REUTERS Carlos Garcia Rawlins |
Ventos golpistas voltaram a soprar forte na Venezuela ao longo desta semana. Manifestações radicais pela destituição imediata do presidente Nicolás Maduro, estimuladas pelos EUA, resultaram em três pessoas mortas, 66 feridas e 69 presas na última quarta-feira, 12. Os atos foram convocados por uma ala da oposição neoliberal, liderada por Leopoldo López, que teve a prisão decretada pela Justiça.
Por suas características, a iniciativa golpista vem sendo comparada aos acontecimentos de 2002 contra o ex-presidente Hugo Chávez, que chegou a ser sequestrado e deposto no dia 11 de abril, mas retornou ao poder 48 horas depois pelas mãos do povo e das Forças Armadas. Os acontecimentos refletem o desespero da direita, que recentemente amargou nova derrota eleitoral e aproveita os dramas econômicos e sociais do país (inflação e violência) para espalhar o caos e desestabilizar o governo bolivariano.
A estratégia não é nova. Até agora não obteve sucesso na Venezuela, na Bolívia ou no Equador, onde foi testada, mas provocou queda de presidentes e mudanças reacionárias em Honduras e no Paraguai. O pano de fundo desses movimentos protagonizados pela direita neoliberal e pelo imperialismo, que nunca deixou de se intrometer na política interna dos países latino-americanos e caribenhos, é a progressiva mudança do cenário geopolítico da região, que se afasta dos EUA e busca um caminho próprio de desenvolvimento soberano, democrático e pacífico. Não é demais lembrar o protagonismo de Hugo Chávez na luta pela integração.
A última reunião de cúpula da Celac, celebrada recentemente em Havana, deu mais um passo nesta direção e foi também mais uma prova da determinação e do compromisso dos governantes da comunidade de trilhar um novo caminho. A instituição, que reúne 33 países (incluindo Cuba e excluindo EUA e Canadá) definiu a América Latina e o Caribe como uma “zona de paz, desnuclearizada” e aposta seu futuro numa parceria estratégica com a China.
É contra essas mudanças que as forças conservadoras, alinhadas com Washington, voltam suas baterias golpistas. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) alerta a classe trabalhadora e as forças progressistas para os riscos de retrocesso antidemocrático na Venezuela e em toda Nossa América, ao mesmo tempo em que reitera seu total repúdio aos golpistas e sua ativa solidariedade e apoio à revolução bolivariana em curso na Venezuela, à integração soberana e democrática dos povos latino-americanos e caribenhos, à democracia e ao socialismo.
* Adílson Araújo é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Na realidade o que esta acontecendo e justamente o oposto do que fala. Um novo desenho da America Latina esta se formando, com a Aliana do Pacifico, que ja concentra 40 pct do PIB da regiao (Mexico, Colombia, Chile e Peru). Os governos populistas estao quebrados, Venezuela e Argentina. O movimento nas ruas da Venezuela e totalmente legitimo, de uma poulacao que nao aguenta mais inflacao de 60 pct, desbastecimento, corrupcao, violencia. A esquerda que incobrir a falencia desse modelo populista trazendo o etern inimigo - imperialistas. Quando na realidade o inimigo nao esta oculto, e a propria incompetencia da esquerda na America alaina de gerar valor para a poulacao. Porque nao mencionou a os estudantes que estao sendo mantidos em carcere no pais? Voce concorda com isso? O que falara da censura que esta sendo feita as midias. A ditadura ja existe na Venezuela, e ela nao e de direita.
ResponderExcluirOs venzuelas foram as ruas para dizer nao a inflacao de 60 pct, a falat de comida nas gondolas, a corrupcao e violencia que assola o pais, a falta de democracia que impera por la. Se eu morasse la como alguns amigos meus, estaria fazendo mesmo. A esquerda no Brasil esta tentando dar outros contornos a esse protesto, porque na aceita a falencia desse modelo populista na America Latina, que levou a falencia da Venezuela, da Argentina, e que amecao Brasil.
ResponderExcluirMiro,será que desta vez não foi o Maduro que passou dos limites? Não estou afirmando, mas apenas colocando como hipótese palsível, sabemos de todos os avanços da Venezuela Chavista, mas o que Maduro fez pela Venezuela desde a morte de Chavéz? O país entrou em uma espiral descendente que parece não ter mais fim. E a truculência das Agências Governamentais não ajudam a tentar entender o ponto de vista de Maduro. Sinceramente, ele não estava preparado. @augustoseixas
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