Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:
Apesar do anúncio de que o prefeito João Doria (PSDB-SP) vai retirar o PL 621 da pauta de votação da Câmara Municipal, a greve dos trabalhadores do serviço público municipal permanece. A mobilização critica o projeto que reforma a Previdência municipal e vai dificultar o acesso à aposentadoria além de reduzir salários. Neste sábado (17) acontecerá um sarau no acampamento montado pelos trabalhadores em frente à Câmara Municipal.
“É um começo de recuo do governo. Mas não estamos tratando com gente confiável. Se é outra tentativa de nós desmobilizar como fizeram jogando bombas, vão cair do cavalo de novo. Não tem arrego. Dia 20 de março a Prefeitura vai parar e a Câmara estremecer””, afirma nota do Sindicato dos Servidores Municipais da Cidade de São Paulo (Sindsep). A entidade está convocando trabalhadores para fortalecerem a pressão até que projeto seja, de fato, retirado da pauta. Doria quer aprovar o PL antes de deixar o cargo por conta das eleições. O PL tramita rapidamente na Câmara com a pressão dos vereadores da base do governo.
Um balanço feito pelo Sindsep mostra que aproximadamente 100 mil trabalhadores participaram do ato na quinta-feira (15) que protestou contra o PL de Doria e repudiou a violência da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal contra os trabalhadores, ocorrida na quarta-feira (14). "A repressão sensibilizou servidores, o pessoal está muito revoltado e isso ampliou a indignação também com a violência que é o projeto”, afirmou à Rede Brasil Atual Sérgio Antiqueira, do Sindsep.
Balanço da entidade calcula que cerca de 70% do funcionalismo de São Paulo aderiu à greve.De acordo com o Sindsep, a greve atingiu 100% das escolas, da assistência social e secretaria de habitação. Também estão parados de 80% a 90% dos Centros Educacionais Unificados (CEUS). São professores, educadores físicos e bibliotecários. 90% da vigilância sanitária, agentes de combate a endemias e zoonoses também cruzaram os braços contra o PL que reforma a aposentadoria.
Entre outros pontos, a proposta de João Doria prevê que os trabalhadores do serviço público da capital paulsita contribuam com no mínimo 14% para a Previdência Municipal. Atualmente a alíquota é de 11%. O PL também pretende implementar uma faixa salarial que poderá incorporar até um quinto do salário de cada trabalhador. Encaminhado à Câmara sem diálogo, o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e deve passar por mais duas comissões.
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