sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Jornalistas são alvo de Bolsonaro

Do site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj):

O presidente Jair Bolsonaro ataca profissionais jornalistas e o jornalismo por meio de discursos, entrevistas e postagens em mídias sociais, ao menos duas vezes por semana. Até 31 de outubro, foram 99 declarações vistas como ataques a jornalistas (11 ocorrências) e descredibilização da imprensa (88 ocorrências), que visam deslegitimar o trabalho jornalístico, colocando a imprensa e os jornalistas como adversários políticos, ou descredibilizando o trabalho de profissionais e veículos.

Por que te calas, Dias Toffoli?

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Eduardo Bolsonaro atentou contra o Estado de Direito e contra a ordem política e social ao ameaçar a adoção da medida ditatorial ao estilo do Ato Institucional nº 5 [AI-5] decretado pela ditadura civil-militar em 13 de dezembro de 1968.

A ameaça de Eduardo Bolsonaro recebeu apoio do ministro do GSI general Augusto Heleno que, com alto senso prático para concretizar o arbítrio, disse que “tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir [o AI-5]”.

O general, um saudoso da ditadura 1964/1985 e tão adorador do torturador Brilhante Ustra quanto o clã Bolsonaro, ainda emendou que “se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter”.

AI-5 e Ditadura Nunca Mais!

Do site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) repudia as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro sobre a reedição do Ato Institucional nº 5 ou outros mecanismos para reprimir manifestações e restaurar um regime autoritário no país.

O que o deputado Eduardo Bolsonaro está praticando é, à luz da nossa Constituição, crime contra o Estado Democrático de Direito. Além disso, suas manifestações estimulam o ódio de seus seguidores fiéis, o que pode provocar todo tipo de violência contra opositores.

Não devemos tratar as declarações de Eduardo Bolsonaro como “opiniões polêmicas”, ou excentricidades. A naturalização dos atentados contra a nossa democracia leva a um cenário perigoso para o país.

Bolsonaro e Moro fogem do caso Marielle

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Com o lema “bandido bom é bandido morto” sempre engatilhado, Jair Bolsonaro se apresentou ao país ao longo dos anos como um grande defensor da lei e da ordem. Em seu programa de governo, prometia “tolerância zero” com o crime. Deputado federal, Bolsonaro defendia abertamente que “a Polícia Militar tem que matar é mais”. Na presidência, volta e meia se gaba nas redes sociais de estar “derrotando o crime”.

A casa 58 autorizou a entrada do miliciano

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Não tem tanta relevância como parece à primeira vista a polêmica sobre a presença ou não de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra quando um dos assassinos de Marielle pediu permissão ao porteiro para acessar a casa 58, de propriedade do presidente.

O fato é que alguém da casa de Bolsonaro autorizou. Claro que se o responsável por permitir a entrada do meliante fosse o próprio presidente, a situação seria ainda mais grave. Mas pouco importa se a autorização para a entrada do bandido tenha partido de um parente do dono da casa ou de um empregado. O sinal verde, por óbvio, só aconteceu devido à intimidade da família com o miliciano.

Moro, Aras e MP-RJ inocentam Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Em menos de 24 horas, foi abafada a grande crise deflagrada pelo Jornal Nacional na terça-feira, com o envolvimento do nome de Jair Bolsonaro no caso Marielle Franco.

Diretamente de Riad, na Arábia Saudita, antes de voltar ao Brasil, o capitão presidente mobilizou sua tropa de choque, liderada pelo ex-juiz Sergio Moro e o novo PGR Augusto Aras, nomeado por ele após rigorosa seleção.

Com a pronta colaboração das promotoras do MP-Rio responsáveis pelo caso do assassinato da vereadora e do seu motorista, Anderson Gomes, Bolsonaro foi sumariamente inocentado, o caso acabou arquivado e não se fala mais no assunto.

Ideias dos Bolsonaro e as palavras ao vento

Editorial do site Vermelho:

A reiterada ameaça do deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara dos Deputados, de rasgar a Constituição, por mais que seja uma diatribe, merece atenção. Ela faz parte de uma escalada autoritária que começou com objetivos bem definidos, mas seu itinerário é incerto. A essa altura dos acontecimentos, os limites aceitáveis por muitas forças que num primeiro momento fecharam os olhos para a gravidade dos acontecimentos já foram rompidos.

Bolsonaro, o falastrão de sorveteria

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A sabedoria popular costuma nos oferecer frases de senso comum, mas que podem nos propiciar lampejos de elementos importantes para compreender os fenômenos políticos, sociais e econômicos. “A vida é dura!”. “Não se faz o omelete sem quebrar os ovos!”. “Nada como um dia após o outro!”. “É grande a distância entre intenção e gesto!”. “Bem-vindo à realidade!”. “Não dá pra fazer de outro jeito!”.

Pois lá já se vão 10 meses do governo do capitão. Um candidato que não aparecia como um dos possíveis ganhadores nem mesmo no início do ano passado. Um deputado federal que passou sete mandatos ininterruptos, passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018, sem nenhuma atuação parlamentar de expressão. Bolsonaro era conhecido apenas por seu discurso extremista para os saudosistas da ditadura e para os que achavam que a pena de morte seria a solução mais adequada para todos os problemas da violência em nosso País.

O desastre latino-americano

Por Ladislau Dowbor, no site Carta Maior:

É tempo de pararmos de apenas comentar os irresponsáveis no poder, nos países latino-americanos, e pensar de maneira mais ampla sobre o que está acontecendo. A Venezuela é um ótimo exemplo: país grande e com imensas reservas de petróleo, criou uma elite que entregava o óleo para os grupos americanos, em troca de gordas royalties que serviam para o consumo de luxo de uma minoria dirigente, complementado com férias em Miami. Esta elite, amplamente satisfeita com a sua prosperidade, nunca concebeu o petróleo venezuelano como um recurso natural do país, destinado ao usufruto de todos; e nunca investiu esses recursos no desenvolvimento nacional. O resultado disso, foi um vazio econômico que não abriu espaço para a crescente população, nem em termos de infraestruturas, nem de produção agrícola e industrial, e muito menos em termos de políticas sociais decentes. Para a população venezuelana, evidentemente, isto não funcionou.

O canto dos galos na Argentina e no Chile

Por Leonardo Avritzer, no site A terra é redonda:

Agnes Heller, a intelectual húngaro americana recentemente falecida, dizia que a modernidade constitui um pêndulo entre mercado e Estado. Certos momentos da modernidade consistiram em fortes desenvolvimentos do mercado que mostrou, no entanto, em cada um deles, sua limitação enquanto forma única de organização da sociabilidade. Foram esses momentos que geraram o seu contrário, uma estrutura de proteção social garantida pelo Estado capaz de relativizar a mercantilização.

Bolsonaro, o criador de hienas

Por Antonio Barbosa Filho

Jair Bolsonaro nada tem a ver com o leão com o qual quis comparar-se ao postar o vídeo que causou gargalhadas em todos os continentes. O leão de quatro patas é chamado de Rei das Selvas, por sua força, caminhar altivo e seu poderoso urro.

O ex-capitão expulso do Exército é bem o contrário. Suas flexões de solo mostram-no como um fracote que apenas mexe com o pescoço, ao invés de realizar o exercício. Deve ter levado muita bronca do seu instrutor na caserna, por ser um enganador até nisso. Superou suas humilhações transformando a flexão de pescoço num ato presidencial, aplaudido pela corja de puxa-sacos de sempre.

O futuro tem um coração antigo

Por João Guilherme Vargas Netto

O mundo das grandes montadoras de veículos (e da indústria automobilística em geral) acostumou-se, durante todo o século passado, a regular o mundo industrializado.

Os grandes fabricantes com seu gigantismo, além de criarem um padrão de sociabilidade, interferiram na organização dos trabalhadores (dentro e fora das fábricas com o fordismo) e foram contestados por poderosos sindicatos de trabalhadores, cujas bases reforçaram.

A história sindical do século passado não pode ser contada se não se levar em conta esta presença e a reação sindical a ela, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil faz parte dessa história.