sexta-feira, 12 de março de 2021

Desemprego supera o pior da maior recessão

O desmonte do sistema de assistência social

O militar não faz sua parte

Por Manuel Domingos Neto


Todos ligados na incompetência do militar na pandemia. E quanto à defesa armada do Brasil?

O país precisa, pode e deve dispor de instituições militares com missões definidas, apropriadamente equipadas e obedientes ao princípio de que todo o poder emana do povo e só em seu nome pode ser exercido.

Nunca dispusemos de corporações assim. A disjunção entre o Estado e a sociedade não permitiu. O Estado nasceu obediente a um príncipe português e não superou sua índole vassala. Foi capturado por oligarquias e estamentos que promoveram o desenvolvimento socialmente excludente.

Descolado dos anseios da maioria, o Estado se expôs aos instrumentos de força que criou para se proteger. O militar empenhou-se em ditar-lhe os rumos. O Exército, deslumbrado com a própria força, imaginou-se até fundador da nação, também chamada de pátria, que deriva de “terra dos pais”.

O povo não pode pagar com a própria vida!

Da Comissão Arns


Nós, entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, sob o peso da dor e com sentido de máxima urgência, voltamos a nos dirigir à sociedade brasileira, diante do agravamento da pandemia e das suas consequências. Nossa primeira palavra é de solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos.

Não há tempo a perder, negacionismo mata. O vírus circula de norte a sul do Brasil, replicando cepas, afetando diferentes grupos etários, castigando os mais vulneráveis. Doentes morrem agonizando por falta de recursos hospitalares. O Sistema Único de Saúde – SUS continua salvando vidas. No entanto, os profissionais da saúde, após um ano na linha de frente, estão à beira da exaustão. A eles, nosso reconhecimento.

A VIA é o caminho

Por João Guilherme Vargas Netto


Embora as mortes, a doença, o medo e o rentismo continuem infelicitando o povo brasileiro três fatos recentes mudaram potencialmente a conjuntura, no sentido de sua melhor compreensão e de nossa maior capacidade para enfrentar a pandemia e o desmanche fiscalista do país.

Dois dos fatos, embora esperados e desejados, demoraram mais de quatro anos para acontecerem (os norte-americanos, afinal, levaram quatro anos para se livrarem de Trump) e o terceiro foi o fecho magnífico da tríade.

O maior escândalo judicial moderno

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O ministro Edson Fachin descobriu, finalmente, o que todo o mundo jurídico já sabia e a defesa de Lula reclamava desde 2016: o ex-juiz Sergio Moro não tinha competência para julgar o ex-presidente. Comemoro as consequências de sua decisão, não só porque restitui a liberdade do ex-presidente, mas por representar, dependendo de seus desdobramentos, um ganho da sociedade na paciente expectativa de um estado de direito democrático. Mas não redime o judiciário de seu papel como gendarme da sociedade de classes. 

Lula ‘radical’ e Bolsonaro ‘moderado’?

Foto: Ricardo Stuckert
Por Fernando Brito, em seu blog:

Não houve razão maior para que grande parte da direita brasileira para apoiar Jair Bolsonaro – ainda que mantendo dele distância, algo como um distanciamento ‘social’ de suas falanges e máscara antivociferações – que a certeza de que ele poderia cumprir duas tarefas: levar a extremos o desmonte de todas as regulações estatais sobre a economia e, ao mesmo tempo, levar ao extremo o enfraquecimento da esquerda, tirando-a da cena principal da política brasileira.

O discurso de Lula

Por Tarso Genro, no site A terra é redonda:

No dia 13 de maio de 1818 – nos meses da Inquisição – “onde a Corte se encontrava há cerca de uma década”, o Rei D. João VI firmou um decreto através do qual rogava ao Papa a designação de D. José da Cunha Azeredo Coutinho como último inquisidor-geral, a título de recompensa, porque ele não exortara – como fizeram a maioria dos prelados na época – os seus diocesanos a apoiarem os invasores franceses. A posse do novo inquisidor efetuou-se sob a luz trêmula e temível das luminárias da tradição, como ocorria nos antigos rituais do Santo Ofício.

Vida ou morte

Por Marcelo Zero

Esqueçam as eleições de 2022, a questão é se chegaremos vivos até lá.

Olvidem as divergências, pois só com um plano de salvação nacional poderemos sair do atoleiro sórdido de mortes e sofrimento em que nos meteu um governo fascista e necrófilo.

Não deixem que a dívida sirva de pretexto desumano para impedir de salvar nosso povo da morte, do desemprego, da miséria.

Dívidas podem ser pagas e revertidas; as mortes não. São definitivas e irreversíveis. E ninguém consegue pagar pela morte de ninguém.

Quem vai pagar pelas despedidas não realizadas, pelo choro derramado na solidão virtual, pelos abraços que faltam, pelos beijos interrompidos, pelo medo espesso que paralisa, pela tristeza de chumbo que nos joga ao chão?

Editorial da Folha falsifica a história

Por Dilma Rousseff, em seu site:


Ansiosa para tentar manter de pé algo que possa servir à sua obsessão antipetista, mesmo diante do extenso rol de crimes cometidos por Sérgio Moro e pela Lava Jato, hoje em processo de identificação e condenação pelo Supremo, a Folha produz mais um de seus editoriais falsificadores da história – uma especialidade que cultua e preserva com afinco.

A certa altura, expõe uma de suas típicas pérolas de desonestidade intelectual e de impostura histórica, comparável à famosa e infame ficha falsa do Dops, ao afirmar:

Em Juiz de Fora, discurso de ódio deu frutos

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Mesmo que se considere verdadeira a mudança de posicionamento de Jair Bolsonaro frente às vacinas e às máscaras necessárias ao combate à pandemia – algo que poucos acreditam verdadeiro e quase todos creditam ao efeito da fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o discurso de ódio e de intolerância que o presidente e sua trupe plantaram no país já fincou raízes e vem dando frutos. Podres, é verdade. Mas a reprodução acontece.

Basta verificar-se o que acontece em Juiz de Fora, cidade mineira na Zona da Mata, com uma população em torno de 570 mil habitantes. Nela já faleceram pela Covid-19, até a noite de quarta-feira (10/03), 869 pessoas, entre os 21.502 oficialmente contaminados. Mas o número de juiz-foranos com suspeita da doença ultrapassa os 10% da população. Eram, até a mesma quarta-feira, 63.514. Quantidade que tem aumentado exponencialmente, provocando a ocupação de quase 94% dos leitos de UTI na rede do SUS.

A (ir)responsabilidade dos donos de escolas

Por Gilson Reis, na revista CartaCapital:

São mais de 260 mil mortos, quase duas mil vítimas fatais diárias. E, segundo a imprensa, o número de casos diários no país já é cerca de 30% maior do que nos piores momentos da primeira onda da Covid-19, em julho do ano passado. Mesmo assim, os empresários do ensino privado continuam achando que educação é mercadoria e que seu “preço” é maior do que a vida de estudantes, professores, auxiliares de administração escolar e de toda a comunidade que se relaciona e se afeta diretamente pelas atividades de uma escola.

Preparar-se para voltar às ruas!

Por Lúcio Castro Flávio Dias, no site Vermelho:


Sei que a opinião que expresso aqui pode ser controversa e por isso fiz questão de colocá-la já no título, para que quem a leia tenha de antemão uma noção da ideia central que vou defender aqui. E estes são os meus argumentos:

1) Acho que na vida não há certezas absolutas, mas probabilidades. Todas as nossas análises dependem de uma previsão do custo/benefício ou do risco/benefício que nossas ações podem trazer, e do timing dessas.

2) Estou convencido de que as “trapalhadas” logísticas do governo federal em relação às vacinas são, na realidade, um PROJETO, uma estratégia, pois Bolsonaro crê e teme (com razão, em minha opinião) que, com a vacinação em massa, comecem manifestações e protestos populares gigantescos contra o seu (des)governo. Essa postura do governo federal criou um problema de saúde pública descomunal, com o surgimento de cepas mais agressivas no território nacional, com a possibilidade de empurrar o Brasil para uma situação de pária sanitário internacional e até a possibilidade, levantada por alguns especialistas, de, no limite, tornar-se ineficaz a vacinação, pela seleção natural de vírus a ela resistentes, embora isso ainda não tenha acontecido e as vacinas ainda se mostrem eficazes contra as variantes.