domingo, 12 de abril de 2020

Pandemia ressalta a desigualdade brasileira

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

A epidemia de coronavírus, além de aumentar o desemprego, vai ressaltar mais uma vez a desigualdade brasileira, na avaliação de debatedores reunidos pela Oxfam Brasil na noite de quinta-feira (9). Eles lembram, por um lado, de pessoas que já vivem aglomeradas e não têm como seguir regras de isolamento ou adotar o chamado home office. Por outro, apesar das recomendações em contrário, a pressão para permanecer trabalhando, que atinge os mais pobres.

Bolsonaro aposta no poder da desinformação

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Pouco antes de mais um pronunciamento claudicante de Jair Bolsonaro em cadeia de rádio e televisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, impediu o governo federal de tomar qualquer decisão que contrarie as determinações dos estados e municípios no combate à pandemia. Foi uma resposta a uma reiterada bravata do ex-capitão.

No fim da tarde da quarta-feira, 8, na enésima entrevista ao porta-voz José Luiz Datena, Bolsonaro ameaçou decretar a reabertura do comércio em todo o País e sugeriu às famílias que cuidassem de seus idosos e dependessem menos do poder público.

A pandemia e a explosão do desemprego

Por Nivaldo Santana, no site Vermelho:

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) faz previsões dramáticas a respeito dos impactos econômicos e sociais da pandemia da Covid-19 no Brasil.

Para esse Instituto, o PIB brasileiro pode desabar 6%. Se essa queda ocorrer e não existirem políticas de prevenção, o desemprego no Brasil deve praticamente dobrar, com o acréscimo da desocupação em 12,6 milhões de pessoas.

Confirmados esses estudos, o volume de trabalhadores desempregados seria o maior dos últimos 40 anos. E como tragédia pouca é bobagem, o desemprego vem acompanhado de um arrocho na renda dos trabalhadores em torno de 15%.

A pandemia cobra a autocrítica dos liberais

Por Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

Desde 2015, a economia brasileira está em recessão ou em estagnação. A narrativa hegemônica para tal desempenho é a de que o governo havia excedido gastos nos períodos anteriores e que seria necessário reequilibrar as despesas públicas.

A concepção convencional da economia sugeria que o ajuste fiscal do então Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, seria capaz de aumentar a confiança empresarial, trazendo crescimento econômico no segundo semestre de 2015. O fracasso dos resultados foi justificado com a suposta insuficiência do corte de gastos, mesmo sendo esse o maior registrado no presente século.

O Brasil como exemplo

Presidente Alberto Fernández. Foto: Página 12
Por Eric Nepomuceno

Na noite da sexta-feira, o presidente argentino Alberto Fernández anunciou ao país a prorrogação da estrita quarentena até pelo menos o dia 26 de abril.

Com isso, a medida, adotada em condições consideradas das mais rigorosas do mundo, terá cumprido cinco semanas.

A prorrogação foi decidida depois de prolongadas reuniões não só com os ministros, mas também com líderes de partidos de oposição e todos – todos – os governadores, inclusive os mais drasticamente opositores.

Além disso, o presidente anunciou, com a devida cautela para não cometer charlatanice irresponsável, que médicos e cientistas do seu país trabalham intensamente, e sempre em contato com as mais respeitadas instituições de pesquisa do mundo, na procura de tratamento eficaz para a doença (convém recordar que a Argentina tem dois prêmios Nobel de Medicina e um de Química).

A falsa dicotomia: a vida ou a economia?

Por Jair de Souza

Diante da enorme calamidade que assola o Brasil e o mundo neste momento pela expansão do coronavírus, está vindo à tona uma discussão intensa acerca de uma escolha que deveria ser feita pelos governantes e pelo conjunto da sociedade: priorizar a vida humana ou a economia?

Esta me parece uma discussão estéril, sem fundamento, enganadora. Em primeiro lugar, devemos deixar sempre claro que consideramos a vida humana como a primeira e mais importante de todas as prioridades. Tudo mais deve girar em torno desta prioridade maior. Dito isto, vamos analisar o que há de certo ou falso na dicotomia “vida humana x economia”.

O executivo no Brasil está acéfalo

Que mundo virá depois da pandemia?

Brasil pagará o alto custo-Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Neste momento, estamos vivendo o efeito-Bolsonaro. Sua irresponsabilidade e mau exemplo estão dando resultados. Desrespeitando diariamente as recomendações de isolamento social, falando contra elas e contra quem as recomenda, cumprimentando apoiadores com a mão que esfregou o nariz e receitando o uso indiscriminado da cloroquina para incentivar a displicência, ele produziu o imprudente relaxamento da quarentena. Desde seu pronunciamento de quarta-feira a circulação e aglomeração de pessoas aumentou perigosamente. O Brasil pagará um alto custo-Bolsonaro, com milhares de mortes por Covid-19.

Ex-mulher de Terra foi torturada por Ustra

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Entre as figuras deploráveis da vida pública nacional, Osmar Terra é uma estrela em ascensão.

Médico, no sexto mandato como deputado do MDB, é cotado para substituir Luís Henrique Mandetta no Ministério da Saúde porque concorda, ou finge concordar, com o terraplanismo de Jair Bolsonaro na área.

Na última sexta-feira, a CNN Brasil divulgou um diálogo em que ele aparece conspirando com Onyx Lorenzoni, seu conterrâneo, contra Mandetta.

“Eu ajudo, Onyx. E não precisa ser eu o ministro, tem mais gente que pode ser”, disse, simulando desinteresse.

A conversa foi gravada porque ele “esqueceu” o telefone ligado para o repórter da emissora, evidentemente com a anuência de Lorenzoni.

A loucura vai dissolvendo a quarentena

Carreata na Av. Paulista em apoio a reabertura
do comércio, 11/4/20
Por Fernando Brito, em seu blog:

No Rio, O Globo mostra a concentração de pessoas nas ruas e, sobretudo, nas áreas mais pobres..

Em São Paulo, discute-se a adoção de medidas mais severas de restrição à mobilidade.

No país inteiro, os sinais de celulares para suas antenas-base mostram que os deslocamentos pessoais aumentaram muito nos últimos dias.

É, em grande parte, o resultado da subversão patrocinada pelo presidente da República, para estabelecer a ditadura do dinheiro como lei maior neste país.

Por isso, ameaça com a fome que pode evitar e com o caos.

O dinheiro para a emergência dos necessitados demora, mas o dos bancos já está faz tempo com eles e nada de emprestar para salvar as empresas, como registrou uma pesquisa do Sebrae: 60% delas tiveram seus créditos negados.

Mentiras fabricadas pelo ‘gabinete do ódio’

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Bolsonaro segue cometendo atentados em série contra a saúde pública.

Pela segunda semana consecutiva, usou o pronunciamento oficial em rádio e TV para impulsionar as mentiras fabricadas pelo “gabinete do ódio” - comandado pelo seu filho Carlos Bolsonaro - e fornecer munição para suas milícias virtuais atacarem adversários políticos e os setores do governo que ousam combater a pandemia se fiando em pesquisas científicas.

No pronunciamento da semana passada, o presidente distorceu uma fala de um diretor da OMS, insinuando que ele aprovaria o afrouxamento do distanciamento social em alguns países.

Era mentira, claro.

Merval e o Jim Jones da Globo contra o PT

Por Jeferson Miola, em seu blog:                   

Merval Pereira, o porta-voz da Globo, se enquadra na categoria de figuras públicas que [i] manipulam a realidade e os fatos e que [ii] jamais assumem responsabilidade pelas suas escolhas equivocadas. Principalmente quando tais escolhas podem ocasionar, como consequência, catástrofes humanitárias – como é a realidade brasileira atual.

Em artigo no jornal O Globo [11/4] Merval se faz de sonso, como se ele próprio e a Rede Globo não tivessem nenhuma responsabilidade pela eleição do Bolsonaro e pela espiral de barbárie vivida no Brasil.

Merval chama Bolsonaro de “nosso Jim Jones tupiniquim”.