Por Altamiro Borges
O cerco se fecha contra os coronéis do União Brasil, o que pode abortar de vez o sonho presidencial do governador-ruralista Ronaldo Caiado (GO) e até bagunçar os planos de Davi Alcolumbre para presidir o Senado. Na semana passada, a Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação da Operação Overclean, que apura um esquema de desvios de emendas parlamentares por um grupo de empresários da Bahia que têm íntimas ligações com os políticos da cúpula do partido.
Segundo revela o site UOL, “o inquérito foi enviado ao STF após o surgimento de novos indícios ligando os fatos sob investigação ao deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara Federal. Procurado, ele não se manifestou. Elmar tem relação próxima com um dos investigados, o empresário Marcos Moura, conhecido como o ‘rei do lixo’. Ele é filiado ao União Brasil e integra os órgãos de direção do partido. Ao cumprir busca e apreensão contra o empresário em dezembro, a PF já havia encontrado documentos de uma transação imobiliária entre ele e Elmar”.
domingo, 19 de janeiro de 2025
Meta bancou fake news de Nikolas Ferreira?
Por Altamiro Borges
Cresce a desconfiança de que a multinacional estadunidense Meta – dona do Facebook, Instagram e WhatsApp – impulsionou o vídeo mentiroso produzido pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que fez o governo Lula recuar da norma da Receita sobre o Pix para combater sonegadores e outros criminosos. Segundo o noticiário, deputados de esquerda já estudam medidas para investigar a big tech, inclusive com a ideia da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
“Existem cerca de 130 milhões de contas do Instagram no Brasil, muitas delas inativas e outras várias de uma única pessoa que administra muitas contas. Como explicar um vídeo [de Nikolas Ferreira] ter 300 milhões de visualizações? Tem algo muito errado aí. A PF e o MPF precisam investigar a fundo a Meta e toda esta propagação de fake news sobre o dólar, Pix e falas manipuladas do Haddad. Trata-se de uma ação criminosa que afeta a economia do Brasil”, argumenta o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).
Cresce a desconfiança de que a multinacional estadunidense Meta – dona do Facebook, Instagram e WhatsApp – impulsionou o vídeo mentiroso produzido pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que fez o governo Lula recuar da norma da Receita sobre o Pix para combater sonegadores e outros criminosos. Segundo o noticiário, deputados de esquerda já estudam medidas para investigar a big tech, inclusive com a ideia da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
“Existem cerca de 130 milhões de contas do Instagram no Brasil, muitas delas inativas e outras várias de uma única pessoa que administra muitas contas. Como explicar um vídeo [de Nikolas Ferreira] ter 300 milhões de visualizações? Tem algo muito errado aí. A PF e o MPF precisam investigar a fundo a Meta e toda esta propagação de fake news sobre o dólar, Pix e falas manipuladas do Haddad. Trata-se de uma ação criminosa que afeta a economia do Brasil”, argumenta o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).
Plataformas são estruturas da extrema direita
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Charge: Aziz |
O modelo de negócios das redes sociais online é baseado na economia da atenção e na modulação dos comportamentos de seus usuários. Isso significa que essas redes organizam a coleta de dados de quem as utiliza para identificar os hábitos, gostos e interesses de cada pessoa. Tendo como base esses perfis, os algoritmos das redes sociais distribuem seus conteúdos e definem o que cada um vai ler e ver.
A renda das big techs vem da capacidade de distribuir mensagens publicitárias certeiras. Isso é possível porque com o perfil de cada usuário, essas empresas atraem a sua atenção conforme gatilhos, cores, imagens e palavras que as envolvem. Com base nessa economia da atenção, os sistemas algorítmicos das redes sociais vão modulando, orientando o comportamento das pessoas. É principalmente pelo controle da visualização de mensagens que a modulação é realizada. Por isso, o tempo todo os usuários das redes são colocadas em amostras acessadas por quem pagou pela distribuição dos conteúdos específicos para aqueles determinados perfis.
Que viva México!
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Foto: Divulgação |
A cena parece pertencer a outro tempo, mais feliz. Falando ontem (12/1) a uma multidão de dezenas de milhares, que lotou o gigantesco Zócalo da Cidade do México e as ruas adjacentes, a presidenta Claudia Sheinbaum lançou mais um elegante desafio a Donald Trump. Lembrou que os presidentes dos dois países colaboraram em muitos momentos: Abrahan Lincoln com Benito Juarez, contra a invasão francesa; Franklin Roosevelt com Lázaro Cárdenas, que nacionalizou o petróleo e concluiu a reforma agrária. Porém, frisou, diante das ameaças de Trump, de expulsar milhões de imigrantes mexicanos e impor tarifas proibitivas às exportações mexicanas: “Não vamos regressar ao modelo neoliberal. [Com os EUA], nos coordenamos, colaboramos, mas nunca nos submeteremos”. A multidão interrompeu-a em coro: “México! México! México!…”
O banquete que silenciou os valentes do Globo
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Foto: Divulgação |
Completou um mês agora, no dia 16, o banquete oferecido pelo empresário Luciano Hang, que se anuncia em vídeos como o Véio da Havan, a desembargadores do Tribunal de Justiça e a juízes de primeira instância de Santa Catarina.
Eram oito desembargadores e dois juízes, conforme reportagem de Vinicius Segalla no Diário do Centro do Mundo, que foi compartilhada depois pelos jornais.
Esperei até ontem para ver se o jornal O Globo, com seus mais de 300 jornalistas, daria uma linha sobre o caso. E se outros veículos das organizações Globo noticiariam o estranho jantar.
Não deram nada. Nunca. Todos os grandes jornais brasileiros, incluindo Folha e Estadão, e os jornais e sites independentes e de esquerda de todos os tamanhos deram a notícia. O Globo não deu nada.
A extrema direita já está em 2026
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Charge: Tomás/Cartoon Movement |
A fake news da taxação do Pix é somente o deflagrar da estratégia de disseminação do caos, infelizmente.
Não chega a ser uma enorme novidade, porque já vimos o que ocorreu, num movimento crescente de aperfeiçoamento, em 2018 e em 2022. A extrema direita tem, na desinformação, uma arma poderosíssima – o que também não é novidade.
Bom, vou parar então de requentar e trazer mais alguns elementos à recente questão da Instrução Normativa da Receita que foi transformada em “taxação do Pix” no imaginário geral na nação.
Após a decisão do governo de retirar a medida – acertada a meu ver, apesar dos custos políticos grandes –, vejo informações interessantes sobre a costura para essa campanha, cujo elemento mais expressivo foi o vídeo de Nikolas Ferreira criticando o Pix e lançando as costumeiras bombas de desinformação.
Trump toma posse com ameaças externas
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Charge: Kuper |
A posse de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos é aguardada com apreensão. Ele terá a mesma missão dos demais presidentes que ocuparam a Casa Branca nas duas últimas décadas, democratas ou republicanos, que tentaram reverter o declínio relativo da hegemonia do imperialismo estadunidense no sistema de poder mundial, enfrentando a sua contraface, o protagonismo e a relevância crescentes da República Popular da China.
Não se deve esperar, todavia, uma espécie de mais do mesmo do primeiro mandato de Trump, por uma série de motivos. O principal é o cálculo de setores do Estado, dos monopólios financeiros e econômicos, do setor de tecnologia e inovação e da poderosa máquina de guerra de que pode estar se aproximando o ponto em que a reversibilidade do declínio dos Estados Unidos se tornará cada vez mais difícil.
Trump não é um "tigre de papel"
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Charge: Cláudio Cadei/Cartooon Movement |
Como de costume, os intelectuais e políticos latino-americanos não levam com a devida seriedade as ameaças fascistas e imperialistas, tal qual 1933 e o "Apaziguamento". A maioria sorri com condescendência para as ameaças proferidas por Trump e profetiza, como foi no caso de outros líderes perigosos, que o "poder vai moderar seus ímpetos". Não levam a sério que estamos perante ameaças reais de uso da força contra cinco países americanos: Panamá, México, Canadá, Venezuela e o território da Groenlândia e, ainda, de extorsão econômica contra outro, o Brasil. Como respondemos a isso? Como se fossem bravatas ou factóides.
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