domingo, 7 de maio de 2017

A cruzada autoritária de um prefeito mimado

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

“Liga nas de cem que trinca
Nas pedra que brilha
Na noite que finca as garra
SP é fio de navalha
O pior do ruim
Doria, Alckmin
Não encosta em mim playboy
Eu sei que tu quer o meu fim”


Este trecho da canção da banda Aláfia foi removido antes de ir ao ar pela TV Cultura, emissora ligada ao governo de São Paulo. Além da censura na televisão, os vídeos da apresentação da banda no programa “Cultura Livre” também foram removidos do Youtube. Segundo a emissora, a intenção foi“não difundir ideias ou fatos que incentivem a polarização, independentemente do indivíduo a quem esse discurso se destina”. Essa justificativa da TV Cultura fica ainda mais engraçada quando lembramos que Augusto Nunes, conhecido por sua fervorosa militância antiesquerdista, é o jornalista escolhido para mediar entrevistas do Roda Viva.

Artistas e políticos na feira do MST

Foto: Mídia Ninja
Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A Conferência "Alimentação Saudável: um Direito de Todos e Todas", que ocorreu neste sábado (6), se transformou em ato político em defesa da reforma agrária e da agroecologia. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cerca de 10 mil pessoas acompanharam, presencialmente, a atividade — que é parte da programação da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária.

O ex-presidente do Uruguai José Mujica; a atriz Letícia Sabatella; o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha; a apresentadora Bela Gil e; o dirigente nacional do MST João Pedro Stedile, participaram do evento.

Chomsky desmente colunista da Folha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Nada como um dia atrás do outro.

Clovis Rossi andou espalhando, no Brasil, uma versão falseada (um “fake news”) sobre uma entrevista de Chomsky ao Democracy Now.

O próprio Chomsky agora veio a público desmentir o colunista da Folha.

Chomsky criticou, sim, os governos de esquerda da América Latina, como nós o fazemos todos, por não terem feito tudo que deveriam ter feito. Mas elogia veementemente as conquistas sociais obtidas por eles, em especial pelo governo Lula. Menciona, elogiosamente, o livro de Celso Amorim e a política externa coordenada por ele durante a era Lula.

O mundo da pós-verdade e do fake news

Por Renato Rovai, em seu blog:

Na quinta-feira uma polêmica ganhou as redes após a divulgação por alguns sites de que o presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia resgatado um projeto do também deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) que modifica o processo eleitoral.

Essencialmente o projeto de Castro altera o calendário das eleições que, ao invés de, a cada dois anos, seriam todas numa única ocasião, a cada cinco anos. E acaba com a reeleição para cargos executivos.

Os veículos que noticiaram o fato, entre eles a Revista Fórum, viram na atitude um risco de que o governo e o Congresso poderiam utilizá-lo para adiar as eleições de 2018 para 2020, o que permitiria a unificação de todos os pleitos.

Ataques aos direitos humanos na era Temer

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

Violência policial, massacre de índios e trabalhadores rurais, perdas de direitos civis, agravamento de conflitos sociais, violações e arbitrariedades praticadas contra a população, em especial as minorias. Esta é a realidade do Brasil depois que a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, foi tirada do cargo por políticos corruptos através de um golpe jurídico-midiático-parlamentar carregado de misoginia. Um verdadeiro estado de exceção que o país só viu parecido durante a ditadura militar.

Este é o resumo do vergonhoso relatório da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados que está sendo apresentado pelo deputado Paulão (PT-AL), presidente da CDH, em Genebra (Suíça), durante a Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Golpistas tentarão adiar eleições de 2018

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Por que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandaria instalar uma comissão, em regime de urgência, para avaliar uma esquisitíssima proposta de emenda constitucional que tornaria coincidentes as eleições para cargos majoritários?

Note bem, leitor, não é instalar a comissão, é instalar em “regime de urgência”. Por que seria urgente unificar eleições legislativas em um período e eleições para cargos no Poder Executivo em outro período?

O que vale no Amazonas valerá no Brasil?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na quinta-feira, 4 de maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do mandato do governador do Amazonas, José Melo (PROS), e de seu vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos, contratação de uma empresa de fachada e uso irregular da PM nas eleições de 2014. O TSE determinou também a realização de novas eleições diretas para governador dentro de 40 dias. A pergunta que ninguém fez e continua pairando sobre a decisão é se o que vale para o Amazonas valerá também para o Brasil no caso do julgamento da chapa Dilma-Temer. Ou seja, Temer também será cassado e podemos sonhar com eleição direta?

Quem (não) precisa da democracia?

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Enquanto alguns preferem chamar de golpe parlamentar o impeachment sem claro crime de responsabilidade, prefiro chamá-lo, por três fatores, de golpe de Estado. Abaixo explicarei essa posição. De qualquer modo, o golpe abriu um debate sobre a democracia brasileira. O que ele significa para o regime democrático, qual é a qualidade da democracia hoje e qual é a relação da democracia com os interesses das principais forças nas lutas de classes em curso no país?

A ideia de golpe parlamentar foca em que, do ponto de vista do início e do acabamento institucionais e formais do processo de impedimento, foi o Congresso (a Câmara e o Senado) que o executou, respeitando a Constituição apenas na aparência das coisas. No entanto, as bases de sustentação do golpe extrapolaram, inclusive no plano institucional, os partidos e os parlamentares, de modo que pensar apenas em golpe parlamentar parece ser impressionista, formalista e reducionista.

Greve geral e um recado para Temer

Por Henrique Fontana, no site Carta Maior:

O governo Temer e a grande mídia bem que tentaram esconder, tratando como “manifestações”, mas era impossível. O que ocorreu no dia 28 de abril de 2017 foi a maior e mais abrangente greve geral já vista no Brasil, que parou o país por direitos, pela democracia e pelo futuro. Eles podem até mesmo manipular as páginas dos jornais do dia seguinte, mas não terão o poder de mudar as páginas dos livros de história e o registro do que a sociedade brasileira assistiu pelas ruas de todo o país naquele dia.

A confissão da parcialidade nas revistas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A melhor sacada deste sábado é, sem dúvida, do veterano e competente jornalista Mario Marona, que olha, pensa e vê o que a mídia diz, mesmo quando não assume que diz.

As capas da Veja e da IstoÉ que começaram a circular hoje, sábado, têm um raro momento em que mostram a verdade.

E a verdade, observa Marona, é que “a imprensa brasileira nunca foi tão verdadeira ao confessar que, aqui, trata-se de um confronto entre o juiz, que deveria ser imparcial, e o acusado, que deveria ter direito a um julgamento honesto”.