito, daqui a pouco de outro.

Há dois tempos em jogo: o atual e o das eleições de 2018. Para 2018 habilitam-se os que têm votos; para 2015, os que têm poder. É a partir dessa dicotomia que se torna mais fácil entender os últimos lances políticos.

A mídia e a cultura do silêncio


Por Emiliano José

Venício Lima é desses intelectuais raros. Não só pela erudição, como e principalmente, pelo seu compromisso com as classes trabalhadoras, com a democracia, com a liberdade. Com propriedade, pode ser qualificado, à Gramsci, de intelectual orgânico. Seu mais recente livro – Cultura do silêncio e democracia no Brasil: ensaios em defesa da liberdade de expressão [1980-2015] – é uma expressão disso. Ao selecionar textos básicos de sua produção entre 1980 e 2015, evidencia o quanto seu pensamento contribuiu para a luta democrática no Brasil e o quanto suas formulações têm lado.

Euro, austeridade e decadência europeia

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

O momento de virada da Europa para sua rota de decadência pode ser localizada na impotência em impedir o surgimento do nazismo e do fascismo no seu seio e na incapacidade para derrotá-los. Teve de contar com a intervenção dos Estados Unidos e da União Soviética, o que consolidou seu processo de decadência, iniciada realmente com o fim da longa hegemonia britânica e na superação da Alemanha pelos Estados Unidos na disputa do lugar deixado vazio pela Grã-Bretanha.

O Globo e a arte da calúnia

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

A mídia hegemônica brasileira, sistema Globo à frente, prossegue a sua cantilena udenista, cujo enredo simplista engana muita gente.

Este enredo tem como base a seguinte fábula: acabou a impunidade no Brasil e em pouco tempo o PT e o Lula, que inventaram a corrupção, serão criminalizados. Segue trecho de um colunista amestrado do segundo escalão do jornal O Globo, na edição desta segunda-feira (20): “Os donos do poder não estão mais acima das leis. A transparência de uma sociedade aberta assusta mentes retrógradas que se habituaram à subserviência e à impunidade (...) Barbosa e Moro decretam o fim da impunidade para os donos do poder”.

Desespero de Cunha só apressa seu destino

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O poder de um presidente da Câmara é grande, mas depende, essencialmente, de ter comando sobre a maioria da Casa.

Se ele define o que se vota, isso vale pouco se o voto dos parlamentares não acompanhar os seus desejos.

E, tirando os que vivem dos frutos eleitorais de um radicalismo provocador – os Felicianos, os Bolsonaros e congêneres – , não parece bom negócio ficar perto de Eduardo Cunha.

O mato sem cachorro no Congresso

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Diante das perspectivas no Congresso Nacional, só nos resta ecoar as palavras que Dante pendurou na porta do Inferno:

"Ó vós que entrais, deixai qualquer esperança!"

Minha oposição ao Cunha não é por delação em Lava Jato, a qual precisa ser provada, pois apesar de Cunha ser o que é, não podemos deixar que a política brasileira fique em mãos da ditadura midiático-judicial.

Cinco mentiras de 'O Globo' sobre Lula

Da revista Fórum:

Ao longo deste ano, quase que mensalmente, o Instituto Lula foi a público para explicar ou desmentir reportagens do jornal O Globo sobre o ex-presidente. Em sete meses, foram ao menos cinco matérias que falavam sobre fatos inexistentes, situações ou declarações não confirmadas.

O Instituto, então, listou as cinco vezes em que, somente neste ano, a publicação trouxe alguma informação falsa sobre Lula. Entre as matérias estão desde o ‘mico’ que o jornal pagou quando informou que o ex-presidente teria “confessado” a Mujica que sabia do “mensalão” ou ainda a reportagem sobre a “reunião secreta” em Portugal.

Apuros de Cunha reabrem jogo para Dilma

Por Breno Altman, em seu blog:

As severas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados talvez sejam a única boa notícia para o petismo nos últimos seis meses.

Encurralado pela ofensiva conservadora, assistindo impavidamente a dissolução de sua base social, o Palácio do Planalto vinha sendo feito de gato e sapato por Eduardo Cunha.

Forjou-se, ao redor do parlamentar fluminense, uma nova coalizão, de centro-direita, que dirigiu a vida política no primeiro semestre e fragilizou as condições de governabilidade da presidente Dilma Rousseff, estabelecendo uma espécie de aleijão parlamentarista.

Refugiados, desconhecido drama global

Por Raissa Leite Zoccal, no site Outras Palavras:

O fenômeno das migrações forçadas sempre esteve presente na história mundial, quer oriundo de desequilíbrios sociais e econômicos, como fome e calamidade natural, quer ocasionado por guerras e opressões. Na maioria das vezes, indivíduos nessas circunstâncias são obrigados a deixar o próprio país para buscar proteção em território estrangeiro, e frequentemente, para salvar a própria vida. O direito internacional contempla uma categoria específica de migrante forçado, o refugiado, que deve conter elementos conceituais bem determinados.