Por Altamiro Borges
Numa ação arbitrária, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve neste sábado (12), véspera da decisão da Copa do Mundo no Maracanã, 19 ativistas sob a alegação de que teriam organizado protestos na cidade desde a chamada jornada de junho do ano passado. Eles foram acusadas de formação de quadrilha e de envolvimento em atos de vandalismo. Entre os presos está Elisa Quadros Pinto, a Sininho, detida em Porto Alegre e transferida à capital carioca. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, ainda justificou as detenções temporárias alegando ter “informações de que essas pessoas planejavam provocar torcedores argentinos [na final do Mundial] para gerar confronto”.
A onda de prisões arbitrárias gerou imediata reação. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Chalreo, afirmou que elas “são um absurdo” e visam “impedir o direito de manifestação”. Lideranças políticas do estado também protestaram. “Ativistas sociais que participaram de protestos no último ano estão sendo presas sem qualquer motivo, tendo suas casas invadidas e levados sob a mira de fuzis, como consequência de mandados de prisão que impõem cinco dias de detenção ‘preventiva’ por supostos crimes que, supostamente, poderiam, talvez, vir a cometer no futuro. É surreal”, desabafou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) ao Jornal do Brasil.
O senador Lindberg Farias, candidato do PT ao governo do Estado, também aderiu a uma nota conjunta em repúdio às prisões. “Enquanto os brasileiros sofrem com a derrota da seleção, um resultado muito mais grave está sendo engendrado: a derrota da democracia e da Constituição. No Rio de Janeiro, por razões políticas, 17 pessoas foram presas, com base em mandados de prisão temporária, e dois menores foram apreendidos. Um representante do poder judiciário viabilizou a ação policial, evidenciando mobilização orquestrada com participação governamental. A operação foi justificada para prevenir ações que pudessem perturbar a ordem pública no dia da decisão da Copa do Mundo”.
“Por esse motivo os advogados têm tido dificuldade em conhecer a substância de cada acusação: tudo foi feito para impedir que os presos se beneficiassem de Habeas Corpus antes de domingo. O chefe da polícia civil tem deixado claro, em seus pronunciamentos, que as prisões visam prevenir possíveis ações. Estamos diante de uma arbitrariedade inaceitável, que agride o Estado democrático de direito. As prisões constituem ato eminentemente político e criam perigoso precedente: a privação da liberdade individual passa a ser objeto de decisão fundada em previsões e no cálculo relativo ao interesse dos poderes do Estado”.
“Foram golpeados direitos elementares individuais e de livre manifestação. Conclamamos todos os cidadãos comprometidos com os princípios democráticos, independentemente de ideologias ou filiações partidárias, a unirem-se contra o arbítrio e a violência do Estado, perpetrada, ironicamente, sob a falsa justificativa de evitar a violência”. A nota também é assinada pelos deputados do PSOL Marcelo Freixo, Chico Alencar e Jean Wyllys, pelo professor Tarcísio Motta, candidato desta sigla ao governo estadual, e pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares.
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Leia também:
- O sucesso econômico da Copa no Brasil
- A derrota da seleção e a fracassomania
- Copa vai desmascarar Aécio Neves
- A volta do complexo de vira-lata
- A goleada e a ressaca brasileira
Numa ação arbitrária, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve neste sábado (12), véspera da decisão da Copa do Mundo no Maracanã, 19 ativistas sob a alegação de que teriam organizado protestos na cidade desde a chamada jornada de junho do ano passado. Eles foram acusadas de formação de quadrilha e de envolvimento em atos de vandalismo. Entre os presos está Elisa Quadros Pinto, a Sininho, detida em Porto Alegre e transferida à capital carioca. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, ainda justificou as detenções temporárias alegando ter “informações de que essas pessoas planejavam provocar torcedores argentinos [na final do Mundial] para gerar confronto”.
A onda de prisões arbitrárias gerou imediata reação. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Chalreo, afirmou que elas “são um absurdo” e visam “impedir o direito de manifestação”. Lideranças políticas do estado também protestaram. “Ativistas sociais que participaram de protestos no último ano estão sendo presas sem qualquer motivo, tendo suas casas invadidas e levados sob a mira de fuzis, como consequência de mandados de prisão que impõem cinco dias de detenção ‘preventiva’ por supostos crimes que, supostamente, poderiam, talvez, vir a cometer no futuro. É surreal”, desabafou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) ao Jornal do Brasil.
O senador Lindberg Farias, candidato do PT ao governo do Estado, também aderiu a uma nota conjunta em repúdio às prisões. “Enquanto os brasileiros sofrem com a derrota da seleção, um resultado muito mais grave está sendo engendrado: a derrota da democracia e da Constituição. No Rio de Janeiro, por razões políticas, 17 pessoas foram presas, com base em mandados de prisão temporária, e dois menores foram apreendidos. Um representante do poder judiciário viabilizou a ação policial, evidenciando mobilização orquestrada com participação governamental. A operação foi justificada para prevenir ações que pudessem perturbar a ordem pública no dia da decisão da Copa do Mundo”.
“Por esse motivo os advogados têm tido dificuldade em conhecer a substância de cada acusação: tudo foi feito para impedir que os presos se beneficiassem de Habeas Corpus antes de domingo. O chefe da polícia civil tem deixado claro, em seus pronunciamentos, que as prisões visam prevenir possíveis ações. Estamos diante de uma arbitrariedade inaceitável, que agride o Estado democrático de direito. As prisões constituem ato eminentemente político e criam perigoso precedente: a privação da liberdade individual passa a ser objeto de decisão fundada em previsões e no cálculo relativo ao interesse dos poderes do Estado”.
“Foram golpeados direitos elementares individuais e de livre manifestação. Conclamamos todos os cidadãos comprometidos com os princípios democráticos, independentemente de ideologias ou filiações partidárias, a unirem-se contra o arbítrio e a violência do Estado, perpetrada, ironicamente, sob a falsa justificativa de evitar a violência”. A nota também é assinada pelos deputados do PSOL Marcelo Freixo, Chico Alencar e Jean Wyllys, pelo professor Tarcísio Motta, candidato desta sigla ao governo estadual, e pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares.
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- Copa vai desmascarar Aécio Neves
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Fazendo campanha pro seu candidato a governador. Vergonhoso!
ResponderExcluirTem mais é que prender mesmo. Ou seria melhor esperar, e prencdê-los após mais um quebra-quebra, incêndio de ônibus, depredação de agências bancárias e de automóveis??
ResponderExcluirBem feito. A lei é para todos. Independente de qual partido os estejam apoiando, eles devem pagar pelos crimes que cometeram. A sociedade aguarda os próximos capítulos dessa página imunda que esses delinquentes escreveram em nossa história.
ResponderExcluirA partir de agora até as eleições os blogs de esquerda estarão a serviço da candidatura a governador do PT. Se fizer, erro porque fez; se não fizer, tinha que ter feito. Igualzinho a mídia tucana faz com a esquerda. Depois reclamam.
ResponderExcluirA Plinio Arruda Sampaio e, seus correligionários que como a ele, tanto lutam com conhecimento de causa contra atitudes ditatoriais. E como estas denunciadas neste artigo como as desapropriações de casas a força sem nenhum planejamento, sinceramente, atitudes piores do que as dos coronéis em tempos de coronelismo.
ResponderExcluirDeixo aqui uma humilde homenagem a um homem que construiu em torno de si um brilhante história neste país. Antes que até isto desconstruam para dividirem e assim enfraquecerem a nossa pátria.
Plinio Arruda Sampaio contemplo luta luto.
Plinio pleno absoluto
contemplo luta luto
foi nobre guerreiro
viveu por brasileiro
Arruda afugenta
mal olhado que atenta
origem latim Plenus
passado presente nus
Sampaio vem do hebreu
São mais Paulo nome deu
perspicácia mais sutil
tanto serviu ao Brasil
transparente política
partida fatídica
público se lamente
foi-se brilhante mente
com fé uma estrela guia
PSol aqueceu trilha fria
legado raro deixou
boa memória fincou
José da Mota.
Quem vale mais o ativista mascarado ou a elite ex-cara-limpa para manchetes de jornais?
ResponderExcluirO Brasil acordou!
estrela guia noite dia reluz
amor e luta princesa traduz
amas pureza da natureza
tens norte tua real beleza
fontes puras são cachoeiras
juventude toda guerreira
ex-caras-limpas traíras afronta
de mascaras balas enfrenta
é a moçada brasileira
barrando morte rotineira
peitam do brasil traidores
sem temor a injustas dores
sofrem prisões ditatoriais
mostram justo as leis ilegais
braços dados justiça clamam
valentes ao vero acordam
aguentam a batida forte
salvam lealdade ou morte
bravamente mostram verdades
torturas mortes crueldades
José da Mota.