terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Mídia abana o “ganhador” João Doria

Por Altamiro Borges


Na sua "cobertura jornalística" – que mais se parece com torcida política –, a mídia hegemônica decreta mais uma vez a "morte do PT" e aponta o governador João Doria como um dos "ganhadores" das eleições municipais de domingo. Será? A candidatura presidencial do tucano saiu, de fato, fortalecida?

O PSDB, hoje sob comando do tucano novato João "Dólar", foi o partido que mais perdeu prefeituras no pleito deste ano. Em 2016, a sigla elegeu 805 prefeitos; agora foram 520 eleitos – menos 285 governos municipais. Alguns tombos foram feios, como em Porto Alegre (RS), Teresina (PI) e Manaus (AM).

O passaporte diplomático dos mercadores da fé

Por Altamiro Borges


Perguntar não ofende: Em agosto passado, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu a cassação dos passaportes diplomáticos do "apóstolo" Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, e do "missionário" R.R. Soares, chefão da Igreja Internacional da Graça. Eles já foram cassados ou seguem válidos?

O passaporte diplomático concede vários privilégios nos aeroportos do mundo inteiro. Em seu parecer, o procurador-regional da República Luiz Carlos dos Santos Gonçalves argumentou que a concessão da regalia oficial para líderes religiosos viola o princípio da laicidade do Estado.

Globo demite veteranos do jornalismo

Por Altamiro Borges


A crise do modelo de negócios da mídia hegemônica segue em ritmo acelerado - e se agrava em função dos impactos econômicos da pandemia da Covid-19. A coluna “Notícias da TV” do site UOL destaca que a "Globo demite veteranos e muda a cúpula do Jornalismo em São Paulo". As mudanças são bruscas e profundas.

Segundo a matéria, "a Globo anunciou nesta terça-feira (1º) a demissão de sete jornalistas veteranos, entre eles Luís Fernando Silva Pinto, que era correspondente em Washington desde 1986. As principais mudanças, no entanto, foram na direção de Jornalismo de São Paulo e no Globo Repórter".

A cobertura jornalística nas eleições 2020

Brasileiro não pode ser premiado

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

Nelson Rodrigues já dizia que o brasileiro é um pobre e indefeso ser, um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem. O brasileiro ostenta tranquilidade, gosta de celebrar, cultiva a alegria. É a sua superfície. Mas essa superfície festiva mal esconde um lado triste, sombrio, soturno. Eis a verdade: o brasileiro carrega na carne e na alma séculos de decepções e humilhações. O povo, enraizado na escravidão; a elite, enraizada na subserviência colonial.

Mais um vitorioso, o antipetismo

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


A direita tradicional, agora alcunhada de centro, hegemonizou o Brasil, pela força colossal conferida principalmente a cinco partidos: MDB, PSDB, DEM, PP e PSD.

A mídia corporativa destaca também, com indisfarçada satisfação, a inegável derrota do PT, bem como o mau desempenho de toda a esquerda. Deixa, entretanto, de apontar mais um vitorioso, o antipetismo, que mostrou-se vivo e forte.

Não devíamos relegar a terceiro plano a derrota, esta sim, acachapante, da extrema direita e do bolsonarismo. Ai de nós se Bolsonaro estivesse hoje colhendo vitórias Brasil afora.

A derrota do bolsonarismo nas eleições

Editorial do site Vermelho:


Se há um consenso no balanço das eleições municipais é que o assevera a derrota das candidaturas bolsonaristas. Além, é claro, das singularidades de cada município, pesou na decisão do eleitorado, ao rechaçar nomes da extrema direita, o duplo fracasso do presidente Bolsonaro. Na economia, a recessão é severa e o desemprego bate recordes seguidos; no combate a pandemia, o Brasil é o segundo no mundo, em termos absolutos e no número de óbitos. Pela opinião de especialistas, o país se vê às voltas com a eclosão de uma possível segunda onda.

A eleição e o período de derrota popular

Por Jeferson Miola, em seu blog:


1.

É preciso ir além da conjuntura eleitoral e emoldurar a análise da eleição municipal dentro deste que é um período histórico de profunda e brutal derrota popular no Brasil. A análise periodizada é uma chave para se apreender os elementos estruturais que contribuíram para mais um episódio eleitoral desfavorável à esquerda e ao campo progressista.

2.

Este período histórico se caracteriza pela derrota não só do campo progressista e popular, mas da democracia e do Estado de Direito. Esta derrota se iniciou no processo coordenado de desestabilização dos governos petistas e de conturbação do ambiente político a partir de 2012/2013, quando houve o julgamento midiático do chamado “mensalão” [2012] pelo STF e, na sequência, as “jornadas de junho” [2013] incensadas pela Globo.

A vitória soturna da mentira e do medo

Por Tarso Genro, no site Sul-21:


No sábado que precedeu o domingo eleitoral uma falsa pesquisa da Datafolha anunciava a vitória do candidato que fora encurralado e devastado, na noite anterior, por uma Manuela serena e segura das suas convicções, depois do maior tufão de mentiras, calúnias, impropriedades e ataques morais, jamais despejados -certamente por bases organizadas de criminosos, dentro e fora do país- contra qualquer candidato à Prefeitura de Porto Alegre, em toda a sua história. Esta eleição em Porto Alegre esgota a legitimidade das eleições democráticas na cidade e abre – caso Melo se associe a um destino bolsonarista que parece estar em andamento – um ciclo de perversões sem fim, em direção a uma ruptura sem volta, entre as forças políticas da cidade.

Desembargadora-fake é promovida. Absurdo!

Por Altamiro Borges


O Judiciário nativo realmente vive no Olimpo e é hermético à sociedade. Nesta segunda-feira (30), a patética desembargadora Marília de Castro Neves foi eleita para integrar o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ. O cargo é uma espécie de promoção. Um verdadeiro absurdo!

A desembargadora-fake, como também é chamada, concorreu como candidata única na vaga do Ministério Público ao colegiado. A asquerosa Marília de Castro Neves ficou famosa após acusar falsamente a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, de ter vínculos com organizações criminosas.