Do blog Diário do Centro do Mundo
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do governo
federal, Ipea, divulgou nesta sexta-feira uma nota reconhecendo que houve erro
na divulgação que chocou o país ao dizer que a maioria dos brasileiros (65,1%)
apoia ataques a mulheres que usam roupa curta.
Segundo o Ipea, por uma troca nos gráficos da pesquisa
divulgada, o resultado divulgado está errado. Os percentuais corretos são: 26%
concordam, total ou parcialmente, com a afirmação “mulheres que usam roupas que
mostram o corpo merecem ser atacadas; e 70% discordam total ou parcialmente.
Outros 3,4% se dizem neutros”.
O diretor da área social do Ipea pediu a sua exoneração
assim que o erro foi detectado.
A pesquisa, com os dados errados, gerou enorme repercussão e
uma campanha em redes sociais com o lema #eunãomereçoserestuprada. A onda de
indignação teve apoio até de Dilma.
A nota do Ipea:
Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos
resultados de nossa pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres,
divulgada em 27/03/2014. O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos
relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e
continua com o parceiro gosta de apanhar e Mulheres que usam roupas que mostram
o corpo merecem ser atacadas. Entre os 3.810 entrevistados, os percentuais
corretos destas duas questões são os seguintes:
Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de
apanhar (Em %):
42,7% concordam totalmente
22,4% concordam parcialmente
1,9% são neutros
24% discordam totalmente
8,4% discordam parcialmente
42,7% concordam totalmente
22,4% concordam parcialmente
1,9% são neutros
24% discordam totalmente
8,4% discordam parcialmente
Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser
atacadas (Em %):
13,2% concordam totalmente
12,8% concordam parcialmente
3,4% são neutros
58,4% discordam totalmente
11,6% discordam parcialmente
13,2% concordam totalmente
12,8% concordam parcialmente
3,4% são neutros
58,4% discordam totalmente
11,6% discordam parcialmente
Corrigida a troca, constata-se que a concordância parcial ou
total foi bem maior com a primeira frase (65%) e bem menor com a segunda (26%).
Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente,
na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase,
que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de
comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos
últimos dias.
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