sexta-feira, 2 de julho de 2021

Abertura de inquérito debilita Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O cerco ao genocida vai se fechando. Pressionada por todos os cantos, finalmente a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta sexta-feira (2) a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro por "prevaricação". O “capetão” deverá ser investigado sobre o escandaloso caso de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin.

O pedido ocorre após a ministra Rosa Weber cobrar Augusto Aras, chefão da PGR, sobre a notícia-crime apresentada por três senadores ao STF solicitando apuração das denúncias já feitas na CPI do Genocídio. “No desenho das atribuições do Ministério Público, não se vislumbra o papel de espectador das ações dos Poderes da República”, ironizou a magistrada.

Imprensa mundial repercute propina na vacina

Charge: Joe Cummings/Financial Times
Por Altamiro Borges


A imprensa internacional segue repercutindo o escândalo de corrupção no enfrentamento da Covid-19 no Brasil. O jornal britânico The Guardian destaca nesta sexta-feira (2) que cresce a pressão "para exigir a remoção de Bolsonaro do cargo após relatórios incendiários sobre acordos supostamente corruptos para adquirir vacinas".

O correspondente do diário, Tom Phillips, escreve que "Jair Bolsonaro está mergulhado no momento mais traiçoeiro de sua presidência, já que o líder brasileiro enfrenta um escândalo de bola de neve sobre supostos acordos corruptos de vacinas da Covid e o aumento da fúria pública por sua gestão de uma epidemia que matou mais de meio milhão de pessoas".

Para entender a história do cabo das vacinas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O dia de ontem terminou com a mídia, em geral, em franca confusão a respeito do caso do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentou no Ministério da Saúde oferecendo 400 milhões de vacinas da Astra Zeneca.

Dizia representar a distribuidora americana, Davati Medical Supply.

Parece impossível qualquer relato que coloque lógica nessa loucura:

Peça 1 – os antecedentes

O presidente Jair Bolsonaro é denunciado pelo deputado Luiz Miranda, seu antigo apoiador, acusado de não ter tomado providências em relação a denúncias de irregularidades na compra de vacinas.

Bolsonaro entra no torvelinho da mentira

Por Fernando Brito, em seu blog:

Terminará muito mal a armação governista com o personagem plantado na CPI da Covid.

A ata notarial, com a transcrição do áudio exibido por Luís Paulo Dominguetti Pereira para tentar induzir a CPI a acreditar que o deputado Luís Miranda – que acusa Jair Bolsonaro de omitir-se diante de uma denúncia de corrupção na compra de vacinas indianas Covaxin – prova que não apenas é de setembro do ano passado a gravação quanto que ela foi editada para dar a impressão de que se tratava de compras de vacinas.

‘Bode na sala’ bolsonarista irrita a CPI

Da Rede Brasil Atual:


O tumultuado depoimento do autoproclamado representante da empresa Davati Medical Suply para negociação de vacinas, o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, nesta quinta-feira (1º), pode ser considerado uma armadilha na qual a CPI da Covid caiu, ou pelo menos um despiste para “tirar o foco da comissão”? Direta ou indiretamente, senadores alertaram para a possibilidade. Entre eles, Jean-Paul Prates (PT-RN) e Simone Tebet (MDB-RS). “Estamos no fio da navalha. Muita gente vai aparecer (para prestar depoimento) e temos que ter muito cuidado com os que podem vir para confundir”, disse o petista. A CPI não terá sessão amanhã (2) e volta a se reunir na terça-feira (6).

Vale tudo de Bolsonaro afronta o STF

Editorial do site Vermelho:

A resposta do presidente Jair Bolsonaro à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de arquivar o inquérito aberto para investigar atos antidemocráticos ocorridos no primeiro semestre de 2020 e abrir nova frente de investigação para verificar a existência de uma organização criminosa digital que atenta contra a democracia é reveladora. Com base em relatório da Polícia Federal (PF), a nova frente mira ele próprio e dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro. “Se avançarem, entro no campo minado chamado vale tudo”, vociferou o presidente.

Belluzzo: "O Brasil é um Ford bigode"

Por César Locatelli, no site Carta Maior:


O simpático carrinho, usado pelo professor Belluzzo para definir o estágio atual da economia brasileira, era o que havia de mais avançado no início do século XX. Há mais de 100 anos, portanto. Sua afirmação completa, no entanto, foi que “o Brasil é um Ford bigode dirigido por um motorista bêbado”. Simbolizando não somente a regressão do desenvolvimento brasileiro, mas a condução das políticas econômicas e o lugar onde o debate econômico no país está enclausurado: completamente fora do que acontece no mundo.

A LGBTfobia e o orgulho da diversidade

Por Cida Pedrosa, no jornal Brasil de Fato:

Os ataques sofridos por uma rede de lanchonetes fast food após fazer campanha que mostra crianças falando sobre homossexualidade ao lado de seus pais, mães ou responsáveis, mostra o quanto ainda é necessário celebrar datas como o 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Especialmente no Brasil, onde o conservadorismo nos costumes, exacerbado após a eleição de Jair Bolsonaro, escancarou ainda mais o preconceito e a homofobia que parece fazer parte da cultura nacional. Uma amostra disso é o fato de um apresentador de TV não ter hesitado antes de chamar, no ar, os LGBTQIA+ de “raça desgraçada.”

O dia em que o cavalo de tróia virou pangaré

Por Maíra Mathias e Raquel Torres, no site Outras Palavras:


Justo no momento em que a CPI da Pandemia começou a se debruçar sobre o tema mais promissor até agora – a relação entre o governo federal e empresas privadas para a compra de vacinas, especialmente a da Covaxin –, apareceu Luiz Paulo Dominghetti.

Sua denúncia-bomba à Folha e a imediata convocação para depor eram o prenúncio de fortes emoções.

Mas o que aconteceu ontem superou todas as expectativas.

Quando, do nada, ele sacou da cartola um áudio que incriminaria o deputado Luís Miranda por tentar “negociar a busca por vacinas diretamente com a Davati”, muitas luzes de alerta piscaram. Miranda – cujo depoimento na semana passada implicava o governo na pressão pela assinatura de um contrato irregular para a aquisição da Covaxin, intermediada pela Precisa Medicamentos e colocou o presidente Jair Bolsonaro no centro do palco por nada fazer diante do alerta de irregularidades – de repente aparecia no áudio como alguém que tentava negociar vacinas para um “comprador com potencial de pagamento instantâneo”.

Bolsonaro desmoraliza o impeachment

Por Marcos Coimbra, no site Brasil-247:


Bolsonaro enlameia tudo por onde passa, espalhando baixaria, truculência e falta de educação. Vai demorar até que o Brasil se livre do que ele e seu bando largaram em nossa sociedade.

Foi através de um impeachment que o capitão chegou aonde está. O caminho até o Planalto e ao poder de desmoralização que hoje tem (e exerce na plenitude) abriu-se com a deposição de Dilma.

A mesma maquinação que derrubou a petista fez nascer Bolsonaro.

Aquele é o exemplo mais evidente, em nossa história, de um tiro que sai pela culatra.

A justificativa “técnica” para o impeachment, das pedaladas fiscais, era ridícula.

A “real”, de que seu governo era desastroso e levava o País à instabilidade, sempre foi uma hipocrisia, pois os problemas que enfrentava resultavam, em sua maioria, da ação dos adversários.

Bob Jefferson, Miranda e o bordel bolsonarista

Por Altamiro Borges

Ninguém mais se entende no bordel da extrema-direita nativa. É tiro para todos os lados. Na terça-feira (29), o neobolsonarista Roberto Jefferson, presidente do PTB, entrou com um pedido de cassação do mandato do deputado Luis Miranda (DEM-DF), o ex-bolsonarista que apresentou as graves denúncias de propina na compra da vacina indiana na CPI do Genocídio. De imediato, o parlamentar rebelde reagiu, jurando que vai “explodir a República” com novas revelações de mutretas no laranjal bolsonariano.

Famílias de vítimas da Covid entram com ação

Ilustração:André Dahmer
Por Altamiro Borges

Enquanto o processo de impeachment não avança em Brasília – sabotado por Arthur Lira, o cúmplice do genocida que preside a Câmara Federal – e nem o pedido de crime de lesa-humanidade é julgado no Tribunal Internacional de Haia, mais uma ação judicial contra o “capetão” começa a ganhar corpo. A revista Época destaca no título que "as famílias de vítimas da Covid-19 recorrem à PGR para responsabilizar Bolsonaro por gestão na pandemia".