Por Altamiro Borges
Três pesquisas recentes confirmam que a internet, com seus sites, blogs e redes sociais, deverá jogar um papel decisivo nas eleições deste ano. O Instituto Reuters de Estudo do Jornalismo, ligado à Universidade de Oxford (Inglaterra), publicou no início de junho o seu terceiro relatório anual sobre notícias digitais (“Digital News Report-2014”). Feito a partir de entrevistas com 18 mil pessoas em dez países (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Finlândia, Espanha, Dinamarca, Itália, Japão e Brasil), ele revela que o nosso país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial no uso dos meios digitais. Segundo a pesquisa, 87% dos brasileiros conectados à internet têm interesse por notícias de cunho jornalístico.
Outro estudo, divulgado em maio, aponta que os blogs brasileiros já ocupam o segundo lugar no ranking mundial de alcance, só perdendo para o Japão. A pesquisa da ComScore traz estatísticas atualizadas sobre a rede no Brasil, com dados comparativos para a América Latina e o mundo. Os números comprovam que o país é um dos mais entusiasmados com a internet. Entre outros dados, a pesquisa mostra que os brasileiros seguem liderando o engajamento online, com usuários que navegam 29,7 horas por mês, sete horas a mais do que a média mundial; que a audiência cresce em média 11% ao ano; e que uma parte da publicidade, mesmo que ainda pequena, passa a se deslocar para os meios digitais.
Por último, vale citar a “Pesquisa Brasileira de Mídia”, publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em fevereiro último. Ela indicou que a tevê segue sendo o meio preferido dos brasileiros, com 76,4% dos votos, mas a internet (13,1%) já superou o rádio (7,9%), jornais (1,5%) e revistas (0,3). Segundo a Secom, o estudo aponta as tendências para o futuro. “Entre os mais jovens, na faixa de 16 a 25 anos, a preferência pela TV cai a 70% e citação da internet sobe a 25%, ficando o rádio com 4% e os demais com menções próximas de 0%. Como em outros países, devemos continuar assistindo também no Brasil ao crescimento da adesão aos meios digitais de comunicação nos próximos anos”.
Estes três estudos explicam porque os partidos políticos brasileiros finalmente despertaram para a força crescente da internet. Todos têm feito investimentos pesados nas novas ferramentas, contratando empresas especializadas, formando seus ativistas digitais e disputando ideias nesta guerrilha online. Este universo dá espaço para os piores instintos, com muitas baixarias e agressões, mas também permite a produção de ótimo conteúdo jornalístico. Através da internet, esta brecha tecnológica, mais vozes podem se manifestar na sociedade, uma conquista da autêntica liberdade de expressão. Mesmo a mídia tradicional já percebeu que não dá para barrar este avanço e passa a investir mais nestas ferramentas.
Já nas eleições de 2010, a jovem blogosfera brasileira cumpriu papel de relevo, ajudando a desmascarar farsas como a da “bolinha de papel” ou da onda preconceituosa contra o direito ao aborto. Não é para menos que passou a ser alvo de setores autoritários, pouco afeitos à liberdade de expressão, que tentaram estigmatizar esta forma de comunicação. Os “blogs sujos”, como foram rotulados pejorativamente, não se intimidaram e conquistaram, com o tempo, maior legitimidade e força. Já em 2013, as redes sociais mostraram sua capacidade de mobilização nos massivos protestos da “jornada de junho”. Nas eleições deste ano, o poder da internet será ainda maior e decisivo!
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Leia também:
- Eleição e guerra suja na internet
- O poder da internet: fatos e versões
- Lula, internet e sua não-candidatura
- O futuro da internet no Brasil
- Twitter e o poder dos presidenciáveis
Três pesquisas recentes confirmam que a internet, com seus sites, blogs e redes sociais, deverá jogar um papel decisivo nas eleições deste ano. O Instituto Reuters de Estudo do Jornalismo, ligado à Universidade de Oxford (Inglaterra), publicou no início de junho o seu terceiro relatório anual sobre notícias digitais (“Digital News Report-2014”). Feito a partir de entrevistas com 18 mil pessoas em dez países (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Finlândia, Espanha, Dinamarca, Itália, Japão e Brasil), ele revela que o nosso país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial no uso dos meios digitais. Segundo a pesquisa, 87% dos brasileiros conectados à internet têm interesse por notícias de cunho jornalístico.
Outro estudo, divulgado em maio, aponta que os blogs brasileiros já ocupam o segundo lugar no ranking mundial de alcance, só perdendo para o Japão. A pesquisa da ComScore traz estatísticas atualizadas sobre a rede no Brasil, com dados comparativos para a América Latina e o mundo. Os números comprovam que o país é um dos mais entusiasmados com a internet. Entre outros dados, a pesquisa mostra que os brasileiros seguem liderando o engajamento online, com usuários que navegam 29,7 horas por mês, sete horas a mais do que a média mundial; que a audiência cresce em média 11% ao ano; e que uma parte da publicidade, mesmo que ainda pequena, passa a se deslocar para os meios digitais.
Por último, vale citar a “Pesquisa Brasileira de Mídia”, publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em fevereiro último. Ela indicou que a tevê segue sendo o meio preferido dos brasileiros, com 76,4% dos votos, mas a internet (13,1%) já superou o rádio (7,9%), jornais (1,5%) e revistas (0,3). Segundo a Secom, o estudo aponta as tendências para o futuro. “Entre os mais jovens, na faixa de 16 a 25 anos, a preferência pela TV cai a 70% e citação da internet sobe a 25%, ficando o rádio com 4% e os demais com menções próximas de 0%. Como em outros países, devemos continuar assistindo também no Brasil ao crescimento da adesão aos meios digitais de comunicação nos próximos anos”.
Estes três estudos explicam porque os partidos políticos brasileiros finalmente despertaram para a força crescente da internet. Todos têm feito investimentos pesados nas novas ferramentas, contratando empresas especializadas, formando seus ativistas digitais e disputando ideias nesta guerrilha online. Este universo dá espaço para os piores instintos, com muitas baixarias e agressões, mas também permite a produção de ótimo conteúdo jornalístico. Através da internet, esta brecha tecnológica, mais vozes podem se manifestar na sociedade, uma conquista da autêntica liberdade de expressão. Mesmo a mídia tradicional já percebeu que não dá para barrar este avanço e passa a investir mais nestas ferramentas.
Já nas eleições de 2010, a jovem blogosfera brasileira cumpriu papel de relevo, ajudando a desmascarar farsas como a da “bolinha de papel” ou da onda preconceituosa contra o direito ao aborto. Não é para menos que passou a ser alvo de setores autoritários, pouco afeitos à liberdade de expressão, que tentaram estigmatizar esta forma de comunicação. Os “blogs sujos”, como foram rotulados pejorativamente, não se intimidaram e conquistaram, com o tempo, maior legitimidade e força. Já em 2013, as redes sociais mostraram sua capacidade de mobilização nos massivos protestos da “jornada de junho”. Nas eleições deste ano, o poder da internet será ainda maior e decisivo!
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