segunda-feira, 6 de maio de 2019

Witzel metralha e curte em hotel de luxo

Por Altamiro Borges

Na cavalgada neofascista que devastou o país graças à escandalização midiática da política, os cariocas elegeram o desconhecido Wilson Witzel, um sinistro aventureiro, como governador de um dos mais importantes Estados da federação. O ex-juiz saltou do 1% nas pesquisas no início da campanha para 60,6% dos votos no segundo turno das eleições. A sua disparada se deu a partir do comício no qual foi destruída uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada covardemente. Ele passou a ser encarado como o candidato do ódio, da violência.

Um dos principais sistemas de ensino do mundo

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil possui um dos principais sistemas de formação no ensino superior do mundo. Embora o país represente 2,8% da população mundial, a sua participação relativa no total de estudantes universitários no planeta saltou de 2,7%, em 2000, para 4,4%, em 2014, segundo a Unesco.

O sistema universitário nacional compreende o funcionamento de 2.448 Instituições de Ensino Superior que anualmente absorvem cerca de 3,2 milhões de novos ingressantes e formam ao redor de 1,1 milhão de profissionais oriundos de 35,4 mil cursos de graduação (MEC-Inep). Além de grandioso e complexo, o sistema universitário detém uma das principais plataformas de ensino e pesquisa na pós-graduação mundial que forma anualmente mais de cinquenta mil mestres e quase dezessete mil doutores.

Por que as universidades ameaçam Bolsonaro?

Por Jessy Dayane, no jornal Brasil de Fato:

Abril refletiu fortemente o nível de irresponsabilidade e a total ignorância do governo federal e seus aliados com a educação brasileira. Uma série de fatos demonstra a falta de compromisso e a intenção de patrulhamento ideológico, em especial com as universidades públicas.

Com essas ações, o governo se comporta como verdadeiro inimigo da educação e pretende atingir objetivos econômicos, políticos, sociais e culturais que fazem nosso país retroceder décadas em desenvolvimento.

Como acertadamente afirmava Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto”. Diante dessa grave ameaça não podemos vacilar; é preciso enfrentar os ataques à educação pública, defender a autonomia universitária e a pluralidade de ideias.

Anarcocapitalistas ganham espaço no Brasil

Por João Filho e Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

O mercado das ideias alucinógenas anda saturado. É terraplanismo, é negacionismo climático, é movimento anti-vacina, é olavismo. Há groselhas para todos os gostos no submundo do pensamento. O mais novo hit é o anarcocapitalismo, um engodo teórico que vem fazendo sucesso na internet entre os jovens de direita, entre empresários e no governo Bolsonaro. Há o incrível caso de um diretor no Ministério da Economia que ganha dinheiro do estado, veja só, para defender o fim do … estado.

A desigualdade e a erosão da democracia

Por Tomás Rigoletto Pernías, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

É razoável supor que, num país democrático, o governo seja capaz de conter facilmente o crescimento da desigualdade social empregando políticas públicas que redistribuam a renda e desconcentrem a riqueza. O raciocínio é elementar: na medida em que a riqueza se concentra cada vez mais nas mãos de uma ínfima minoria, a vasta maioria da população irá, por meio dos mecanismos de representação democrática, eventualmente reverter a concentração da riqueza exercendo seu poder de maioria eleitoral. Aqueles prejudicados pela crescente desigualdade social poderiam influenciar as políticas públicas, modificando a distribuição dos frutos econômicos e, assim, revertendo a concentração da renda e da riqueza. São suposições razoáveis e, à primeira vista, aparentemente factíveis.

A defesa da democracia exige coragem

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

É forçoso reconhecer que, até agora, o desgaste do governo Bolsonaro se deve muito mais aos seus desatinos do que a uma atuação consistente das oposições. Com efeito, Bolsonaro mostra-se absolutamente despreparado para o cargo que exerce e não passa dia que não promova algum mal-estar. Seu governo volta-se para a destruição dos débeis pilares de uma democracia incompleta e parcial. Os poucos avanços e consolidações que ocorreram em algumas áreas – a exemplo da educação, da saúde, da habitação, da agricultura familiar, dos direitos, do meio ambiente, entre outras – vêm sendo atacados e demolidos de forma impiedosa e cruel. Bolsonaro e alguns de seus ministros, a exemplo de Ricardo Salles, são vistos como pessoas deploráveis e indesejáveis em setores crescentes das sociedades e dos governos de outros países. A incultura, a insciência e o caráter néscio deste governo causam indignação, repulsa e vergonha.

Exército protege Bolsonaro de protestos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De um lado, pais, alunos e professores de colégios federais no Rio, com faixas e cartazes.

Do outro lado da calçada, tropas do Polícia do Exército com metralhadoras.

No meio, ficou o presidente Jair Bolsonaro cercado de generais, incluindo o vice Mourão.

Esta cena bélica, em frente ao Colégio Militar do Rio, que comemora 130 anos, poderá se tornar corriqueira depois que o governo decidiu abrir guerra contra as universidades e instituto federais, com o corte de 30% das verbas para este ano.

Os protestos contra Bolsonaro, ao entrar no seu quinto mês de governo, estão saindo das redes sociais para as ruas e, quando isso começa, ninguém sabe como vai acabar.

"Imprensa deve muito à causa da democracia"

Por Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Com uma homenagem a Julian Assange, fundador do Wikileaks preso em Londres por ter ajudado a divulgar documentos comprovando crimes de governos e corporação internacionais, a jornalista Eleonora de Lucena, copresidente do Tutaméia, começou sua participação em seminário realizado no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, três de maio.

“Assange é hoje, no mundo, a pessoa que encarna a luta pela liberdade de imprensa e as ameaças que sofre a liberdade de imprensa. Até o silêncio sobre o caso dele, em muitos lugares do mundo, revela muito sobre o momento que a gente está vivendo.”

Nem todos os economistas se rendem

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Dia sim, outro também, os grandes meios de comunicação oferecem alguma manchete para seus leitores afirmando que “os economistas” pensam isso ou propõem aquilo. Nossos jornalões e as redes de televisão não se cansam de se apoiar na suposta narrativa técnica, neutra e isentona dessa entidade inatingível chamada de “os economistas” para oferecer suporte para medidas de política econômica de inspiração conservadora. Em geral, diga-se de passagem, trata-se de decisões a respeito das quais a maioria do povo nem imagina a natureza e muito menos as consequências.

Recado de NY: Bolsonaro é uma aberração

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A mensagem que Nova Iorque transmitiu ao mundo é muito representativa. A cidade mais cosmopolita do planeta tratou Bolsonaro como uma aberração intolerável, que tem de ser repelida.

A repulsa de Nova Iorque à presença de Bolsonaro no seu território simboliza a resistência à barbárie e ao que ele significa enquanto antítese radical dos valores humanos e civilizatórios.

Com seus atos, idéias e gestos, Bolsonaro atesta que é muito mais que uma aberração política; ele é, principalmente, uma monstruosidade humana.

Lula dá uma lição de resistência

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

A entrevista de Lula à Folha de S.Paulo e ao El País ainda vibra nesta redação e o que nos toca em primeiro lugar é a lição de altivez e desassombro que a marca para sempre. As palavras do ex-presidente sobre as razões que o levam a manter a resistência a partir da prisão curitibana nos comovem e nos empolgam.