sábado, 5 de janeiro de 2019

Governo Bolsonaro se esfacela a olhos vistos

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Três dias após tomar posse, Jair Bolsonaro descobre, na prática, que governar um país das proporções do Brasil requer muito mais do que frases de efeito e twitters mal escritos.

O verdadeiro tiro no galinheiro provocado pelas declarações do presidente nessa sexta (4) mostrou, mais do que o seu completo despreparo para todo e qualquer assunto, as fissuras já aparentes no relacionamento interno de um governo fadado ao fracasso.

O desespero em que se viram os membros do primeiro e segundo escalões para amenizar os efeitos da fala do chefe criaram uma cena pastelão de envergonhar Zélia Cardoso, aquela ministra da economia de Fernando Collor.

Cinco medidas reveladoras do novo governo

Por Vinicius Segalla, na revista CartaCapital:

O governo de Jair Bolsonaro mal começou, mas já mostrou a que veio. Decretos assinados na área econômica, extinções de secretarias, anúncios de alteração no Código Penal, na liberação de posse de armas, na demarcação de terras e em programas de inclusão do Ministério da Educação são algumas das áreas que já contam com as primeiras iniciativas do governo que tomou posse no dia 1º de janeiro. Veja, abaixo, algumas das medidas anunciadas até agora.

Liberação do porte de armas por decreto


Trump e Netanyahu atormentam Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

Não foi só a baixa participação popular na posse de Bolsonaro – que o GSI estimou em 115 mil pessoas e alguns veículos deram como número real (pausa para rir) – que teve pouco destaque na mídia em geral. Mas, principalmente, a baixíssima participação de delegações internacionais e de chefes de Estado no ato de transmissão do cargo.

Alguns comentaristas políticos atribuíram isso em razão do dia 1º de janeiro ser um feriado (pausa pra rir 2). Desde 2003 tem sido assim. Com Lula foram 120 delegações presentes. Com Dilma em 2011, 130. Com Bolsonaro 47.

As cores da manipulação política e ideológica

Por Osvaldo Bertolino, no site Vermelho:

Uma das formas de manipulação ideológica mais usada pelo bolsonarismo é a de associar ideologias a cores. O caso mais recente é o desse rumoroso posicionamento da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que o Brasil está em "uma nova era" e agora "menino veste azul e menina veste rosa. O mais emblemático, contudo, é o mantra de que a bandeira brasileira jamais será vermelha.

A direita europeia e a Previdência

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Por aqui, já não se consegue atravessar um dia sem que o tema da reforma da Previdência seja lembrado como tábua de salvação para a nossa economia. Depois de esfolarem a CLT e travarem os gastos sociais, o mantra da vez dos donos do dinheiro é dizer que sem mexer na Previdência não se conseguirá restabelecer a sacrossanta “confiança do mercado”.

Congresso mais conservador dos últimos anos

Por Antônio Augusto de Queiroz, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O novo Congresso Nacional, renovado em 52% na Câmara e 85% no Senado – em relação às 54 vagas em disputa – será mais liberal na economia, mais conservador nos costumes e mais atrasado em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente do que o atual. Pulverizado partidariamente e organizado em torno de bancadas informais – como a evangélica, segurança/bala e ruralista –, será o mais conservador desde a redemocratização.

Quem está fazendo “rolo” é Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Admita-se, com toda generosidade do mundo, que possa haver verdades na história de que os R$ 1,2 milhão movimentados na conta de Fabrício Queiroz possam vir do seu alegado comércio de automóveis, embora os valores de cada movimento não sejam compatíveis com o valor de veículos.

Isso, porém, desmonta a história de que era uma pessoa em dificuldades, que precisava de empréstimos pessoais e de empregar a família inteira nos gabinetes de pai e filho Bolsonaro.

A experiência do “governo paralelo”

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Em 1990, após a vitória de Fernando Collor na eleição de 1989, o PT decidiu montar um “governo paralelo” em contraponto ao oficial. Foram escolhidos “ministros” e tudo, com o objetivo de mostrar à população as diferenças entre os dois projetos de país e as medidas que seriam tomadas por Lula na comparação com o que estava sendo feito pela direita. É hora de os partidos de esquerda, capitaneados pelo PT, PSOL e PCdoB, reeditarem esta experiência.

Sobre política, distração e destruição

Por Silvio Almeida, no site Jornalistas Livres:

O atual governo tem três núcleos:

1. O ideológico-diversionista. Serve apenas para manter a moral da “tropa” em alta, dando representatividade e acomodação psicológica a quem realmente acredita que o Brasil é socialista, que existe ideologia de gênero ou que a terra é plana. Serve também para causar indignação e tristeza nos “progressistas” e, assim, desviar a atenção das questões centrais manejadas pelos núcleos 2 e, especialmente, pelo 3. Pode também ser utilizado para criar bodes expiatórios: se algo der errado em qualquer setor dir-se-á que foi porque não houve “pulso” para combater a ameaça vermelha, os defensores dos direitos humanos ou os apologistas da ideologia de gênero. Basta trocar por outro mais moderado ou ainda mais alucinado, a depender das circunstâncias. Por mais que haja oportunismo, é importante que os recrutas desse núcleo acreditem nas coisas que dizem. É o exército de Brancaleone, mas causará muitos estragos.