A
permanência do ex-ministro José Dirceu em regime fechado é uma falta de
respeito ao direito do condenado. A avaliação é do jurista Celso Antônio
Bandeira de Mello.
“A mim me parece que, enquanto o presidente do
Supremo for esse, é muito difícil que haja em relação ao Dirceu uma postura
serena. É uma falta de respeito ao direito do condenado. O Judiciário deve ser
equânime, sem olhar a posição das pessoas”, afirma o jurista em
entrevista à Rede Brasil Atual.
A defesa
de Dirceu encaminhou nesta semana
petição ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, pedindo
prioridade na análise do trabalho externo do ex-ministro, uma vez que
se trata de preso idoso e todos os procedimentos solicitados já foram
cumpridos. Mesmo assim, a análise continua parada.
“Mas a
mim não surpreende. Fico apenas lastimando. O Judiciário não é mais aquele de
outrora, pelo menos não o Supremo”, acrescenta Bandeira de Mello.
“Aberração
jurídica”
Também
em entrevista à Rede Brasil Atual, o escritor e jornalista escritor Fernando
Morais diz ser uma “aberração” a permanência de Dirceu no regime fechado. “A
sociedade está testemunhando: vai fazer cinco meses que Dirceu está preso, em
prisão fechada, embora tenha sido condenado a semiaberto. Isso é uma aberração
jurídica, uma barbaridade. O presidente da Corte mais importante do país está
se regendo por notícia de coluna social, foi isso o que aconteceu”, afirma.
“Simplesmente
por causa de uma fofoca de coluna social a corte mais importante do país
submete o preso a uma pena adicional à que foi condenado”, acrescenta o
escritor, referindo-se à informação publicada na imprensa de que Dirceu teria
usado telefone celular na prisão. Investigações já mostraram que isso nunca
aconteceu.
Para
Fernando Morais, os fatos que envolvem José Dirceu são um “negócio armado”.
“Não me surpreendo mais, perdi a ilusão. Sempre fui muito pessimista sobre esse
processo [AP 470], desde o começo, sobretudo quanto ao Dirceu, que eu achava
que ia para a cadeia”, diz.
“Porque
a cada dia que passava ficava mais claro que se tratava de um processo
político, um processo simbólico, porque, embora tenham escolhido o Dirceu para
ser o ‘cabra marcado para morrer’, no fundo estão tentando condenar o PT, o
Lula, a Dilma, o primeiro governo progressista que este país tem em muitas
décadas.”
Digo e repito: " O BRA(Z)IL tem dono e dono mora nos EUA".
ResponderExcluirÉ a direita agredindo a esquerda materializada em José Dirceu. Capas de os valores mensalão do PT serem bem menos, se foram, do que se pode supor no desvio para os Xerox do cartel do Metro. Uma coisa é ser progressista, outra é ser reacionário.
ResponderExcluirFora isto parece que a direita recompensará as paixões desenfreadas com vistas a causar o desequilíbrio pelo revide e assim o esvaziamento do espírito revolucionário.
Tem que divulgar estas informações a meios de comunicação de outros países e colocar o STF e a Corte Interamericana na berlinda. Está muito cômodo para eles.
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