domingo, 27 de junho de 2021

A entrega do "superpedido" de impeachment

Por Altamiro Borges

Na próxima quarta-feira (30), um “superpedido” de impeachment contra Jair Bolsonaro será protocolado no Congresso Nacional, em Brasília. Ele reúne mais de 100 requerimentos apresentados por partidos de oposição e também por ex-aliados do presidente fascista – como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP).

A entrega do superpedido terá ainda um ato político das entidades do movimento "Fora Bolsonaro", como as centrais sindicais, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Sem-Terra (MST). O objetivo da iniciativa é aumentar a pressão sobre Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara Federal, cacique do “Centrão” e o aliado de ocasião do genocida.

Endividado, Grupo Madero pode fechar

Por Altamiro Borges


O arrogante empresário bolsonarista Junior Durski, que minimizou a pandemia da Covid-19, mordeu a língua – e quem vai sofrer são novamente os trabalhadores da empresa. Com dívidas que somavam R$ 2,4 bilhões até o final de março, o Grupo Madero pode fechar suas portas. Segundo a Folha, a rede "tem dúvidas sobre a continuidade do negócio".

"O caixa insuficiente para pagar dívidas de curto prazo e a falta de garantias de que conseguirá prorrogar ou refinanciar compromissos trouxe incertezas sobre a continuidade das operações do Grupo Madero, afirmou a companhia em seu balanço de resultados divulgado nessa quinta-feira (24)", relata o jornal.

Operários da foto com Bolsonaro são ameaçados

Por Altamiro Borges


Com sua mania de perseguição, Jair Bolsonaro deve ter ficado intrigado com os operários que posaram para uma foto ao seu lado em Jucurutu (RN). Alguns fizeram o "L" com os dedos – um símbolo associado ao ex-presidente Lula. De imediato, o Ministério do Desenvolvimento Regional, que armou o palanque eleitoral, retirou a foto do seu perfil no Instagram.

Os capachos da comitiva presidencial também fizeram questão de divulgar que, “na verdade”, os trabalhadores estavam apontando para Deus a pedido do próprio “capetão”. Outros falaram que seria o símbolo da “arminha” do fascista. Ninguém sabe ao certo qual foi a motivação do gesto. Mas já há informações de que os operários passaram a ser perseguidos.

Bolsonaro avança na militarização do país

Por Altamiro Borges


Apesar do crescente desgaste de Jair Bolsonaro – já atestado em várias pesquisas –, o processo de fascistização do Brasil segue em curso. Agora, o laranjal propõe que os civis sejam julgados pela Justiça Militar por eventuais ofensas às Forças Armadas. É a volta da ditadura. Só falta legalizar também a tortura e os assassinatos de opositores.

A proposta fascistizante consta de um parecer assinado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e já protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a tese, civis seriam julgados por crimes militares, o que incluiria delitos contra a honra de instituições fardadas. A ideia maluca visa, acima de tudo, calar os jornalistas.

O objetivo de Bolsonaro é extinguir a EBC

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos de Mídia Barão da Itararé:

Na segunda-feira (28), a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTI) da Câmara dos Deputados promove audiência pública, às 14h30, para discutir a proposta de inclusão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no plano de desestatização do governo.

Convidada para a audiência, a coordenadora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli, avalia que a atividade será mais uma trincheira de luta em defesa da EBC: “O que está em jogo não é a privatização, mas sim a extinção da EBC”, diz. “A EBC foi criada por uma lei aprovada pelo Congresso. Qualquer iniciativa que objetive acabar com a EBC precisa também passar pelo Congresso”.

É cedo demais para dizer “adeus Bolsonaro”?

Por Leonardo Avritzer, no site A terra é redonda:

Jair M. Bolsonaro formou a coalizão de apoio mais heterogênea e mais heterodoxa da história recente do Brasil. Me explico. É sabido que exército, centrão, corporações da área de segurança e mercado financeiro, além da legião de motociclistas incomíveis (de acordo com a camiseta que um deles vestia), têm pouco em comum quando pensamos em termos de projeto político.

Mas deve-se reconhecer que esses grupos constituíram uma base de apoio relativamente estável para um presidente que, ao que parece, ainda não se dedicou um dia inteiro à tentativa de governar o país. Pelo contrário, desde o início da pandemia tudo indica que ele entende o seu mandato como a arte de desfazer políticas públicas na área de saúde, boicotar a compra de vacinas e apostar em remédios sem eficácia. Surpreendentemente, até algumas semanas atrás, parte significativa da sua base de apoio demonstrava aderir a esse projeto político heterodoxo. Foi até possível encontrar um general que se divertia em desorganizar a política de saúde no país, em nome da logística e da legitimidade das Forças Armadas.

A tortura para além da tortura

Por Lygia Jobim, no site Carta Maior:

Em 26 de junho de 1997 a Organização das Nações Unidas, criou o Dia Internacional da Luta contra a Tortura com o fim de, não só combater a prática desta aberração, como oferecer amparo às suas vítimas.

Ao se falar em tortura o que primeiro nos vem à mente é a tortura praticada diretamente no corpo de uma pessoa. Quando com fins políticos e aplicada cientificamente, bem ensinada por especialistas, a marca que deixa nas vidas de suas vítimas, não se apagam. A tortura lhes torturará sempre, podendo levá-las, mesmo que tenha cessado há anos, ao suicídio, como foi o caso de Frei Tito de Alencar Lima, dominicano que se enforcou no Convento Sainte-Marie de La Tourette, em 1974, três anos depois de ter sido liberado e de Maria Auxiliadora Lara Barcelos, a Dodora, que, libertada também em 1971, cinco anos depois atirou-se nos trilhos de um trem numa estação de metrô, em Berlim Ocidental. Carregaram a tortura até não poder mais conviver com ela.

Previsão furada de que o PIB salva Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:


Do alto de sua sabedoria, sagacidade e experiência, a economista Maria da Conceição Tavares, fiel ao seu estilo desabrido e contundente, disparou quando soube do resultado do PIB : “As pessoas não comem PIB. Comem alimentos.”

Além de confrontar o foguetório midiático que se seguiu ao anúncio do aumento do Produto Interno Bruto de 1,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2020, a decana dos economistas progressistas do país, provavelmente, também mirava em outro alvo.

É que não faltaram análises de economistas e jornalistas especializados do campo democrático e de esquerda prevendo que o fim da estagnação econômica e o crescimento acima do esperado do PIB projetam um cenário político-eleitoral mais favorável a Bolsonaro em 2022.

Rejeição a Bolsonaro e o desafio da oposição

Editorial do site Vermelho:


O dado da pesquisa do instituto Ipec dando conta de que 66% dos entrevistados rejeitam a maneira como o presidente da República, Jair Bolsonaro, está governando o Brasil é um bom indicador do seu crescente isolamento. A evolução rápida dessa tendência – um crescimento de oito pontos em quatro meses, de acordo com a pesquisa –, decorre de questões bem conhecidas, a começar por seu comportamento, incompatível com as responsabilidades de quem ocupa o mais importante posto nos poderes da República.

Generais num mar de corrupção e de mortes

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Depois da sessão realizada numa 6ª feira [25/6] que avançou no tempo e terminou somente às 22:52 horas, a CPI da Covid pode dar por encerrados seus trabalhos, pois os propósitos de instalação da Comissão podem ser considerados plenamente concretizados.

Além de já ter conseguido demonstrar a responsabilidade do governo no crime de morticínio de centenas de milhares de brasileiros, com o depoimento dos irmãos Miranda – o deputado Luis Cláudio e o servidor público Luis Roberto – a CPI desnudou o esquema bilionário de corrupção na negociata para aquisição da vacina Covaxin.

Coerente com sua índole homicida, o governo não estava efetivamente interessado na aquisição de vacinas para imunizar a população brasileira, mas sim em aproveitar a oportunidade para um negócio corrupto envolvendo pelo menos R$ 1,6 bilhão de reais.

Bolsonaro prevaricou: denúncia deve ir ao STF

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Um servidor público, acompanhado de um deputado federal, seu irmão, foi ao presidente da República denunciar um caso de corrupção.

O presidente demonstra saber da história e até diz: "É coisa do Ricardo Barros".

Ou seja, acobertou um crime, deixando de tomar providências. Prevaricou, e isso é crime.

O senador Randolfe Rodrigues antecipa que a CPI da Covid poderá, antes mesmo da conclusão de seus trabalhos, denunciar Bolsonaro ao STF por crime de prevaricação com base no artigo 86 da Constituição.

Neste caso, a Câmara teria que autorizar o STF a processar o presidente pela maioria de 2/3 dos votos, ou 342, ocorrendo imediatamente o afastamento. Michel Temer barrou processos semelhantes, em duas oportunidades, com apoio do Centrão, a um preço elevado, em todos os sentidos.

Barros e Bolsonaro são os protagonistas

Por Conrado Ubner, no Diário do Centro do Mundo:


1- Ricardo Barros nomeou a servidora que autorizou o contrato irregular, quando ainda era Ministro da Saúde.

2- O Governo Bolsonaro recusou sistematicamente a compra de vacinas com eficácias mundialmente reconhecidas e ainda acrescentou que “não iria atrás de nenhuma empresa para adquirir vacina; elas, as empresas, que viessem atrás”.

3- Ricardo Barros, líder do governo, incluiu emenda para permitir a compra da vacina indiana, que sequer havia sido aprovada pela Anvisa, em detrimento de vacinas já disponíveis.

4- Governo assina contrato de compra com a empresa indiana, por valor muito superior às demais e com eficácia bastante duvidosa até mesmo na Índia e recusada nos países mais desenvolvidos, mesmo alertado formalmente de tal fato pelo embaixador do Brasil na Índia.

5- A compra da vacina é intermediada por uma empresa nacional: a Precisa.

O preço de Arthur Lira subiu

Por Fernando Brito, em seu blog:


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tornou-se a peça chave no destino do país.

E sabe que tem quatro ou cinco meses para usufruir desta importância, porque ela desaparecerá assim que o calendário tornar impossível o que ele, adia neste momento: a abertura de um processo de crime de responsabilidade – o que a gente conhece como impeachment – contra Jair Bolsonaro.

Por que, claro, não dá para pensar em impeachment durante uma campanha eleitoral, quando o voto da população se substitui ao dos parlamentares para decidir pela continuidade ou pelo fim de governo.

Isso, certamente, não escapa a um matreiro representante das oligarquias políticas nordestinas.

Que sabe, também, que Bolsonaro precisa do parlamento para isso e para os “pacotes de bondades” com que pretende recuperar a situação eleitoral desastrosa em que se encontra.