Por Dayane Santos, no site Vermelho:
A pesquisa mostrou que a queda nos índices não foi exclusividade da presidenta Dilma. O governador tucano Geraldo Alckmin e do prefeito petista Fernando Haddad, ambos de São Paulo, também apresentaram queda. Alckmin perdeu dez pontos de ótimo/bom desde outubro e caiu de 48% para 38%, nível que tinha em junho de 2013. Haddad, com 44% de índice negativo, voltou ao patamar que tinha durante a crise do aumento das tarifas de ônibus em 2013.
Por outro lado, a parcela dos eleitores que, em resposta espontânea, afirma ter o PT como seu partido favorito, ainda que apresentasse queda, continua sendo a maior com 12% (em dezembro de 2014 era 22%). Enquanto que o PSDB, partido da oposição que prega o golpe, caiu de 7% para 5%.
A pesquisa também apontou que o índice de brasileiros que dizem não ter um partido de preferência subiu 10%, comparado a dezembro, chegando a 71%, o que é sintomático por conta da campanha de desmoralização da política feita pelos grandes meios de comunicação.
Quando perguntados sobre qual foi o melhor presidente do Brasil em todos os tempos, o ex-presidente Lula foi reconhecido por 56% dos entrevistados como o melhor presidente da história. O tucano Fernando Henrique ficou com apenas 13%. Vale ressaltar que entre os que apontaram Lula como o melhor presidente que o Brasil já teve, 64% são jovens. Além disso, entre os mais pobres Lula é o preferido com 61%.
O que mais preocupa os brasileiros
O levantamento do Datafolha, feito com 4 mil pessoas em 188 municípios, mostrou que a corrupção está entre os principais problemas do país entre os pesquisados, atrás apenas da saúde. Para 21% deles, a corrupção é o maior problema, enquanto 26% acreditam que a saúde é a maior preocupação.
Diante dos números, fica a pergunta: o que mudou em tão curto espaço de tempo? Antes mesmo de iniciar o segundo mandato, o governo lançou mão de medidas econômicas que afetaram direitos trabalhistas. As centrais - ainda que abertas ao diálogo – reagiram negativamente. Soma-se a isso, a crise hídrica, o aumento dos combustíveis e da energia, que também afetaram o cotidiano da população. Diante disso, a baixa no índice de popularidade já era esperada.
Miguel Rossetto, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, avaliando os números da pesquisa, disse que a presidenta Dilma venceu uma “eleição muito polarizada”, seguido por um período de aplicação de uma “agenda complexa” de ajustes da economia que provocaram impactos.
Mas muito embora esses índices estivessem dentro da expectativa, há de se ressaltar o acirramento da disputa política, tanto do ponto de vista da oposição quanto pelos meios de comunicação.
“As denúncias sobre corrupção ocupam grande parte da agenda política e não há ainda julgamento e punição, o que cria um evidente descontentamento na população. A presidenta Dilma comprometida com o combate à corrupção vai apresentar os projetos anunciados em campanha para combater os malfeitos e a impunidade”, disse Rossetto.
Durante a campanha eleitoral, a presidenta Dilma utilizava o horário eleitoral para disputar a comunicação e desmascarar as mentiras. Em setembro, por exemplo, ela abordou o tema corrupção. “Se nada se investiga é claro que nada se descobre. A demagogia cria a falsa impressão de que tudo piora”, advertiu a presidenta mostrando que a revelação dos fatos resulta da política de combate à corrupção e não o contrário.
Marcada pela frase: “Não vamos varrer a corrupção para debaixo do tapete”, Dilma mostrava que a realidade brasileira havia mudado e que diferentemente do governo do tucano de FHC, que insistia em engavetar toda e qualquer apuração, o compromisso do PT e aliados era justamente investigar. “Doa a quem doer é assim que vou continuar trabalhando porque tenho as mãos limpas e exijo de todos o mesmo respeito com o dinheiro público”, disse a presidenta.
Essas declarações foram feitas em setembro de 2014. De lá prá cá, os fatos novos são os vazamentos seletivos de depoimentos sem provas no cenário das investigações da Lava Jato. A diferença é que a presidenta Dilma não ocupa mais o espaço midiático das eleições, o que é natural, pois as eleições terminaram com a sua reeleição.
No entanto a grande mídia e a oposição golpista mantêm o clima eleitoral como se fosse um terceiro turno. Agora, num jogo do tudo ou nada, a oposição chega a propor o golpe por meio do Judiciário.
A mídia, por sua vez, tenta promover a descrença generalizada nas instituições, desqualificando a política e os políticos jogando, toda a sua munição contra o governo, os movimentos sociais e as forças progressistas. O Jornal Nacional, por exemplo, emplaca 24 notícias contrárias ao governo para 9 neutras, de acordo com o Manchetômetro. Isso sem falar da cobertura descaradamente parcial sobre as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e as do Metrô de São Paulo, por exemplo.
A presidenta Dilma está ciente e disposta a travar essa luta. Durante ato pelos 35 anos de fundação do PT, na sexta-feira (6), em Minas Gerais, a presidenta convocou a militância a combater a desinformação sobre as ações do governo.
“Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sem tréguas. A luta deve continuar... Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos”, rebateu a presidenta.
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