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Como era de se esperar, ao perceber que esticou demais a corda, o governo Dilma resolveu ceder às chantagens do PMDB e abriu seu balaio de bondades: entregou ao partido dois ministérios (Agricultura e Turismo), mandou seus ministros reabrirem o diálogo com os rebelados e prometeu liberar finalmente as verbas das emendas parlamentares, mas pode ter sido tarde demais para recuperar o controle da situação, depois de marcar muitos gols contra nas últimas semanas, que acabaram reanimando a oposição. Isso só vamos saber quando forem divulgadas as próximas pesquisas.
Ao comprar uma briga que não precisava, levando a reforma ministerial em banho-maria até secar a água, os articuladores do governo pareciam até o zagueiro artilheiro Antônio Carlos, que marcou dois gols contra o São Paulo no jogo de domingo contra o Corinthians. Para completar, Dilma ainda foi fazer a graça de dizer que o PMDB só lhe dá alegrias, no momento mais tenso das relações com seu principal aliado, que se juntou a outros partidos para encurralar o governo.
Resultado: depois de Eduardo Campos chutar o balde na semana passada ao dizer que o país não aguentava mais quatro anos de Dilma, até os tucanos, que andavam quietinhos em seu ninho, resolveram mostrar os bicos, na esperança de faturar o descontentamento do PMDB e de outros partidos aliados, que impuseram duras derrotas ao governo nos últimos dias, com a criação de uma comissão para investigar a Petrobras e a convocação de dez ministros para prestar contas ao Congresso Nacional.
Na quarta-feira, em meio ao tiroteio do fogo amigo, o candidato Aécio Neves deu a sua mais contundente entrevista contra o governo Dilma, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma palestra no mesmo tom e até José Serra ressuscitou com um artigo ácido como se estivesse ainda em campanha: "Poucas vezes a condução governamental atrapalhou tanto os rumos da economia brasileira como nos dias atuais".
"Um governo autoritário, que não quer aliados, quer vassalos. Um governo que não quer partidos para compartilhar um projeto de Brasil, quer aliados para vencer as eleições", mandou ver o presidenciável Aécio Neves, jogando uma isca para os dissidentes do PMDB.
Aécio não deixa de ter razão quando afirma que "isso tudo é consequência da arrogância com que o PT vem conduzindo o governo até aqui, e agora colhe estes frutos. Como se tivessem combinado, FHC, que se tornou o principal cabo eleitoral de Aécio, disse num debate sobre os 20 anos do Plano Real que o governo "impõe uma agenda da ditadura(...) à revelia da sociedade e do Congresso".
O ex-presidente pregou uma "radicalização da democracia" e atacou duramente o presidencialismo de coalizão: "Não temos coalizão. O que temos é cooptação. Não estão brigando por um projeto, mas por espaço. O resultado é o esvaziamento da agenda pública". E qual seria o projeto ou a agenda do PSDB? Isto nem Aécio, nem FHC nem Serra conseguiram definir até agora em suas arengas contra o governo.
O mais estranho é que até o momento em que escrevo, na manhã desta quinta-feira, não apareceu ainda nenhum líder do governo ou do PT para rebater as críticas tucanas e defender a presidente Dilma, que parece cada vez mais isolada no enfrentamento de uma situação que lhe é bastante desfavorável no momento, recebendo críticas de todos os lados, até de tradicionais apoiadores dos governos petistas.
É recomendável que a presidente Dilma viaje menos e se dedique mais a arrumar a casa governista, que anda meio de pernas para o ar. E é natural que a combalida oposição se aproveite disso, até para cada um demarcar o seu espaço na luta por uma vaga no segundo turno.
realmente a dilma está só ninguém do pt rebate as críticas e isso não é bom, espero que isso não seja o coro, volte lula.
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