segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Governo Dilma: Ainda dá tempo?

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

A torre de babel, emblema de uma ciclópica confusão, vale como metáfora da situação do Brasil neste exato instante. Vejamos. O PT em frangalhos a amargar uma monumental derrota parlamentar que entrega ao PMDB o comando do Congresso, com risco imponente para a continuidade do governo de Dilma Rousseff. O PSDB de Fernando Henrique a adubar a ideia do golpe via impeachment. O ajuste fiscal em pleno andamento com a tola promessa de ser pequeno enquanto o desemprego cresce e a recessão bate às portas. A Petrobras em crise aguda enquanto o juiz Moro estende o raio de ação da Operação Lava Jato em busca do epicentro da corrupção além das fronteiras da empresa petrolífera, nas próprias entranhas do poder. A iminência do drástico racionamento da água em São Paulo, ao passo que outros pontos cruciais sofrem a ameaça de serem logo engolidos pela calamidade. E a crise energética próxima da eclosão.

Datafolha e o circo midiático

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Enfrentando um ataque sistemático da grande mídia, o governo da presidenta Dilma Rousseff tem a sua primeira avaliação do segundo mandato. Com o circo midiático montado em torno das investigações da Operação Lava Jato sobre a corrupção na Petrobras - que até agora só tem um alvo: o PT -, a pesquisa Datafolha indica que a avaliação ótima/boa da presidenta está em 23%, enquanto aqueles que a consideram ruim/péssima está em 44%.

Falta uma ponte entre o apelo e a rua

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Soa angustiante a dissociação entre o gesto e o seu efeito.

Entre o apelo e o desdobramento.

Entre o alerta do abismo e a impotência para deter o comboio.

De novo, no evento dos 35 anos do PT, lideranças do partido, entre elas a do ex-presidente Lula, expuseram diagnósticos corretos sobre a ofensiva conservadora no país, denunciaram o golpe dissimulado, como de hábito, faxina moralizante; conclamaram o partido a sacudir a letargia, ir às ruas, lutar, resistir.

Porém... nada se move.

Não ao preconceito contra o PT

Por Nicolas Chernavsky, em seu blog:

Um casal chega para jantar em um restaurante de classe média, e se senta em uma mesa. Alguns minutos depois, uma pessoa que está sentada em uma mesa ao lado, chama o garçom e diz: “Quero mudar de lugar porque não quero sentar perto dessas pessoas”, e indica a mesa em que está o casal mencionado. Estamos no sul dos Estados Unidos dos anos 60 do século XX e se trata de um casal descendente de africanos? Não, estamos em São Paulo no final de 2014 e se trata de um casal em que uma das pessoas veste uma camisa do PT

O combate aos golpistas do PSDB

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

As manobras golpistas da oposição neoliberal e conservadora, encabeçada pelo PSDB de FHC, Aécio, Serra et caterva, com o indeclinável apoio da mídia monopolista privada, continuam no centro da conjuntura política nacional. A ordem do dia do comando oposicionista é encurralar a presidenta Dilma Rousseff, gerar instabilidade política, semear clima de ingovernabilidade, criminalizar o Partido dos Trabalhadores e as organizações do movimento sindical, estudantil e popular. O roteiro prevê o impeachment ou qualquer outra forma de afastamento da mandatária do poder.

O auto-de-fé de Graça Foster

Por Patrick Mariano, no blog Viomundo:

Nelly Senff é uma doutora em engenharia química que em 1975 resolve sair do leste para oeste de Berlim em busca de uma nova vida com o filho Alexej, após a morte do namorado. A vida nova na Alemanha Ocidental esbarra na difícil experiência de morar em um centro de refugiados e nos intermináveis e torturantes interrogatórios a que é submetida.

Aos poucos, descobre que a burocracia estatal da qual quis fugir e a insensibilidade impregnada nos procedimentos e processos administrativos não é muito diferente de um lado a outro. No Ocidente, fica à mercê do serviço secreto dos EUA que impiedosamente a coloca num jogo cruel de incontáveis interrogatórios sobre seu namorado. A ação faz com que Nelly desenvolva o medo e a desconfiança de tudo e de todos, até mesmo sobre a veracidade da morte do pai de seu filho. O processo pode despertar quadros paranoicos e isso Kafka bem ilustrou.

O Estado é uma entidade política

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Há uma tendência no governo a considerar o Estado como uma máquina para implementar políticas. Se uma peça não funciona, ela é trocada, mas não se altera nada o caráter que uma certa visão tecnocrática tem do Estado como coisa, como administração, mas não como entidade política, de direção geral da sociedade.

Dilma paga a conta pelo silêncio

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Um mês depois do início do segundo mandato, Dilma Rousseff atinge um nível deprimente de impopularidade. A queda nos índices de aprovação não é uma surpresa. Mas é importante discutir o que está por trás disso.

Nossos analistas econômicos continuam anunciando um apocalipse que insiste em não mostrar sua cara - ao menos até agora. O desemprego não aumentou. A inflação também não disparou. Não há novidade na Operação Lava Jato, que segue seu curso de espetáculo midiático.

Dilma e a comunicação: "Virem-se"

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

São curiosos esses tempos de crise e de vácuos de poder.

Recentemente foi divulgada uma entrevista de Jango com John Foster Dulles, o brasilianista, em 15 de novembro de 1967.

Na entrevista, um mea culpa: “Goulart disse que em seus esforços para promover reformas estruturais, ele fez concessões demais a grupos políticos no Brasil”.

Datafolha, Dilma e o preço do silêncio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Era de se esperar o resultado da pesquisa Datafolha que registra o despencar da aprovação do Governo Dilma Rousseff.

Eu já havia sido avisado na rua e até mesmo em casa, agora que os (benditos) temporais sobre o Rio de Janeiro fizeram ser frequentes as interrupções no fornecimento de energia, pois ouço um vizinho esbravejar , nessas horas, contra a “maldita Dilma” , embora não seja ela quem faz caírem raios nem soprarem ventanias e a empresa de energia ser chilena, privatizada pelo PSDB (Marcello Alencar e Fernando Henrique).

Propina no governo FHC não dá manchete

Por Altamiro Borges

Desde quinta-feira (5), os jornalões e as emissoras de rádio e tevê não param de bater bumbo sobre a suposta “propina de R$ 200 milhões” do PT. O bombardeio se baseia nas denúncias de Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras envolvido no esquema de corrupção da estatal. Tentando gozar das benesses da chamada delação premiada, ele “teria dito” – em mais um vazamento seletivo e criminoso – que o partido recebeu “aproximadamente” este montante. Não apresenta qualquer prova e nem precisava. A mídia já julgou, condenou e fuzilou o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari. Ela só deixou de dar destaque para outro “pequeno detalhe” do depoimento de Pedro Barusco: “O ex-gerente da Petrobras diz ter recebido propina desde 1997”, relatam os jornalistas Fausto Macedo e Mateus Coutinho, do Estadão. Mas este fato – que envolve diretamente o “ético” FHC e outros tucanos de alta plumagem, não mereceu manchetes. O Jornal Nacional, da TV Globo, nem sequer mencionou este trecho do suspeito depoimento.