domingo, 9 de setembro de 2018

As eleições e a linguagem do povo

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

As eleições deste ano buscam sensibilizar um eleitorado no qual 49% dos que têm mais de 25 anos ainda não completaram o ciclo do Ensino Fundamental (IBGE); no qual 95 milhões de brasileiros têm renda de até R$ 14 por dia (46%) e 41 milhões, renda entre R$ 14 e R$ 21 por dia (20%); no qual 13,7 milhões de desempregados se somam aos milhões que perderam as esperanças de encontrar uma vaga.

Buscar mantê-los na ignorância, doutriná-los por meio da televisão, controlá-los pela violência parece ser a alternativa adotada pelos donos do poder para tentar submetê-los à sua vontade. Segundo eles, as questões sociais não cabem no orçamento público e os pobres têm de ficar no seu lugar.

Mídia brasileira esconde caos na Argentina

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Já contabiliza uma morte a crescente onda de saques a supermercados na Argentina, algo que a mídia tradicional tem se esforçado para manter embaixo do tapete.

O menino Ismael Ramírez, de apenas 15 anos, morreu na segunda-feira em decorrência de um disparo de arma de fogo na cidade de Saenz Peña. Há pelo menos mais uma vítima em estado grave que foi encaminhada ao hospital na província argentina do Chaco.

Em Comodoro Rivadavia o saldo foi de nove detenções também ocorridas durante o saque a um Carrefour e na noite de ontem (dia 4), ao menos outras duas ocorrências: em Mar del Plata um grupo de aproximadamente 15 pessoas saqueou um supermercado (na fuga quatro foram detidos), e uma tentativa a um pequeno comércio acabou frustrada pelo proprietário que disparou tiros para o alto.

Agressão a Bolsonaro não muda a eleição

Por Marcelo Zero

O lamentável atentado contra Bolsonaro, que deve ser condenado por todos, embora possa ter algum impacto de curto prazo na opinião pública, não terá consequências significativas nos resultados das eleições.

Isso por dois motivos principais.

Em primeiro lugar, porque, apesar das especulações surgidas, o atentado foi obra clara de um indivíduo completamente desequilibrado, desses que fala sozinho e acredita em teorias da conspiração.

Um esquizofrênico que vive fora da realidade. Não, foi, portanto, um atentado político, como foram os disparos contra a Caravana de Lula e o bárbaro assassinato de Marielle Franco, até hoje não esclarecidos.

Lula e a eficácia dos meios hegemônicos

Por Ezequiel Rivero, no site Carta Maior:

A intervenção do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, que se pronunciou em agosto a favor de que Lula exerça seus direitos políticos e seja candidato presidencial, não foi acatada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro, que decidiu aumentar ainda mais a ação e pressão da Justiça sobre o ex-presidente e suas possibilidades, agora remotas, de ser candidato.

Que papel tiveram os meios de comunicação, em particular a Rede Globo, na cobertura do processo que conduziu o ex-mandatário à prisão?

Argentina: crise, falsa saída e contágio

Por Mark Weisbrot, em entrevista a Greg Wilpert, no site Outras Palavras:

Nos últimos dias, a crise econômica na Argentina está se tornando cada vez mais séria. Semana passada, o presidente Maurício Macri anunciou um novo aumento nas taxas de juros do país, elevando-as a 60% - as mais altas do mundo. A medida visa deter a fuga de capitais e o declínio da moeda argentina. O peso já caiu mais de 50% desde o começo do ano, e despencou mais uma vez no início da semana. Macri planeja também aumentar os impostos sobre exportação e introduzir medidas de austeridade ainda mais duras do que as já introduzidas este ano. O ministro das Finanças do país, Nicolas Dujovne, descreveu assim seu plano:

"Resposta de ódio" a quem "prega o ódio"

Do jornal Brasil de Fato:

"Um cara que prega o ódio recebeu uma resposta de ódio", lamentou, ao Brasil de Fato, a psicanalista Maria Rita Kehl em referência ao ataque a faca contra o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha em um centro comercial da cidade. Enquanto era carregado nos ombros por um de seus seguranças, Bolsonaro foi perfurado por uma faca na região do abdômen e foi levado à Santa Casa, onde passou por uma cirurgia para reparar perfurações nos intestinos grosso e delgado, segundo informações repassadas pelo hospital à imprensa.

A mídia e a contaminação do Judiciário

Por Glauco Faria, na Rede Brasil Atual:

O instituto da delação ou colaboração premiada, celebrizado na Operação Lava Jato, já havia sido adotado como uma estratégia no caso Banestado. Seu ressurgimento, com o mesmo juiz, Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, resultou, no entanto, em um número muito maior de sentenças condenatórias. Seu uso também foi mais difundido e, em parte, isso se deve a um fator fundamental: a cobertura midiática.

PT processa Janaína Paschoal e Magno Malta

Do blog Viomundo:

Na madrugada deste domingo, 9/9, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação penal contra Janaína Conceição Paschoal e o senador Magno Malta pelos crimes de calúnia e difamação.

A primeira, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A segunda, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ambos disseminaram mentiras em relação à facada sofrida por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da República, em juiz de Fora (MG), na última quinta-feira, 06/9.

Valentes com Haddad; mansos com o general

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem falou-se aqui do grau de rebaixamento do jornalismo brasileiro com o Tribunal da Inquisição montado pela Globonews para queimar vivo Fernando Haddad.

Enganou-se quem achou que era o mais baixo degrau a que poderiam descer.

A entrevista do General Hamilton Mourão, ontem, foi ainda pior.

Tibieza, covardia, palavras mansas, tons suaves, mesmo quando os assuntos eram os mais brutais.

'Novo' nome para a velha direita neoliberal

Arte: Bancários Rio
Por Marina Lacerda, no blog Socialista Morena:

É comum apresentar as propostas relacionadas ao extremo liberalismo econômico como algo “moderno”, no sentido atualizado, fresco, recém-fundado, inexperimentado. É isso que faz o Partido “Novo”. Suas “novidades” são Estado Mínimo, “menos intervencionista, com menos impostos e menos burocracia”; livre mercado; empreendedorismo; privatizações…

Tudo, na verdade, muito velho.

Juiz de Fora não mudou a eleição

Editorial do site Vermelho:

Depois do episódio de Juiz de Fora, a chamada grande mídia vem pontificando que a campanha presidencial passou a ser categoricamente uma outra. Dia e noite, noite e dia, tenta beatificar Jair Bolsonaro.

É obvio que a campanha foi impactada, fortemente, pelo que ocorreu na cidade mineira. Daí dizer que há uma metamorfose, mudança de qualidade entre as candidaturas em disputa, daí quase colocar a faixa presidencial no candidato agredido, são coisas bem diferentes.

Das Diretas-Já ao boneco de Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quis o destino, sempre ele, que a chamada da minha matéria “Das Diretas-Já a Tancredo Neves, a longa transição para a democracia”, na capa da Folha deste sábado, saísse junto com a foto de um boneco de Jair Bolsonaro.

Entre estes dois episódios emblemáticos da nossa história, passaram-se apenas 34 anos - da grande festa cívica da redemocratização, que varreu de esperança as ruas do país em 1984, à tragédia que vivemos hoje, na antevéspera de mais uma eleição direta para presidente da República.

As facadas atingiram Alckmin e Marina

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não faltou quem dissesse que o ataque que quase matou o extremista de direita Jair Bolsonaro “mudará a eleição”. Essa premissa sobre “mudar” a eleição pode ter mil e um significados, mas o pretendido pelos seus propagadores é o de que Bolsonaro sairia (eleitoralmente) mais forte desse ataque.

A análise não procede cem por cento, mas não dá para acreditar que nada aconteça nas intenções de voto após um episódio como esse. Alguma coisa Bolsonaro irá lucrar.