Por Marcelo Zero
Warren Buffett tem uma frase muito boa sobre crises. Disse ele: só quando a maré baixa é que se pode ver quem andou nadando pelado.
De fato, quando a maré está alta, quando tudo está aparentemente bem, não se pode notar, com precisão, o grau de exposição a risco de empresas, governos e bancos.
Porém, quando maré baixa, quando a crise começa, ficam evidentes as fraquezas e as ficções que mantinham certos nadadores flutuando.
É que está acontecendo com a crise precipitada pela pandemia do coronavírus.
O coronavírus está furando as bolhas especulativas geradas pela “financeirização” do capital e pela crescente desigualdade vinculadas ao modelo neoliberal. O coronavírus está expondo as doenças criadas pelo vírus do neoliberalismo e das políticas de austeridade.
A ortodoxia econômica está sendo cruelmente exposta em sua inépcia para estabilizar o capitalismo, promover o crescimento e prover bem-estar para toda a população.
Os mais otimistas afirmam, agora, que haverá recessão mundial neste primeiro semestre, com provável recuperação no segundo semestre. A China, já teve crescimento negativo em fevereiro, o primeiro resultado negativo desde o início dos anos 70. A mesma tendência inexorável de contração econômica deverá se verificar na Europa, no Japão, na Coreia do Sul e nos EUA, levando de roldão a economia mundial.
Os mais pessimistas, ou realistas, dizem, no entanto, que a crise, que começará afetando empresas, acabará por se estender também ao sistema financeiro e aos bancos, face ao alto grau de endividamento daquelas. A contração da produção e o consequente estrangulamento financeiro das empresas exporiam o alto grau de risco dos bancos.
Caso isso aconteça, poderemos ter uma crise semelhante à de 2008. Uma crise sistêmica de prazo mais longo. Tudo dependerá de quantos nadadores estavam pelados.
Pelo sim ou pelo não, a maior parte dos países está anunciando medidas fiscais de estímulos à economia. O Japão, já em recessão, está anunciando um pacote de US$ 4 bilhões. Os EUA, segundo Trump, anunciará um pacote de “medidas extraordinárias”, que incluem desoneração fiscal sobre folha de pagamentos e empréstimos facilitados para trabalhadores e pequenas empresa. A Itália, país mais afetado da Europa, terá um pacote de cerca de 10 bilhões de euros e, possivelmente, vai congelar pagamentos de dívidas, inclusive de hipotecas. Até Portugal, pouco afetado pela crise, anunciou um pacote inicial de 200 milhões euros para atender os setores mais afetados: turismo, tecidos e calçados.
E o Brasil?
Nada, absolutamente nada. É como se nada estivesse acontecendo aqui. O país está em crise há 5 anos, há fuga extensa de capitais, iniciada no ano passado, bem antes do coronavírus, mas, segundo nosso Pinochet Boy, tudo está sobre controle. Ele e sua gloriosa equipe de fracassados estão muito tranquilos. Basta insistir nas contraproducentes reformas neoliberais que tudo se arranjará, dizem. A fadinha da confiança vai acabar aparecendo para nos salvar.
E inacreditável, mas o Brasil não tem proposta e planos para enfrentar essa nova e grave crise global. Num momento em que todos falam em estímulos ficais, fica-se discutindo arrocho de servidor público e mais cortes de investimentos estatais.
Nesse sentido, o governo Bolsonaro está nu. Com a maré baixa da crise, mostra claramente que está perdido e que é um enorme vácuo de ideias. A única coisa que tem para apresentar é a mesmice neoliberal que está gestando a crise mundial, apenas precipitada pelo coronavírus.
No Brasil, o grande problema vem de dentro. É o governo incompetente e irresponsável que contamina todo o país.
Mas o governo não apenas não tem propostas para a crise gravíssima. O governo a agrava, talvez de forma proposital.
Com efeito, no meio da pior crise econômica desde 2008, Bolsonaro dedica-se a apostar em crise institucional, convocando suas hostes contra o Congresso e o STF e divulgando fake news, como a de que teria ganhado a eleição em primeiro turno. Nos muitos momentos de lazer, põe-se a colorir quadros de Romero Britto, sob o negro céu da recessão mundial que se avizinha.
Bolsonaro sabe que seu governo é um total fracasso e, agora, aposta no agravamento da crise para fechar o regime e se impor de forma bonapartista, ante a apatia e o medo das instituições democráticas agredidas. Como sempre, vai colocar a culpa de seu fracasso monumental no Congresso, no STF, na imprensa, no PT, no Drauzio Varella, no marxismo cultural e na mamadeira de pênis.
Nesse outro sentido, Bolsonaro também está nu. Com o auxílio de Trump, quer impor seu autoritarismo miliciano e militarizado. Revela-se, definitivamente, aquilo que sempre foi: um fascistoide demente.
O rei não apenas está nu, em sua majestosa incompetência. Está também doente, em seu evidente desprezo pela democracia e suas instituições.
A maré alta do antipetismo e do golpismo ocultou esse nadador pelado e seu coronavírus de incompetência, irresponsabilidade e autoritarismo. Agora, a maré baixa da crise revela-o em todo o seu esplendor de mediocridade e de insanidade.
Só falta aquele menino corajoso para apontar em sua direção e dizer, em voz alta, o que todos veem. Ou precisam ver.
Warren Buffett tem uma frase muito boa sobre crises. Disse ele: só quando a maré baixa é que se pode ver quem andou nadando pelado.
De fato, quando a maré está alta, quando tudo está aparentemente bem, não se pode notar, com precisão, o grau de exposição a risco de empresas, governos e bancos.
Porém, quando maré baixa, quando a crise começa, ficam evidentes as fraquezas e as ficções que mantinham certos nadadores flutuando.
É que está acontecendo com a crise precipitada pela pandemia do coronavírus.
O coronavírus está furando as bolhas especulativas geradas pela “financeirização” do capital e pela crescente desigualdade vinculadas ao modelo neoliberal. O coronavírus está expondo as doenças criadas pelo vírus do neoliberalismo e das políticas de austeridade.
A ortodoxia econômica está sendo cruelmente exposta em sua inépcia para estabilizar o capitalismo, promover o crescimento e prover bem-estar para toda a população.
Os mais otimistas afirmam, agora, que haverá recessão mundial neste primeiro semestre, com provável recuperação no segundo semestre. A China, já teve crescimento negativo em fevereiro, o primeiro resultado negativo desde o início dos anos 70. A mesma tendência inexorável de contração econômica deverá se verificar na Europa, no Japão, na Coreia do Sul e nos EUA, levando de roldão a economia mundial.
Os mais pessimistas, ou realistas, dizem, no entanto, que a crise, que começará afetando empresas, acabará por se estender também ao sistema financeiro e aos bancos, face ao alto grau de endividamento daquelas. A contração da produção e o consequente estrangulamento financeiro das empresas exporiam o alto grau de risco dos bancos.
Caso isso aconteça, poderemos ter uma crise semelhante à de 2008. Uma crise sistêmica de prazo mais longo. Tudo dependerá de quantos nadadores estavam pelados.
Pelo sim ou pelo não, a maior parte dos países está anunciando medidas fiscais de estímulos à economia. O Japão, já em recessão, está anunciando um pacote de US$ 4 bilhões. Os EUA, segundo Trump, anunciará um pacote de “medidas extraordinárias”, que incluem desoneração fiscal sobre folha de pagamentos e empréstimos facilitados para trabalhadores e pequenas empresa. A Itália, país mais afetado da Europa, terá um pacote de cerca de 10 bilhões de euros e, possivelmente, vai congelar pagamentos de dívidas, inclusive de hipotecas. Até Portugal, pouco afetado pela crise, anunciou um pacote inicial de 200 milhões euros para atender os setores mais afetados: turismo, tecidos e calçados.
E o Brasil?
Nada, absolutamente nada. É como se nada estivesse acontecendo aqui. O país está em crise há 5 anos, há fuga extensa de capitais, iniciada no ano passado, bem antes do coronavírus, mas, segundo nosso Pinochet Boy, tudo está sobre controle. Ele e sua gloriosa equipe de fracassados estão muito tranquilos. Basta insistir nas contraproducentes reformas neoliberais que tudo se arranjará, dizem. A fadinha da confiança vai acabar aparecendo para nos salvar.
E inacreditável, mas o Brasil não tem proposta e planos para enfrentar essa nova e grave crise global. Num momento em que todos falam em estímulos ficais, fica-se discutindo arrocho de servidor público e mais cortes de investimentos estatais.
Nesse sentido, o governo Bolsonaro está nu. Com a maré baixa da crise, mostra claramente que está perdido e que é um enorme vácuo de ideias. A única coisa que tem para apresentar é a mesmice neoliberal que está gestando a crise mundial, apenas precipitada pelo coronavírus.
No Brasil, o grande problema vem de dentro. É o governo incompetente e irresponsável que contamina todo o país.
Mas o governo não apenas não tem propostas para a crise gravíssima. O governo a agrava, talvez de forma proposital.
Com efeito, no meio da pior crise econômica desde 2008, Bolsonaro dedica-se a apostar em crise institucional, convocando suas hostes contra o Congresso e o STF e divulgando fake news, como a de que teria ganhado a eleição em primeiro turno. Nos muitos momentos de lazer, põe-se a colorir quadros de Romero Britto, sob o negro céu da recessão mundial que se avizinha.
Bolsonaro sabe que seu governo é um total fracasso e, agora, aposta no agravamento da crise para fechar o regime e se impor de forma bonapartista, ante a apatia e o medo das instituições democráticas agredidas. Como sempre, vai colocar a culpa de seu fracasso monumental no Congresso, no STF, na imprensa, no PT, no Drauzio Varella, no marxismo cultural e na mamadeira de pênis.
Nesse outro sentido, Bolsonaro também está nu. Com o auxílio de Trump, quer impor seu autoritarismo miliciano e militarizado. Revela-se, definitivamente, aquilo que sempre foi: um fascistoide demente.
O rei não apenas está nu, em sua majestosa incompetência. Está também doente, em seu evidente desprezo pela democracia e suas instituições.
A maré alta do antipetismo e do golpismo ocultou esse nadador pelado e seu coronavírus de incompetência, irresponsabilidade e autoritarismo. Agora, a maré baixa da crise revela-o em todo o seu esplendor de mediocridade e de insanidade.
Só falta aquele menino corajoso para apontar em sua direção e dizer, em voz alta, o que todos veem. Ou precisam ver.
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