Invasão do prédio do Congresso Nacional: objetos quebrados, cadeiras jogadas e vidros estilhaçados, além de extintores e mangueiras contra incêndio espalhadas pelo local. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado |
Diante dos atos de vandalismo em Brasília, que causaram “inúmeros prejuízos ao erário federal", o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu nesta terça-feira (10) o bloqueio de bens de Jair Bolsonaro – comandante-em-chefe dos terroristas –, do governador Ibaneis Rocha e do seu ex-secretário Anderson Torres. A solicitação formal foi feita pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado ao presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, e aguarda resposta. Um dos objetivos da medida é ressarcir os danos ao patrimônio público.
Além do pedido para que “seja decretada a indisponibilidade de bens dos senhores Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República, do governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha, bem como de Anderson Torres, secretário de segurança do Distrito Federal exonerado” – e ex-ministro da Justiça do fascista –, o órgão não deixou de incluir “outros responsáveis, sobretudo os financiadores dos mencionados atos ilegais”.
Prejuízo de até R$ 4 milhões apenas no Senado
O cálculo sobre o prejuízo causado pelos fanáticos bolsonaristas no domingo (8) vai demorar alguns dias. Após a ação terrorista na Esplanada, os peritos da polícia ainda analisam os danos provocados no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional. Somente no Senado, o prejuízo é inicialmente estimado entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões. Apenas a reposição dos vidros das janelas deve custar mais de R$ 1 milhão. Também será preciso trocar todo o carpete do Salão Azul, que foi encharcado pelos vândalos.
Conforme registra a Folha, “vidros quebrados, lixo e centenas de garrafas de água vazias espalhados pelo chão, alagamento, mobiliários avariados e virados de ponta-cabeça, documentos rasgados, obras de artes danificadas, fios arrancados, TVs quebradas, maquinário depredado e outras marcas da grande baderna contrastavam com o sumiço de diversos objetos históricos... Houve roubos inclusive de presentes de autoridades estrangeiras em visita ao Legislativo brasileiro. Eles estavam expostos em uma prateleira no Salão Verde, que foi destruída e saqueada. Uma bola autografada pelo atacante da seleção Neymar está entre os itens roubados no domingo”.
“Trechos do carpete no Salão Verde foram furados, queimados ou danificados pela água. Importantes obras de arte da cultura brasileira foram avariadas. A obra ‘Bailarina’, de Victor Brecheret, foi descolada da base. O ‘Muro Escultórico’, de Athos Bulcão, foi perfurado... Os invasores urinaram em uma tapeçaria de Burle Marx que estava exposta, danificaram um tinteiro de bronze da época do Império, um quadro de 1890 que retrata a assinatura da Constituição, e uma mesa do Palácio Monroe, onde funcionou a segunda sede do Senado, no Rio de Janeiro... Há sangue, urina e fezes nos locais, o que facilitará a identificação dos criminosos”.
O horror bolsonarista, com a destruição do patrimônio público, ódio às obras de arte e o roubo de aparelhos e utensílios, também devastou diversas áreas da Câmara dos Deputados, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. O levantamento de todos os prejuízos resultará em números assustadores. Daí a importância do pedido do Ministério Público junto ao TCU de bloqueio de bens de Jair Bolsonaro, Ibaneis Rocha, Anderson Torres e de “outros responsáveis, sobretudo os financiadores dos mencionados atos ilegais”.
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