domingo, 20 de março de 2022

Bolsonaristas xingam ex-juizeco Moro de Judas

Charge: Nani
Por Altamiro Borges


A vida é irônica e cruel! O ex-juizeco Sergio Moro foi decisivo para a eleição de Jair Bolsonaro, como já admitiu o próprio "capetão" em várias entrevistas. Ele até recebeu de presentinho o cargo de ministro da Justiça e Segurança. Após ser defecado do governo, porém, ele virou motivo de ódio das milícias bolsonaristas. Na sexta-feira (18), Moro foi xingado de Judas em Sorocaba, no interior de São Paulo.

Sem maior escarcéu, o site UOL registrou que o presidenciável do Podemos foi agredido por um grupo de seguidores do neofascista. O momento das vaias e dos xingamentos foi registrado pelo vereador bolsonarista Vinicius Aith (PRTB) nas redes sociais. “Pode explicar por que traiu o presidente Bolsonaro? Vai sair como Judas mesmo? Moro traidor!”, tuitou.

TV Globo sofre nova goleada no futebol

Por Altamiro Borges


Na quarta-feira passada (16), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou a multa de R$ 9,9 milhões aplicada à Rede Globo pelo Procon por propaganda enganosa no campeonato brasileiro de futebol de 2019. Conforme relembra o jornalista Rogério Gentile em matéria na Folha, “naquele ano, parte dos jogos de Palmeiras e a totalidade dos jogos do Athletico Paranaense não foram transmitidos pelo canal Premiere, o serviço de pay-per-view do futebol da Globo, por falta de acordo financeiro com as equipes”. Daí a abertura do processo e a definição de multa milionária.

Repórter da Folha derrota deputado misógino

Ilustração: Daaniel Marsula/Post-Gazette
Por Altamiro Borges


Em votação nesta sexta-feira (18), a Justiça de São Paulo manteve a condenação em primeira instância que obriga o deputado estadual André Fernandes (Republicanos-CE) a indenizar em R$ 50 mil a jornalista Patrícia Campos Mello. A repórter da Folha entrou com uma ação judicial após ser alvo de ataques misóginos do parlamentar bolsonarista pelas redes sociais.

A decisão foi tomada por consenso pelos desembargadores da 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo Erickson Gavazza Marques, Mônaco da Silva e James Siano. Ainda cabe recurso às cortes superiores, mas tudo indica que a sentença será mantida em função da debilidade dos argumentos apresentados pela defesa do deputado.

Aumento dos juros agrava crise econômica

Lula-Alckmin: A um passo de união inédita

Lula no assentamento Eli Vive, em Londrina. Foto: Mídia NINJA
Por Fernando Brito, em seu blog:


Geraldo Alckmin, afinal, deu o penúltimo passo para sua candidatura a vice do ex-presidente Lula, nas eleições presidenciais de outubro, filiando-se ao PSB.

A posição lhe dá, ao mesmo tempo, obrigações e direitos.

A obrigação é a de fazer o que for necessário, politicamente, para que a chapa se apresente absolutamente unida e, assim como foi capaz no plano nacional, colocar as divergências históricas de lado para enfrentar o grande mal que caiu sobre este país, fazer isso no plano estadual, onde é indiscutível a força eleitoral de quem foi quatro vezes governador dos paulistas.

Como aprender a odiar os russos

Charge: Jota Camelo
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Odiar não exige nem prática nem habilidade. Odiar é fácil. Não cobra esforço intelectual – pelo contrário, pensar pode atrapalhar o bom curso do ódio. Basta portar-se como uma esponja absorvendo todo o ódio que nos é ofertado. O ódio da moda é dos russos. Quem odeia outra coisa, odeia errado.

Temos excelentes professores desta disciplina que, aliás, não exige disciplina nenhuma. Parte das plataformas de mídia dos Estados Unidos – agências noticiosas, jornais, TV, filmes, rádios, livros, quadrinhos, sites – o melhor ódio encontrável no mercado. Dali esparrama-se pelo planeta. Não há quem explore melhor este filão, fazendo-nos mostrar a pior parte de nós mesmos.

Atingiu um grau de excelência graças ao fato de que cedo madrugou no ódio. Começou adestrando o público interno mas logo ganhou o mundo.

Petrobras, “vaca leiteira” dos mercados?

Charge: reprodução da Internet
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:


Sob o capitalismo, as duas lógicas de ferro para qualquer agente econômico são competir e acumular. Em sua fase neoliberal, o sistema tornou ainda mais obsessiva a luta por estes objetivos. Por isso, as políticas impostas à Petrobras pelos dirigentes que a controlam desde 2016 parecem, à primeira vista, tão incongruentes. No texto de abertura desta série, vimos que o PPI – Preço de Paridade de Importação adotado pela estatal – está servindo para favorecer seus concorrentes. A Petrobras tem plenas condições (estrutura e conhecimento tecnológico) para refinar o petróleo e produzir 100% dos derivados de que o Brasil necessita. Mas, ao elevar artificialmente os preços finais no varejo, cria vantagens econômicas para que empresas multinacionais importem os combustíveis, vendam-nos com lucro e abocanhem fatias cada vez maiores do mercado interno.

Informalidade cresce 20% e renda despenca

Reprodução: Sindicato dos Bancários da Bahia
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

A taxa de desemprego no país foi a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, menos do que em outubro (12,1%) e do que há um ano (14,5%). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (18), o número de desempregados é estimado em 12,048 milhões, queda de 6,6% no trimestre e de 18,3% em um ano. Mas, em boa medida, isso se deve ao crescimento das ocupações informais e, em consequência, à queda expressiva da renda: o trabalhador perde quase 10% em um ano.

Falta pegar quem financia a milícia digital?

Charge: Mário
Por Moisés Mendes, em seu blog:

O Telegram está fora do ar, mas os grandes financiadores da produção e disseminação de mensagens com mentiras, difamações e conspirações continuam soltos e à vontade. A estrutura das milícias digitais está viva e impune.

Alexandre de Moraes faz bom serviço ao encurralar e amordaçar Allan dos Santos, ao acabar no Brasil com uma das plataformas em que essa turma se movimenta e ao avisar que vai seguir em frente.

Corta um pedaço das pernas dos que se movem em pântanos, desorienta os milicianos operadores de redes de fake news, mas ainda falta chegar a quem sustenta o sistema.

O imperialismo e o domínio da narrativa

Charge: Geuvar
Por Jair de Souza

Com os choques armados rolando soltos na Ucrânia neste preciso momento, temos uma boa oportunidade de verificar como se expressam na prática aquelas teorias linguísticas que debatíamos em nossos tempos de estudos acadêmicos.

Para alguém com algum embasamento em análise crítica do discurso, chegou a ocasião de confrontar as teorias e proposições tantas vezes estudadas em livros e artigos com aquilo que estamos vivenciando na realidade.

Para começar, quero deixar patente que está se comprovando muito válida aquela tese que costumávamos encontrar nos escritos do linguista holandês Teun Van Dijk de que a linguagem dos meios de comunicação refletem, em última instância, a base ideológica de quem a sustenta. Em outras palavras, não se pode esperar neutralidade de seres humanos quando abordam confrontações entre os próprios seres humanos. Somente estamos em condições de manter neutralidade e isenção em questões onde não existam interesses sociais em jogo.