segunda-feira, 19 de março de 2018

Fantástico distorce a história de Marielle

Ilustração: Bruno Debize da Motta/Mídia Ninja
Por Glenn Greenwald, no site The Intercept-Brasil:

Ontem à noite, a Rede Globo dedicou 45 minutos de seu popular programa “Fantástico” à execução de Marielle Franco e ao assassinato de seu motorista, Anderson Gomes. Essa história vem dominando as manchetes no Brasil durante a última semana, e continua recebendo destaque em órgãos de imprensa do mundo todo.

Esse não foi um caso em que a cobertura da Globo elevou uma história à proeminência nacional. Muito pelo contrário: O que nós vimos foi a Globo tentando assumir o controle de uma história que explodiu online graças ao ativismo cidadão e à raiva inconformada causada pelo crime, sem que se precisasse de ajuda ou amplificação dos grandes veículos de imprensa. Essa é uma das poucas vezes em que a grande mídia brasileira foi uma espectadora, não o motor, de uma história.

Marielle foi no Rio, Lorca foi em Granada

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Em 18 de agosto de 1977, Steve Biko foi preso numa barreira policial, em Porto Elisabeth (South África) e interrogado durante 22 horas por oficiais da Polícia, espancado, torturado e acorrentado. Quase um mês depois, foi levado com múltiplas lesões e em precário estado físico a uma prisão, para morrer, em 12 de setembro daquele mesmo ano, aos trinta anos de idade. As lesões foram constatadas e fotografadas. Seu assassinato sob tortura foi provado, mas os policiais – autores do crime – foram inocentados pelo Sistema de Justiça do “apartheid”.

México: o desastre neoliberal que nos inspira

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Desde que a doutrina neoliberal se espalhou pela América Latina, o México foi provavelmente o país que mais profundamente embarcou no canto da sereia que emanava de Washington. Apostou tudo na liberalização comercial, privatizou empresas e serviços públicos e abriu suas porteiras para o regozijo dos grupos financeiros internacionais.

Depois do colapso cambial que solapou o país em 1994/1995, os mexicanos dobraram a aposta, entregando suas reservas petrolíferas às grandes companhias do vizinho ao Norte e rebaixando os padrões de regulação do mercado de trabalho a fim de atrair maiores fluxos capital externo para seu terreiro.

EUA e Lava-Jato desmontaram o Brasil

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – Kenneth Blanco e o destino manifesto

A apresentação de Kenneth Blanco, vice-procurador adjunto do Departamento de Justiçam em evento ocorrido em julho de 2017, foi surpreendente. Especialmente pela intimidade com que tratou um dos membros do evento, então Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Blanco falou da missão do Departamento de Justiça dos EUA, de combater a corrupção “onde estiver” e aplicar a Lei Anticorrupção Norte-Americana.

Depois, deu uma aula completa sobre como se desenvolveu o relacionamento do Departamento de Justiça (DOJ) com o Ministério Público Federal brasileiro, que ele taxou de melhor relação da história. E confirmou o que o Jornal GGN já havia antecipado desde a visita de Rodrigo Janot ao DOJ em fevereiro de 2015.


Mais do que nunca, está em jogo a democracia

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A execução da vereadora Marielle Franco é um crime político que não permite dúvidas, hesitações nem falsos questionamentos.

Todo mundo sabe que é preciso escolher um lado - dos direitos humanos e da democracia - para enfrentar o crime e a brutalidade, aposta de quem escolhe a violência como método de solução de conflitos políticos numa sociedade.

Não há dúvida de que, 30 anos anos após a proclamação da Constituição Cidadã, o país caminha para uma encruzilhada.

Greve dos servidores: Doria não é confiável

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

Apesar do anúncio de que o prefeito João Doria (PSDB-SP) vai retirar o PL 621 da pauta de votação da Câmara Municipal, a greve dos trabalhadores do serviço público municipal permanece. A mobilização critica o projeto que reforma a Previdência municipal e vai dificultar o acesso à aposentadoria além de reduzir salários. Neste sábado (17) acontecerá um sarau no acampamento montado pelos trabalhadores em frente à Câmara Municipal.

Lula sabia das coisas

Ilustração: Pataxó cartoons
Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

A Operação Lava Jato completa quatro anos sem a disposição de cumprir a missão impossível que tanto alardeou cumprir. O objetivo seria, segundo a lenda contada pelos procuradores, acabar com a corrupção no País. Aos poucos, no entanto, desvendou-se o projeto maior, oculto, que implicava inclusive fazer sacrifícios de certos aliados.

O senador tucano Aécio Neves concordaria com isso. Alguns empreiteiros também.

O importante seria destruir Lula e, na sequência, mandar o Partido dos Trabalhadores para os quintos do Inferno. Não foi.

Os “bolsominions” viraram “gremlins”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A perda de apoio político na classe média está sendo sentida na pele pela horda bolsonarista - atenção, as palavras agora serão usadas com asterisco para assinalar o comportamento selvagem que adotam, podem invadir, ameaçar, etc, que não vão intimidar.

Um idiota* da Polícia Rodoviária Federal exige, armado e aos gritos, que o simpaticíssimo Alfredinho, 74 anos, figuraça de um dos bares do Rio, o pequeno Bip-Bip fosse (e foi) levado à delegacia – seguido por um carro da PRF com quatro agentes.

Leitura do golpe avança em aulas e livros

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

A contribuição do ministro da educação Mendonça Filho para o desenvolvimento das pesquisas em história, sociologia e ciência política tende a ser inestimável. As represálias com que ameaçou um curso de extensão sobre o golpe de 2016, ministrado na Universidade de Brasília, fizeram com que o tema ganhasse amplitude nacional, passando a ser oferecido por mais de 35 universidades em todo o pais e três no exterior (Reino Unido, México e Colômbia). Essa será, sem dúvida, a principal marca de sua gestão.

A direita quer o cadáver de Marielle

Por Marcelo Zero

A execução de Marielle Franco está provocando um terremoto político capaz de rearranjar as placas tectônicas do cenário nacional. Com efeito, a repercussão nacional e internacional do caso assumiu proporções gigantescas, que podem redundar num movimento que tenha incidência direta e decisiva na sucessão presidencial e no futuro do golpe continuado.

Em princípio, um movimento como esse tenderia a beneficiar as forças progressistas do país, aglutinando-as e fortalecendo-as. Porém, o caso pode ser usado pela direita e pelo governo golpista, com o intuito de afirmar sua autoridade contra “bandidos”, demonstrar eficiência no “combate à criminalidade”, associar tal combate à “relativização de direitos” e à supressão da democracia plena e impor, como desejável e necessária, a pauta autoritária e regressiva do golpe.

Não estamos derrotados!

Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Mais uma vez, o cenário mudou. A emoção gerada pelo assassinato brutal de Marielle Franco e Anderson Gomes mobilizou centenas de milhares de pessoas, em todo o país. As ruas voltaram a se encher de uma multidão aguerrida, insistente, multicor, que há muito não por convocação partidária, mas por convicção de que ou agimos já, ou o país se tornará insuportável. E como as multidões foram inumeráveis, os hipócritas tiveram de ceder. Todo o noticiário dos jornais e das TVs, que há alguns dias enxergava a intervenção no Rio como caminho para o resgate do Rio, abriu espaço a uma mulher negra que denunciou desde o início a militarização das favelas. As tímidas ações de fachada, adotadas pelo ministro Raul Jungmann e pela procuradora geral Raquel Dodge tiveram repercussão pífia.

Intervenção no Rio e a hora das respostas

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Podemos estar num momento de viragem na conjuntura social e política, com desdobramentos importantes nestes meses que precedem a eleição deste ano crucial para o futuro do país. Vai depender do humor das ruas e das investigações sobre a execução da vereadora Marielle. Vai depender da capacidade do governo de oferecer respostas às questões ainda pendentes sobre os rumos da intervenção no Rio.