quarta-feira, 11 de março de 2020
Jornalista é torturado na Bolívia
Foto: Prensa Latina |
O jornalista Rene Huarachi, da Rádio e Televisão Bartolina Sisa, foi perseguido, preso e torturado pela polícia boliviana após documentar na última quinta-feira as crianças do Colégio 25 de Julho, de Senkata, em El Alto, recebendo nuvens de bombas de gás lacrimogêneo próximas aos protestos contra a presença da autoproclamada presidenta Jeanine Áñez. Com cerca de mil estudantes, a escola necessitou ser evacuada pelos professores, em meio ao choro e ao medo dos pequenos.
O coronavírus e o fim do voo de galinha
Por Paulo Nogueira Batista Jr., no site da Fundação Maurício Grabois:
Na mídia brasileira e mundial, abundam comentários e previsões de economistas sobre o impacto do coronavírus. Posso acrescentar mais alguns? A minha relutância decorre do fato de que nós, economistas, pouco sabemos de questões de saúde, obviamente. E, pior, temos pouco ou nenhum acesso ao futuro. O futuro para nós é um ilustre desconhecido com quem apenas fingimos certa intimidade, por motivos estritamente comerciais, como o leitor bem pode imaginar.
Pibinho: economia volta ao patamar de 2013
Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:
Em 2017 e 2018 o crescimento da nossa economia girou em torno de 1,3% e ano passado um pífio 1,1%
Na última terça-feira (4) foi divulgado o resultado definitivo da evolução econômica do Brasil no ano de 2019. Ou seja, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
E a projeção inicial, não só do governo, mas de empresários e da imprensa que torce muito - não digo pelo governo Bolsonaro, mas pela aprovação do conjunto de reformas que ele apresenta à população brasileira - girava em torno de 2,5 a 3%.
Pois bem, o resultado apresentado foi que houve um pífio crescimento de somente 1,1%, inferior ao crescimento da economia nos dois anos anteriores, do governo Temer, que foi muito pequeno, mas superior ao de 2019.
Na última terça-feira (4) foi divulgado o resultado definitivo da evolução econômica do Brasil no ano de 2019. Ou seja, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
E a projeção inicial, não só do governo, mas de empresários e da imprensa que torce muito - não digo pelo governo Bolsonaro, mas pela aprovação do conjunto de reformas que ele apresenta à população brasileira - girava em torno de 2,5 a 3%.
Pois bem, o resultado apresentado foi que houve um pífio crescimento de somente 1,1%, inferior ao crescimento da economia nos dois anos anteriores, do governo Temer, que foi muito pequeno, mas superior ao de 2019.
Mas não era uma “fantasia”, Bolsonaro?
Por Fernando Brito, em seu blog:
O encontro do ministro da Saúde, na segunda-feira, em Brasília, com gestores de cinco grandes hospitais privados que a Folha noticia e no qual Luiz Henrique Mandetta apresentou um prognóstico de que os casos de infecção por coronavírus no Brasil terão um imenso aumento nas próximas semanas traz implícito um ato de extrema gravidade praticado pelo sr. Jair Bolsonaro.
Afinal, quando disse ontem em Miami, que o coronavírus era “muito mais uma fantasia”, seu auxiliar para a Saúde chamava dirigentes de hospitais para se juntarem a um mutirão, frente à gravidade e ao volume que se espera aqui para esta epidemia.
O encontro do ministro da Saúde, na segunda-feira, em Brasília, com gestores de cinco grandes hospitais privados que a Folha noticia e no qual Luiz Henrique Mandetta apresentou um prognóstico de que os casos de infecção por coronavírus no Brasil terão um imenso aumento nas próximas semanas traz implícito um ato de extrema gravidade praticado pelo sr. Jair Bolsonaro.
Afinal, quando disse ontem em Miami, que o coronavírus era “muito mais uma fantasia”, seu auxiliar para a Saúde chamava dirigentes de hospitais para se juntarem a um mutirão, frente à gravidade e ao volume que se espera aqui para esta epidemia.
Será possível escapar da ditadura financeira?
Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:
Estamos todos procurando novos caminhos. Os objetivos não são misteriosos, temos de assegurar um mínimo de equilíbrios entre o poder corporativo, o setor público e as organizações da sociedade civil para construir uma sociedade economicamente viável, mas também socialmente justa e ambientalmente sustentável. A globalização, a financeirização e o poder dos gigantes corporativos reduziram drasticamente a nossa capacidade de assegurar uma sociedade funcional. E no processo de globalização os Estados nacionais perderam grande parte da sua capacidade de batalhar o bem comum. Um novo pacto é indispensável, na linha do que já se fez nos EUA de Roosevelt em 1933, mas agora incorporando a dimensão ambiental. É o Green New Deal.
Estamos todos procurando novos caminhos. Os objetivos não são misteriosos, temos de assegurar um mínimo de equilíbrios entre o poder corporativo, o setor público e as organizações da sociedade civil para construir uma sociedade economicamente viável, mas também socialmente justa e ambientalmente sustentável. A globalização, a financeirização e o poder dos gigantes corporativos reduziram drasticamente a nossa capacidade de assegurar uma sociedade funcional. E no processo de globalização os Estados nacionais perderam grande parte da sua capacidade de batalhar o bem comum. Um novo pacto é indispensável, na linha do que já se fez nos EUA de Roosevelt em 1933, mas agora incorporando a dimensão ambiental. É o Green New Deal.
Cuba resiste ao cerco criminoso dos EUA
Por Frei Betto, no Correio da Cidadania:
Estive três vezes em Cuba neste início do ano, a serviço da FAO. O país está seriamente afetado pelo bloqueio usamericano, agravado pela política agressiva de Trump. Faltam gás de cozinha e combustível para veículos. Os navios mercantes são ameaçados de sanções caso aportem em Cuba para descarregar seus containers. Todos os voos dos EUA à ilha estão suspensos por ordem da Casa Branca, exceto os que pousam em Havana.
Apesar de tudo, Cuba resiste. A população tem consciência de que o governo tudo faz para contornar as dificuldades, e que a culpa das carências é do bloqueio, que já dura 59 anos.
Apesar de tudo, Cuba resiste. A população tem consciência de que o governo tudo faz para contornar as dificuldades, e que a culpa das carências é do bloqueio, que já dura 59 anos.
A resposta acovardada do TSE
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Dos EUA, Bolsonaro lançou a grave suspeita de que só não foi eleito no 1º turno da eleição de 2018 porque ocorreu fraude. Ele foi peremptório na acusação à justiça eleitoral brasileira:
“Eu acredito que, pelas provas que tenho nas minhas mãos e que vou mostrar brevemente, eu fui eleito em primeiro turno, mas no meu entender houve fraude, né?! E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos”.
Bolsonaro sabe que a eleição de 2018 foi fraudada. Mas a fraude foi montada justamente para favorecê-lo, não para prejudicá-lo.
Dos EUA, Bolsonaro lançou a grave suspeita de que só não foi eleito no 1º turno da eleição de 2018 porque ocorreu fraude. Ele foi peremptório na acusação à justiça eleitoral brasileira:
“Eu acredito que, pelas provas que tenho nas minhas mãos e que vou mostrar brevemente, eu fui eleito em primeiro turno, mas no meu entender houve fraude, né?! E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos”.
Bolsonaro sabe que a eleição de 2018 foi fraudada. Mas a fraude foi montada justamente para favorecê-lo, não para prejudicá-lo.
A lógica é reduzir ou liquidar direitos
Por Marcos Verlaine, no site do Diap:
Todos precisamos entender o que está acontecendo no País. Dilma, Lula, PT e a esquerda de modo geral não foram escanteados do poder político em razão de desvios ético-morais. Este sempre foi o pano de fundo usado, para de algum modo, interromper o aprofundamento do processo democrático brasileiro. As classes dominantes brasileiras são desruptivas.
Foi assim na dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, a chamada “Noite da agonia”, teve ainda o golpe de 3 de novembro de 1891, com dissolução, via decreto, do Congresso Nacional. Ainda em 1891 houve 2 revoltas, conhecidas como “Revolta da Armada”. A primeira destituiu Deodoro da Fonseca, a segunda tentou emparedar Floriano Peixoto, que assumira no lugar de Deodoro. Em 1937 houve o golpe do “Estado Novo”, que manteve Getúlio Vargas no poder; em 1945 foi deposto. Voltou em 1950. Em 1954, com o suicídio, Getúlio interrompeu o golpe civil-militar, que estava em gestação. Esse só foi se concretizar 10 anos depois, em março/abril de 1964, com a deposição do presidente João Goulart pelas Forças Armadas, e a instauração de ditadura civil-militar, que durou 21 anos.
Todos precisamos entender o que está acontecendo no País. Dilma, Lula, PT e a esquerda de modo geral não foram escanteados do poder político em razão de desvios ético-morais. Este sempre foi o pano de fundo usado, para de algum modo, interromper o aprofundamento do processo democrático brasileiro. As classes dominantes brasileiras são desruptivas.
Foi assim na dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, a chamada “Noite da agonia”, teve ainda o golpe de 3 de novembro de 1891, com dissolução, via decreto, do Congresso Nacional. Ainda em 1891 houve 2 revoltas, conhecidas como “Revolta da Armada”. A primeira destituiu Deodoro da Fonseca, a segunda tentou emparedar Floriano Peixoto, que assumira no lugar de Deodoro. Em 1937 houve o golpe do “Estado Novo”, que manteve Getúlio Vargas no poder; em 1945 foi deposto. Voltou em 1950. Em 1954, com o suicídio, Getúlio interrompeu o golpe civil-militar, que estava em gestação. Esse só foi se concretizar 10 anos depois, em março/abril de 1964, com a deposição do presidente João Goulart pelas Forças Armadas, e a instauração de ditadura civil-militar, que durou 21 anos.
O rei está nu e doente
Por Marcelo Zero
Warren Buffett tem uma frase muito boa sobre crises. Disse ele: só quando a maré baixa é que se pode ver quem andou nadando pelado.
De fato, quando a maré está alta, quando tudo está aparentemente bem, não se pode notar, com precisão, o grau de exposição a risco de empresas, governos e bancos.
Porém, quando maré baixa, quando a crise começa, ficam evidentes as fraquezas e as ficções que mantinham certos nadadores flutuando.
É que está acontecendo com a crise precipitada pela pandemia do coronavírus.
O coronavírus está furando as bolhas especulativas geradas pela “financeirização” do capital e pela crescente desigualdade vinculadas ao modelo neoliberal. O coronavírus está expondo as doenças criadas pelo vírus do neoliberalismo e das políticas de austeridade.
Warren Buffett tem uma frase muito boa sobre crises. Disse ele: só quando a maré baixa é que se pode ver quem andou nadando pelado.
De fato, quando a maré está alta, quando tudo está aparentemente bem, não se pode notar, com precisão, o grau de exposição a risco de empresas, governos e bancos.
Porém, quando maré baixa, quando a crise começa, ficam evidentes as fraquezas e as ficções que mantinham certos nadadores flutuando.
É que está acontecendo com a crise precipitada pela pandemia do coronavírus.
O coronavírus está furando as bolhas especulativas geradas pela “financeirização” do capital e pela crescente desigualdade vinculadas ao modelo neoliberal. O coronavírus está expondo as doenças criadas pelo vírus do neoliberalismo e das políticas de austeridade.
Com unidade para enfrentar a grave crise
Por João Guilherme Vargas Netto
Algumas pessoas estranharam o silêncio das direções sindicais quando do anúncio do pibinho de 1%. Este silêncio contrastou com a atoarda na mídia grande, seja surpreendida ou indignada, seja leniente e explicativa, pelos de sempre.
Ao investigar o porquê do silêncio convenceu-me a resposta de um dirigente: “Não foi surpresa, a situação já estava arrochada e o número baixo apenas confirmou isso”; já estava precificado, como dizem os financistas.
Qual é hoje o estado de espírito nas bases sindicais? O que o silêncio esconde?
Algumas pessoas estranharam o silêncio das direções sindicais quando do anúncio do pibinho de 1%. Este silêncio contrastou com a atoarda na mídia grande, seja surpreendida ou indignada, seja leniente e explicativa, pelos de sempre.
Ao investigar o porquê do silêncio convenceu-me a resposta de um dirigente: “Não foi surpresa, a situação já estava arrochada e o número baixo apenas confirmou isso”; já estava precificado, como dizem os financistas.
Qual é hoje o estado de espírito nas bases sindicais? O que o silêncio esconde?
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