terça-feira, 2 de agosto de 2022
Coragem para derrotar Bolsonaro
Charge: Aroeira |
A notícia mais auspiciosa dos últimos dias foi a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” e a mobilização em torno dela para coleta de assinaturas. A carta será lida em 11 de agosto na faculdade de Direito da USP e assinala os 45 anos de outro documento, lido no mesmo lugar e em momento bem mais difícil da vida nacional.
Em agosto de 1977, era preciso coragem para escrever e ler em público a “Carta aos Brasileiros”, como fez o jurista Goffredo da Silva Telles Jr. Por muito menos, a ditadura torturava e matava, e a chamada “linha dura” dos militares ameaçava com tempos ainda mais sombrios.
Bolsonaro, militares e o 'Reichstag brasileiro'
Foto: http://einestages.spiegel.de |
“As chamas que em 27 de fevereiro de 1933 queimaram o Reichstag, em Berlim, incendiaram também a frágil democracia alemã. Hitler soube usar o ataque, conduzido por um jovem holandês, para ampliar e consolidar seu poder”.
Nas breves linhas acima, destacadas do artigo 1933: Incêndio no Reichstag era golpe na democracia alemã [dw.com] , o historiador e cientista político alemão Marc von Lüpke-Schwarz resume bem o significado de um acontecimento chave para o ascenso nazista na Alemanha hitlerista dos anos 1930.
O Palácio de Reichstag era a sede do parlamento alemão que foi consumido pelas chamas de um incêndio criminoso provocado na noite de 27 de fevereiro de 1933. Hitler e os nazistas se apressaram em falsamente atribuir o atentado a uma “conspiração comunista”.
E agora, Jair?
Charge: Duke |
11 de agosto promete. Será lida na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, em São Paulo, a “Carta aos brasileiros”, manifesto em defesa da ordem democrática cuja expectativa até a data da manifestação é reunir 1 milhão de assinaturas, entre juristas, intelectuais, jornalistas, artistas, sindicalistas, lideranças da sociedade civil e até banqueiros.
Outro texto com o mesmo teor, lançado pela Fiesp, Febraban e outras organizações ligadas ao capital, recolhe apoios expressivos e evidencia o rompimento da elite empresarial e financeira com Bolsonaro.
Como para tudo na vida tem limite, a nação dá fortes sinais de que resolveu dar uma basta nas investidas de Bolsonaro contra a democracia.
7 de Setembro com tanques em Copacabana?
Tanques do Exército ocupam as ruas do Rio de Janeiro no golpe de 1964/Arquivo EBC |
A festa dos 200 anos da Independência já estava estragada pelo devaneio golpista de Jair Bolsonaro, que resolveu transformar uma data cívica e “comício militarizado” em favor de sua reeleição.
Hoje, na convenção do Partido Republicano em São Paulo, não satisfeito, lançou a “ideia de jerico” de transferir o desfile militar de Sete de Setembro, no Rio, para a Praia de Copacabana, transformada nos últimos tempos em palco recorrente das manifestações de seus apoiadores, em lugar de fazê-la na Avenida Presidente Vargas, como é feita desde 1944.
O voto decisivo das mulheres em Lula
Foto: Ricardo Stuckert |
Embora a última pesquisa Datafolha tenha indicado que Bolsonaro subiu na preferência do eleitorado feminino, onde ganhou seis pontos percentuais [acima da margem de erros], ele ainda perde para Lula nesse segmento por grande diferença: 46% a 27%. Entusiasmado, aliados do presidente investem na divulgação de ações do governo para mulheres, pois se trata de uma parcela da sociedade decisiva para o resultado das eleições.
Isso porque, eles dão como perdido o voto da juventude onde 51% preferem Lula ante 20% de Bolsonaro. Mas acham que nas mulheres dá para reverter a situação apostando ainda nos efeitos dos benefícios aprovados pelo Congresso. Elas representam, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 53% do eleitorado brasileiro.
Mídia oculta debate da Constituinte no Chile
Para o porta-voz do movimento Não mais Administradoras de Fundos de Pensão (NO+AFP), Luis Mesina, “o plebiscito sobre a nova Constituição chilena, no próximo dia 4 de setembro, deve restituir direitos sociais e trabalhistas retirados pela ditadura de Pinochet (1973-1990) e incorporados no novo país que se quer construir”. Nesta entrevista exclusiva, Mesina afirma que “esta é a razão da mídia invisibilizar o debate sobre a Constituinte”, porque “os poderosos compreendem que sem comunicação tuas propostas inexistem”. Querem esconder a trágica herança destes 40 anos, que “não apenas demonstrou ser um retumbante fracasso, como um assalto aos direitos de todos”.
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