sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O maior fakenews é o fantasma do fakenews

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O país tem imensa dificuldade em analisar fenômenos novos, de ruptura. Há uma emulação atrasada das discussões que ocorrem nos grandes centros, com pouca análise e enorme vontade de protagonismo por parte de autoridades.

É o que explica as manifestações virulentas do Ministro Luiz Fux – um penalista no sentido mais restrito do termo – ameaçando com o fogo do inferno os geradores de fakenews, apresentado por ele como a última grande ameaça à democracia. Fux convocou Ministério Público Federal, Polícia Federal, Gabinete de Segurança Institucional para a grande frente destinada a fazer busca e apreensão nas casas dos geradores de boatos, antes que eles fossem divulgados. Ou seja, instituir a censura prévia.

Atentado na Venezuela e o silêncio cúmplice

Por Álvaro Verzi Rangel, no site Carta Maior:

A Assembleia Constituinte venezuelana aprovou a prisão e juízo dos deputados Julio Borges e Juan Requesens, por sua vinculação ao atentado terrorista contra o presidente Nicolás Maduro. Paralelamente, o chanceler Jorge Arreaza e o promotor-geral Tarek William Saab, apresentaram ao encarregado de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, James Story, provas e evidências sobre a tentativa de magnicídio.

A arte de fazer política no terremoto

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Chama atenção a quantidade de gente bem-intencionada a vociferar nas redes sociais contra a engenhosa e complexa costura política feita por Lula e pela cúpula do PT que culminou na chapa tríplice Lula-Haddad- Manuela D’Ávila.

As críticas, algumas com um descabido nível de ferocidade, vão da preocupação com o esvaziamento da candidatura de Lula a discordâncias de mérito em relação ao nome do ex-prefeito de São Paulo, passando por manifestações de solidariedade a Ciro Gomes por ter ficado de fora do acordo que envolveu PT, PCdoB, PROS e PCO, além da neutralidade do PSB na eleição presidencial.

Moro é o Posto Ipiranga de Alvaro Dias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A nota de Sergio Moro sobre o “convite” de Álvaro Dias para o ministério da Justiça, lançado no debate da Band, é dúbia, para utilizar um eufemismo.

“Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes”, diz.

Não foram poucas as situações em que Moro facilitou “interpretações de que preferências políticas partidárias”. Bastam as fotos com tucanos em convescotes.

Manipular ou libertar, eis a questão

Por Pedro Alvas Cardoso, na revista CartaCapital:

Fernando Haddad concedeu à Folha de S. Paulo uma entrevista na qual falou sobre a mídia e as concessões públicas de rádio e tevê.

Ele fala do envolvimento promíscuo desses meios de comunicação com o mundo político-partidário e defendeu uma regulação, por causa de sua concentração tanto vertical quanto horizontal.

Segundo Haddad, o controle é necessário para garantir seu pluralismo e liberdade de expressão. A entrevista acontece no momento em que a Editora Abril, dona da Veja, revista vinculada às elites políticas de direita e extrema-direita, está em processo falimentar.

A banalização da violência doméstica

Por Clairí Madai Zaleski Rebuá, no site Outras Palavras:

I. “Respeita as Mina!”

Não leva na maldade não, não lutamos por inversão. Igualdade é o x da questão, então aumenta o som! Em nome das Marias, Quitérias, da Penha, da Silva. Empoderas, revolucionárias, ativistas. Deixem nossas meninas serem super-heroínas! Pra que nasça uma Joana D’Arc por dia! Como diria Frida: eu não me Kahlo. Junto com o bonde saio pra luta e não me abalo. O grito antes preso na garganta já não me consome. É pra acabar com o machismo e não pra aniquilar os homens. Quero andar sozinha porque a escolha é minha, sem ser desrespeitada e assediada a cada esquina. Que possa soar bem, correr como uma menina, jogar como uma menina, dirigir como menina, ter a força de uma menina…

(“Respeita as Mina” – Kell Smith)

Haddad e o jornalismo Chico Xavier

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Agora que a Veja está morrendo, preocupa-me que a Folha esteja assumindo o chamado “jornalismo Chico Xavier”, onde o repórter não se limita a escrever sobre fatos revelados por “fontes” – em geral personagens de segundo plano, que querem ficar “amiguinhos” de jornalistas – e passa a psicografar pensamentos dos personagens-vítimas das histórias a serem contadas.

Nada contra o jornalismo com opinião e até com paixões confessadas – não só o pratico como acho um ato de honestidade com o leitor – mas eu não sou, confesso, capaz de saber o que Aécio Neves anda pensando com seus botões nem o que Alckmin conversa com Dona Lu.