quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Haddad vai peitar a regulação da mídia?

Por Altamiro Borges

Finalmente oficializado como candidato, o petista Fernando Haddad parece que já percebeu que será alvo nas três próximas semanas da cruel artilharia da mídia que promoveu o golpe contra Dilma Rousseff e alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Sua disparada nas pesquisas – no Ibope, ele subiu onze pontos em apenas sete dias e daqui a pouco pode ultrapassar o candidato fascista no primeiro lugar em intenções de voto – vai atiçar o jornalismo de guerra e os seus capangas de aluguel.

Jornal Nacional e as notícias falsas

Por Eliara Santana, no jornal Brasil de Fato:

No dia 15 de setembro, a edição do Jornal Nacional trouxe uma ampla matéria sobre dólares e joias encontrados na bagagem da comitiva do vice-presidente da Guiné Equatorial no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Ao que se sabe, o vice-presidente, filho do (assim referenciado no jornal) ditador daquele país africano, vinha ao Brasil para um tratamento de saúde. Até aí, tudo ok no desenrolar da matéria. Mas, ao final, uma informação adicional: o ex-presidente Lula já havia visitado o país em 2010, e seu governo mantinha relações com o governo ditador daquele país africano. Para ilustrar, fotos de Lula com o ditador. No dia seguinte, os jornais impressos repercutiram o assunto.

O golpe vai perder a eleição

Por Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

O plano golpista era: “primeiro a gente tira a Dilma, depois a gente faz as reformas, retoma o crescimento econômico para, em seguida, legitimar o golpe e suas reformas nas urnas”. Deu tudo errado, o golpe não retomou o crescimento, inviabilizou seus candidatos orgânicos, fortaleceu a esquerda e fez ressurgir a extrema-direita no Brasil.

O golpe de 2016 é uma mudança radical no projeto político e econômico, viabilizada por sujeitos históricos – como o vice-presidente, parte da mídia, do judiciário e do congresso – e por um instrumento extraordinário, o impeachment.

A quem Cristovam Buarque pensa que engana?

Por Marcelo Neves

Cristovam Buarque gosta de se apresentar como um político comprometido com a educação pública. No passado, sempre tentou se mostrar como uma figura progressista. Mas para além do discurso, o que Cristovam realmente fez? E como ele será lembrado pelos moradores do Distrito Federal?

Cristovam é senador pelo DF há 16 anos. Elegeu-se pela primeira vez pelo PT, em 2002. E, depois de deixar o partido, filiando-se ao PDT, foi reeleito ao Senado com apoio do PT, em 2010.

Nesse período, qual foi a grande proposta ou projeto defendido pelo senador em benefício do povo do Distrito Federal? Para além de seu discurso bonito, mas falso, de defesa da educação, quais foram as grandes questões nacionais ou locais em que se envolveu?

Um novo golpe midiático?

Por Pedrinho Guareschi, no site Carta Maior:

O que me leva a escrever esse texto é a sensação muito fundamentada de que estamos correndo sério risco de um novo golpe midiático nesse momento no Brasil. Já adianto que não sou alarmista, nem adiro a teorias conspiratórias. Não sou determinista, acredito na esperança e na consciência crítica das pessoas, e que a história somos nós que a fazemos (não exatamente como gostaríamos), mas podemos influenciá-la.

O "Chicago Boys" de Bolsonaro

Foto: Felipe Bianchi
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Tratado pelo monopólio midiático como um trunfo de Jair Bolsonaro em relação a setores do mercado receosos com a agressividade e os excessos do candidato da ultradireita, Paulo Guedes, assessor econômico do capitão reformado, carrega consigo a fama de ser expoente dos Chicago Boys. Para o linguista e filósofo estadunidense Noam Chosmky, isso está longe de ser algo positivo, pois sintetiza o que há de pior no neoliberalismo.

'Jornal Nacional' atua como um partido

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Levantamento do Manchetômetro sobre a participação dos candidatos à presidência da República no Jornal Nacional mostra que a atuação da bancada formada por William Bonner e Renata Vasconcellos está longe de ser imparcial. Segundo o site de análise de comunicação, vinculado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o candidato do PT, Fernando Haddad – cuja entrevista, na sexta-feira (14), encerrou a série – foi o mais interrompido pelos entrevistadores: foram 66 vezes.

A inevitável polarização política

Foto: Ricardo Stuckert
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Até o dia 7 de outubro sempre se poderá dizer que é muito cedo para fazer prognósticos, que fatos novos podem sobrevir e alterar o quadro apontado pelas pesquisas. Efetivamente, a incerteza seguirá e, caso haja segundo turno, também durante três longas semanas mais .

A situação politica é instável, a campanha eleitoral desenvolve-se no contexto de gravíssima crise política, anomia governamental, conflitos entre poderes constitucionais, falência econômica, degradação social e ameaças de golpe militar.

Bolsonaro faz jogo duplo

Haddad se qualifica para derrotar Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Pouco a pouco, o debate real da campanha presidencial está ficando claro. Não se trata de petismo x anti-petismo, como insistem Bolsonaro e seus aliados, tentando reviver um clima de Guerra Fria de outras épocas. Em 2018, o conflito é anterior, básico. Envolve democracia x ditadura.

A primeira constatação veio da Economist, que definiu a candidatura de Bolsonaro como um "risco a democracia". A segunda está no editorial da Folha de hoje, observando "sinais alarmantes de desapreço pelas regras do jogo democrático" na campanha de Bolsonaro.

'Capitão Mito' enquadra general Mourão

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como Jair Bolsonaro já caminha pelos corredores do Hospital Albert Einstein e chega a marcar cavalgadas com seu médico, é de supor que pode conversar e dar ordens ao seu grupo de filhos e “maçanetas”.

Assim, a reunião noticiada agora há pouco pela Folha, em um flat nos Jardins, em São Paulo. destinada a ” tutelar o polêmico vice do presidenciável, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB)”se deu com pleno conhecimento do “chefe”.

Bolsonaro e Mourão conspiram contra as urnas

Editorial do site Vermelho:

Na democracia, o povo é a fonte da soberania. Ele encarna o direito do voto como caminho mais legítimo para um sistema político verdadeiramente representativo e democrático. Afrontá-lo é uma atitude incivilizada, um desprezo ao pacto que gerou a Constituição da República. Mesmo golpeada nesse período em que forças retrógadas assaltaram o poder, ela é a batuta que rege as eleições deste ano. Foi o que fez Jair Bolsonaro, em mais um de seus arroubos autoritários.

Contra "extremos", querem salvar Alckmin

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bateu o desespero. A disparada do petista Fernando Haddad nas pesquisas provocou uma revoada de tucanos, com penas para todo lado, em busca de culpados e de um ninho seguro.

Convocaram até uma pajelança de emergência no quartel general de Geraldo Alckmin para segurar os aliados do Centrão, que já estão debandando para Bolsonaro ou Haddad.

Em São Paulo, por exemplo, já apareceu a chapa “Bolsodoria” e, no Nordeste, Haddad avança como o apoio de velhos caciques que já foram aliados dos tucanos.

Extrema-direita cresce até na Suécia

Por Zaid Jilani, no site The Intercept-Brasil:

Os suecos foram às urnas no último domingo para eleger o novo governo nacional, e o centro das atenções foram os 18% de votos obtidos pelo Partido dos Democratas Suecos (SD), uma legenda de extrema-direita minoritária no país até recentemente. Depois de conseguir 12,9% em 2014, desta vez o SD ficou logo atrás dos Moderados – de centro-direita –, mas ainda muito longe das coalizões de centro-esquerda e centro-direita, que obtiveram cerca de 40% dos votos cada.

Mattias Karlsson, líder do partido no Parlamento, exultante com o resultado, teria dito que “2018 está para o conservadorismo como 1968 está para a esquerda”.

Bolsonaro, soberania e Alcântara

Por Marcelo Zero

Corria o já longínquo ano de 2001. Na época, eu trabalhava como assessor para política externa e defesa nacional na Liderança do PT na Câmara dos Deputados e acompanhava todas as sessões da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) naquela casa.

Foi exatamente nessa época que a CREDN recebeu a Mensagem nº 296, de 2001, do Poder Executivo, a qual encaminhava ao Congresso Nacional o texto do “Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América sobre Salvaguardas Tecnológicas Relacionadas à Participação dos EUA nos lançamentos a partir do Centro Lançamento de Alcântara”, o famigerado Acordo de Alcântara.

A faca, a eleição e a mídia

Por Lidiane Vieira, Eduardo Barbabela e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

Iniciado o período eleitoral há pouco mais de quinze dias, até mesmo aqueles cidadãos com baixo interesse no pleito tiveram sua atenção direcionada para os acontecimentos do dia 6 de setembro. O clima de imprevisibilidade que já permeava o ambiente foi amplificado após o atentado ao presidenciável Jair Bolsonaro em Juiz de Fora – MG, durante ato de campanha. Atingido por uma faca na altura do abdômen, que lesionou os dois intestinos e uma artéria, Bolsonaro foi atendido na Santa Casa da mesma cidade onde passou por procedimento cirúrgico. Na manhã do dia seguinte o candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde segue em recuperação até o momento. Preso em seguida ao atentado, Adélio Bispo (40) confessou o crime e disse ter agido sozinho e a mando de Deus.