quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Bolsonaro, Lula e o ritual da "Justiça"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Pouco importa o que Lula vá responder à juíza e aos procuradores no interrogatório a que será submetido na tarde desta quarta-feira em Curitiba.

A sua nova condenação no caso do sítio de Atibaia já está decretada há muito tempo, bem antes de Sergio Moro se tornar ministro de Jair Bolsonaro.

A Justiça apenas cumpre mais um ritual da Operação Lava Jato, criada exatamente para tirar Lula da vida política brasileira, de preferência para sempre, como já anunciou o presidente eleito.

O recado que vem do Nordeste

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Passados alguns dias da confirmação da vitória de Bolsonaro para a presidência, a sensação é que a poeira começa a baixar e agora temos a possibilidade de entender os aspectos que permitiram a vitória de um candidato de extrema-direita nestas eleições.

De toda forma, não dá para escapar do resultado final e do sentimento de derrota que nos abateu. São muitos e incômodos os motivos que nos levaram a este sentimento após o dia 28. Mas, certamente, o incômodo maior reside na percepção do quão retrógrada e prejudicial ao seu povo é a agenda que o próximo governo tentará colocar em prática em nosso país. Autoritarismo político associado a uma agenda ultra-neoliberal de ataques aos direitos sociais.

Herói do financismo. Sombra de Paulo Guedes

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A divulgação do nome de Joaquim Levy para ocupar a presidência do BNDES pode ter sido mais uma importante decisão de Bolsonaro na composição do mosaico de seus mais estreitos colaboradores. Apesar de toda a bateção de cabeça que tem caracterizado as primeiras semanas posteriores à conformação da vitória eleitoral, o fato é que não se deve menosprezar a capacidade de articulação política do capitão.

A errância preocupante de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na terceira semana como presidente eleito, Jair Bolsonaro continua emitindo dois tipos de sinais preocupantes.

O primeiro diz respeito aos avanços e recuos em decisões sobre a montagem do futuro governo, despertando o receio de que não apenas agora, antes da posse, seu estilo decisório seja errático.

O segundo continua sendo sobre a capacidade operacional de seu governo na política, na construção da agenda e da maioria parlamentar. Ontem, a oposição barrou a Medida Provisória 844, marco para a privatização do saneamento, que devia ter despertado o interesse do futuro governo tão privatista.

A importância do diálogo na política externa

O chanceler bolsominion do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vou deixar por conta da insuspeita Míriam Leitão descrever quem é o chanceler escolhido por Bolsonaro – neste caso, se me permitem o palpite, por Eduardo Bolsonaro, mais que por Jair – para chefiar o Itamaraty:

O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nunca chefiou uma missão diplomática. Ele só este ano chegou ao posto máximo da carreira. Mas desde o primeiro turno tem enviado sistematicamente textos sobre política externa para a equipe de Jair Bolsonaro, e acabou ficando com o posto.

Governo Bolsonaro não tem plano econômico

Charge: Rodrigo de Matos/Portugal
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Para Miriam Belchior, ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), é um contrassenso a ideia de fusão ou "parceria" entre o Banco do Brasil, o maior banco brasileiro, com o Bank of America. A ideia se tornou pública na quarta-feira (7), por meio de Paulo Guedes futuro 'superministro' da Economia do governo de Jair Bolsonaro. "Não consigo entender. Todo mundo diz que é necessário ampliar a concorrência bancária do Brasil, porque quatro bancos concentram 80% do crédito", diz a ex-ministra.

As eleições e a política da trapaça

Charge: Stephff/Tailândia
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A eleição de Jair Bolsonaro está envolta em suspeitas e dúvidas. Elas precisam ser esclarecidas o quanto antes. Não se trata de iniciar o “terceiro turno” da eleição, por inconformismo com o resultado. Vimos, em 2014, o grave dano causado pelo gesto de Aécio Neves, que resolveu questionar uma eleição normal, sem sinal de interferências que pudessem haver distorcido a vontade do eleitorado.

A destruição do "Mais Médicos"

Foto: Araquém Alcântara
Por Dilma Rousseff, em seu site:

O fim do Convênio entre o governo de Cuba e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), sob o qual era garantida a participação dos médicos cubanos no “Programa Mais Médicos”, deve-se a declarações intempestivas do presidente eleito Jair Bolsonaro, que ignora a dimensão diplomática que cerca a relação entre países. Em especial, ofende a exigência de respeito aos convênios legalmente firmados, bem como à civilidade necessária aos acordos de cooperação entre nações.

Disputa de valores e ataque às Universidades

Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

“Mueralainteligencia! Viva lamuerte!

Os ataques às universidades nos últimos dias, em meio à tempestade do segundo turno das eleições presidenciais e nos dias que se seguiram, a pretensão se intervir nas provas do ENEM, sinalizam o que podemos esperar do advento do consulado que se inicia a partir de 1º de janeiro de 2019. O que estamos assistindo agora é um trailer do que pode vir a ser um longa-metragem cujo final tragicômico já conhecemos.