segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A fábrica de acusações contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como já se antecipara aqui, segue o clima de perseguição a Lula com acusações sem pé nem cabeça, mas com promotores dispostos a colocá-las nas primeiras páginas de jornais e de juízes prontos a aceitá-las, pela oportunidade de brilhar no mesmo palco de Sérgio Moro.

Agora, trata-se de um suposto “tráfico de influência” que Lula teria praticado ao fazer de um empresário portador de uma carta ao presidente da Guiné Equatorial. Lula já havia deixado há tempos de ser presidente e não ocupava nenhum cargo público, e não menciona nenhum negócio, exceto que Rodolfo Geo, era diretor da ARG, Rodolfo dirige “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”.

Jeito político de Bolsonaro já naufragou

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Nunca existiu um político eleito que tenha cumprido todas as expectativas oferecidas durante a eleição. É natural da política, mas Bolsonaro certamente levará o chamado “estelionato eleitoral” para um novo patamar. O presidente eleito justificou a nomeação de ministros envolvidos em denúncias afirmando que a “questão ideológica é mais grave do que a corrupção”. Sobre a nomeação de um réu no Supremo, debochou: “Eu também sou réu no Supremo. E daí?”

As mentiras sobre a medicina em Cuba

Por Nésio Fernandes, no site Vermelho:

Desde que foi criado o Programa Mais Médicos e grande parte dos profissionais que o integram vieram de Cuba, muita mentira tem circulado sobre a formação daqueles profissionais oriundos e suas condições de trabalho no Brasil. As mentiras se espalharam com maior profusão nas redes sociais e se intensificaram depois que Jair Bolsonaro afirmou que fará mudanças no Mais Médicos que tornam inviável a permanência dos cubanos no programa e levaram Cuba a encerrar a parceria.
 

A nova corte e a fragilidade de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – as fragilidades de Bolsonaro

Prosseguimos na tentativa de decifrar Jair Bolsonaro, juntando mais fragmentos do homem e do grupo trazidos por pessoas que transitam por lá. Como Bolsonaro é um ator político totalmente não-convencional, esses bastidores são mais reveladores do que a cobertura da mídia brasiliense, espremida por pressões dos veículos ou pela necessidade de construir boas relações com as novas fontes.

Ontem, no Twitter, o jornalista norte-americano Vincent Bevins – que foi correspondente no Brasil do Los Angeles Times – traçou um retrato cruel da cobertura sobre Bolsonaro.

O time neoliberal de Paulo Guedes

Por Umberto Martins, no site da CTB:

Paulo Guedes, guru e superministro da Economia de Bolsonaro, está formando no entorno de sua pasta um time de neoliberais que promete radicalizar a agenda entreguista do governo Michel Temer. Nesta quinta ele anunciou os futuros presidentes do Banco do Brasil, Rubens Novaes, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, expoentes do pensamento privatista.

Era Temer-Bolsonaro: regressão do trabalho

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O ingresso passivo e subordinado na globalização durante a era dos Fernandos – Collor (1990-92) e Cardoso (1995-2002) – empurrou o Brasil para o emparedamento entre dois tipos de saídas nacionais. A primeira em referência às nações de alta renda per capita de organizada e regulada exploração econômica do trabalho por meio dos investimentos em educação, ciência e variada inovação (tecnológica, institucional, produtiva e outras) – geradora de ganhos sistêmicos da produtividade.

Bolsonaro é uma peça dos EUA

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Jair Bolsonaro é uma peça dos EUA. Assim como Sérgio Moro, que foi formado lá. A nomeação do juiz para o Ministério da Justiça é uma exigência norte-americana. Bolsonaro não manda muito. É um personagem grotesco, patético. Quem manda são os capitais que estão por trás dele. Como aconteceu com Hitler, quando ele chegou ao poder.

A avaliação é de Juan Carlos Monedero, um dos criadores do Podemos espanhol, em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo). Cientista político, professor da Universidade Complutense de Madri, ele defende a formação de uma frente ampla, pois “a direita está unida em todo o mundo”.

Bolsonaro tem condições de governar o país?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar esta data. Amigos, esta é uma data para lembrar e comemorar” (Ricardo Vélez Rodriguez, filósofo colombiano, ministro da Educação do novo governo).

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Dirão alguns de vocês que a pergunta do título não tem cabimento porque o capitão-deputado Jair Bolsonaro, de 63 anos, acabou de ser eleito, com mais de 57 milhões de votos, e agora não adianta reclamar.

Pois só agora, um mês após a a sua vitória, é que começamos a saber o que realmente pensa e quer no poder o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos, político profissional do baixo clero há mais de três décadas, sobre quem pouco se conhecia, já que ele fugiu dos debates durante a campanha.

Num dia desses qualquer

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Pode acontecer num dia qualquer.

Num dia desses em que Aécio Neves continuar solto e deputado.

Num dia desses em que for arquivado mais um processo contra Serra, Aloysio, Ônix, Geddel e o Gato Angorá.

Num dia desses em que Temer estiver – quem sabe – despachando no Palácio Pamphilj, em Roma, ou em outra qualquer embaixada ao redor do mundo.

Sobre a mal(dita) polarização da sociedade

Charge: Renan Lima
Por Alexandre de Freitas Barbosa, no site Brasil Debate:

A “polarização” virou moda. Todos a pronunciam: a colunista da Folha, o cientista social renomado e a minha filha adolescente na prova do Enem. Dividiu as famílias, sacrossanto pilar da sociabilidade burguesa. Virou senso comum. O país estaria dividido entre “nós e eles” ou vice-versa.

A quem interessa o discurso da polarização, de que a sociedade brasileira estaria partida ao meio? Os intelectuais trabalham com conceitos que comportam sentidos. Vivemos de problematizar o real e de buscar a gênese das construções ideológicas a serviço de determinados segmentos sociais, com o intuito de desconstruí-las.