segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

'Guerras Híbridas', mais do que o WhatsApp

Por Fernando Rosa, no site da Fundação Perseu Abramo:

O livro Guerras Híbridas - das revoluções coloridas aos golpes, do jornalista e analista político russo Andrew Korybko, chegou em hora para contribuir com o debate nacional sobre o caráter atual da luta social, politica e ideológica, tão necessário quanto estratégico. Editado pela Expressão Popular, a obra pode ajudar a entender os atuais processos de disputa política no mundo, em suas novas formas de ação. O livro trata especificamente das "guerras" da Síria e da Ucrânia, mas a riqueza de informações agregadas à análise tornam os dois casos universais.

O que a França tem a aprender com o Brasil

Por Jean Wyllys, no blog Socialista Morena:

Nas últimas semanas, o mundo inteiro acompanha as notícias dos telejornais sobre os massivos e violentos protestos dos “jalecos amarelos” em Paris. As imagens da Avenue des Champs-Élysées coberta de fogo, pedras e poeira assombram os telespectadores; tanto no sentido espanhol do termo “asombrar“, que denota surpresa, admiração, quanto no francês “assombrir“, semelhante ao português “assombrar”, que remete ao medo, à preocupação, àquilo que é triste e sombrio. Ao mesmo tempo, porém, elas evocam em muita gente uma identificação romântica com a ideia revolucionária: o povo na rua, o questionamento ao sistema que tantas injustiças produz, a rebelião.

Comunicação é direito humano

Charge: Elena Ospina
Do site do FNDC:

No dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2018, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a campanha Calar Jamais! lançam mais um vídeo para denunciar a escalada de violência e violações à liberdade de expressão no país e reafirmar que a comunicação é direito humano fundamental, base de qualquer sociedade democrática.

Receita de caos no governo Bolsonaro

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Eleito pelo WhatsApp, amparado por ministros blogueiros, um filósofo de Facebook e os três filhos escolados no Twitter, o youtuber Jair Bolsonaro prepara-se para o inevitável desembarque na realidade. Egresso de pelo menos quatro anos em que labutou no mundo virtual, a vender como lebre da antipolítica o gato que cumpriu sete mandatos de deputado federal, parece agora armar-se para uma guerra na fronteira de sua bolha. Acercou-se de dois “superministros”, um deles Super Moro, cujos poderes já se mostraram de fato especiais. E convocou os quartéis: até o fechamento desta edição, contavam-se nove os militares chamados ao entorno do presidente, incluindo o vice, general Hamilton Mourão.

A fritura precoce de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Se existe um consenso sobre o futuro governo Bolsonaro é o de que sua maior fragilidade está na falta de uma base parlamentar sólida e no confuso esquema de articulação política, em contraste com os núcleos militar e técnico.

E isso piorou ontem com os sinais de que o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pode ter caído na frigideira antes mesmo de tomar posse: Bolsonaro ameaçou usar sua caneta Bic se houver “comprovação ou denúncia robusta contra quem quer que seja”. Falava do caso Lorenzoni mas, usando dois pesos e duas medidas, não disse que isso vale para o futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, que também está sendo investigado.


O 1% rico do país e a mentira do MBL

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Vídeo difundido pelo WhatsApp e que traz a sigla MBL (Movimento Brasil Livre, de extrema direita) revela que o 1% mais rico da população do país seria constituída por funcionários públicos federais (políticos, diplomatas, auditores fiscais e membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Banco Central, Companhia de Valores Mobiliários) e não por grandes empresários. Em virtude disso, a desigualdade no Brasil, em vez de ser explicada pela natureza da dinâmica capitalista, seria expressão dos “marajás federais” que se apossaram do Estado, tornando-o desnecessário e promotor de desigualdade, ademais de financiado por elevada carga tributária a atingir fundamentalmente os mais pobres.

Sérgio Acácio Moro e o “juízo de omissão”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Foi Sérgio Moro quem assumiu que, no governo, diante de denúncias, seria dele o “juízo de consistência” (seja lá o que isso for) sobre denúncias que surgissem sobre seus integrantes e, por suposto, seu próprio chefe.

Uma espécie de continuidade, agora sem toga, do que fazia, decidindo quem deveria passar a ser objeto da perseguição (dos doutores dizem persecução, um sinônimo que soa menos chocante) judicial.

Lênin e a imprensa revolucionária

Por Dênis de Moraes, no Blog da Boitempo:

Em memória de Luiz Alberto Moniz Bandeira.

A trajetória jornalística e as concepções de Vladimir Ilitch Lênin (1870-1924) sobre a imprensa situam-se no contexto de duas tendências que se delinearam no âmbito europeu desde fins do século XIX até as décadas inaugurais do século XX, num período de ascensão de movimentos de massa, de divulgação junto aos trabalhadores das ideias socialistas e de eclosões revolucionárias, em meio a crises econômicas, disputas geopolíticas e guerras. A primeira tendência refere-se a intelectuais de esquerda que atuaram como jornalistas e ativistas, a partir da percepção da importância da disseminação em periódicos de propostas e intervenções políticas. 

O “ponto G” das nossas utopias

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Às vezes é difícil. Na última semana, a ministra dos “direitos humanos” do próximo Governo afirmou ao jornalista Bernardo de Mello Franco que “é o momento da Igreja governar”, depois de afirmar que o “ponto G” é uma ideia desenvolvida pelo Ministério de Educação durante os governos petistas. Esta tese sucedeu a sua opinião – já então tornada pública – que a “ideologia de gênero é morte”. Se é o momento da Igreja governar, se as pessoas acreditam que o ponto G é uma invenção petista, se a ideologia de gênero pode ser configurada – como se fosse apenas uma insensatez – como “morte”, é preciso não somente “resistir”. É preciso repropor a utopia, não somente como meta, mas sobretudo como ação política unitária contra a barbárie que se avizinha, pois a utopia de direita venceu.

Três lições de 2018

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Meus queridos,

2018 chega ao fim. Um ano trágico para o Brasil e para todos nós que lutamos, com todas as forças, contra a ameaça Bolsonaro, agora, uma triste, perigosa e sintomática realidade que teremos pela frente. Realidade que enfrentaremos juntos.

Para tal, não podemos perder de vista três importantes lições de 2018:

A primeira delas:

“É o Imperialismo, estúpido”.