sábado, 5 de abril de 2014

Dilma cai, mas os outros não sobem

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho

Deixando a modestia um pouco de lado, os novos números divulgados na tarde deste sabado pelo Datafolha sobre a corrida presidencial confirmam as previsões feitas esta semana aqui mesmo e no Jornal da Record News: Dilma caiu (de 44 para 38%), mas seus adversários não subiram e, se as eleições fossem hoje, a presidente seria reeleita no primeiro turno.

Os seis pontos perdidos por Dilma são atribuidos pelo instituto ao "pessimismo econômico", resultado de uma blietzkrieg desfechada pela oposição e a mídia aliada nas últimas semanas, colocando o país e a Petrobras à beira de um colapso econômico e administrativo, a tal da crise do fim do mundo anunciada pelos seus principais adversários.

Eles conseguiram atingir um dos seus objetivos, que era o de abalar o franco favoritismo de Dilma, até agora dando um passeio nas pesquisas, mas não foram capazes de transferir os votos perdidos por ela para os oposicionistas Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB. Com ampla exposição dos dois na mídia nos últimos dias, o senador mineiro continua com os mesmos 16% da pesquisa anterior e o ex-governador de Pernambuco subiu apenas um  ponto, indo de 9 para 10%.

A própria pesquisa acabou induzindo este resultado, ao colocar no questionário várias questões relacionadas a fatos negativos na área econômica antes de perguntar em quem o eleitor pretende votar. Como escrevi aqui, voce pode fazer campanha detonando o adversário ou conquistando votos com suas propostas para fazer um país melhor _ desta segunda parte, os candidatos da oposição até agora não foram capazes.

Mais do que a perda destes seis pontos, que já era esperada, há outros motivos para os estrategistas do Palácio do Planalto acenderem o farol amarelo: para 65% dos eleitores, a inflação vai subir e 63% estão frustrados com a presidente, achando que ela fez menos do que esperavam (um ano atrás eram 34%).

O resultado mais curioso da pesquisa, mostrando que 72% dos entrevistados querem mudanças no governo, revela que o mais indicado para fazê-las é o principal cabo eleitoral de Dilma, o ex-presidente Lula, com 32%. Em segundo lugar, vem Marina Silva, que também não é candidata e deve ser vice de Eduardo Campos. A própria Dilma é a preferida de 16% para fazer estas mudanças e seus adversários não conseguem conquistar os descontentes: Aécio tem 13% e Eduardo vem com 7%.

Bem abaixo dos índices de José Serra, quando faltavam, como agora, seis meses para as eleições, em 2010, Aécio mantem a liderança tucana nos mesmos nichos do eleitorado: os mais ricos e os que têm nível de ensino superior.

Como o Ibope já  havia mostrado na semana passada, o Datafolha dá claros sinais de que a presidente Dilma saiu da sua zona de conforto e não pode só continuar jogando na defesa. Por mais fracos que sejam os adversários, Dilma está perdendo terreno para ela mesma, sem que o seu governo reaja, tanto no plano político como no econômico.

O cenário eleitoral agora é absolutamente imprevisível e não aposto um tostão do meu bolso em quem vai ganhar. Qual é a aposta do caro leitor do Balaio?

4 comentários:

  1. Como não tenho posição ambivalente
    aposto sim:DILMA.

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  2. Dilma. é a minha aposta. Mas, concordo com voce. O governo tem que reagir pois está se mostrando medroso para a população e não está indicando os caminhos da mudança.A gente não pode fazer tudo sozinho não. Nem os blogueiros.

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  3. Voto Dilma Rousseff, voto por país mais justo e menos desigua, voto PT, e daí!
    Miro, facilite estes comentários e um pouquinho chato esta maneira. Abraços.

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  4. Ainda muito otimista e esperancosa:Dilma!

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