Por Renato Rovai, em seu blog:
O texto abaixo teria sido enviado por Marcio Sales Saraiva, que é membro da Rede Sustentabilidade e atuou na construção do programa de governo da candidatura Marina Silva na questão LGBT, aos seus amigos do Facebook. Ele dá versão completamente diferente da apresentada pela campanha em relação ao recuo de Marina no que havia sido apresentado por conta das ameaças pelo twitter feitas pelo Pastor Malafaia.
A questão dos direitos LGBT é de extrema importância e as principais candidaturas na disputa tratam-o de forma quase covarde. Mas essa atitude de Marina de apresentar uma proposta e mudá-la menos de 24 horas depois por conta da pressão de um único líder religioso evangélico é por demais preocupante. No exercício do cargo de presidente da República, Marina terá de enfrentar pressões muito maiores. Segue o texto de Márcio Sales Saraiva.
“Queridxs, como militante da causa LGBT, pesquisador no campo das políticas públicas para a população LGBT e membro do Elo Nacional da Rede Sustentabilidade, sinto-me profundamente triste com o vexame que foi o recuo do programa de Marina Silva no campo dos direitos LGBT.
Esse capítulo foi uma construção coletiva que envolveu o Elo Diversidade (LGBT com Marina Silva), a Coordenação do Movimento LGBT do PSB (com forte atuação no governo de Eduardo Campos) e o PPS Diversidade. É claro que tudo foi dialogado com a Coordenação Nacional, em especial, Neca Setúbal e Maurício Rands, duas pessoas que se mostraram sensíveis e verdadeiramente comprometidas com políticas públicas voltadas para a população LGBT.
Nestas discussões, que também foram levantadas nos diversos grupos e seminários regionais da Aliança, incluiu-se o apoio de um possível Governo Marina para pautas no Parlamento que avançasse contra a homofobia e no reconhecimento de direitos iguais. Infelizmente, veio o recuo que transfigurou o texto original e que pegou a todxs de surpresa numa decisão autoritária e vertical, contrariando toda a narrativa de democracia, participação e horizontalidade na construção programática.
Estamos ainda impactados com o que aconteceu e não temos explicações sensatas.”
*****
E abaixo segue o texto enviado pelo comitê LGBT da campanha de Marina.
O Comitê LGBT da campanha de Marina Silva e Beto Albuquerque (Coligação Unidos Pelo Brasil), diante dos fatos veiculados pela imprensa e pela coordenação nacional da campanha, acerca da errata ao plano de governo no item que se refere a políticas para a população LGBT, esclarece o que segue:
1. O processo de construção do plano de governo de nossa coligação passou por um amplo processo democrático de discussão social em seminários programáticos até chegar em sua forma final;
2. Para cada eixo colocado em nosso plano de governo existiu a mediação e contextualização das propostas dos diversos segmentos nele inseridos para que fosse feita uma adequação das demandas ao momento social em que vivenciamos no Brasil. No que se refere a temática LGBT não foi diferente. Nossas propostas passaram por esse mesmo processo;
3. Ocorre que, por erro de envio, o material publicado e publicizado na versão do programa apresentado à sociedade brasileira no dia 29 de agosto foi a pauta integral reivindicada por este coletivo, tal qual saiu de sua base;
4. O texto divulgado no dia 30 de agosto, junto com a errata, representa o texto de consenso das propostas LGBT para o plano de governo aprovado pela coordenação política da campanha, tendo em vista que o mesmo passou por todo o processo de revisão e contextualização;
5. Ainda que não estando tão abrangente, o texto reapresentado representa para nós LGBT´s uma defesa significativa para concretização das políticas da nossa população. Marina e Beto são os únicos candidatos que assumem uma postura firme em defesa dos Direitos de todas as pessoas.
Nenhuma das candidaturas apresentadas ao povo brasileiro tem em seus programas a temática LGBT tão bem dita e definida. Acreditamos que o apresentar e reapresentar das propostas não descaracteriza nossa luta nem tampouco classifica nossa candidata como conservadora ou até mesmo homofóbica. Nossa luta é pela defesa do Estado laico e por um Brasil que respeite a todos independente de sua orientação sexual ou convicção religiosa.
Não vamos aceitar que uma falha de diagramação desqualifique nosso debate pela construção de uma nova política e nem desmereça o nosso plano de governo que foi tão bem construído pelo povo brasileiro.
O coletivo LGBT compromissado com essa população e compreendendo a complexidade de suas necessidades permanecerá na luta pela expansão e consolidação de nossas reivindicações. Na certeza que vamos eleger Marina e Beto para a Presidência da República para juntos construirmos o Brasil dos nossos sonhos.
Não vamos desistir do direito ao amor em sua plenitude. Não vamos desistir do Brasil.
São Paulo, 30 de agosto de 2014.
O texto abaixo teria sido enviado por Marcio Sales Saraiva, que é membro da Rede Sustentabilidade e atuou na construção do programa de governo da candidatura Marina Silva na questão LGBT, aos seus amigos do Facebook. Ele dá versão completamente diferente da apresentada pela campanha em relação ao recuo de Marina no que havia sido apresentado por conta das ameaças pelo twitter feitas pelo Pastor Malafaia.
A questão dos direitos LGBT é de extrema importância e as principais candidaturas na disputa tratam-o de forma quase covarde. Mas essa atitude de Marina de apresentar uma proposta e mudá-la menos de 24 horas depois por conta da pressão de um único líder religioso evangélico é por demais preocupante. No exercício do cargo de presidente da República, Marina terá de enfrentar pressões muito maiores. Segue o texto de Márcio Sales Saraiva.
“Queridxs, como militante da causa LGBT, pesquisador no campo das políticas públicas para a população LGBT e membro do Elo Nacional da Rede Sustentabilidade, sinto-me profundamente triste com o vexame que foi o recuo do programa de Marina Silva no campo dos direitos LGBT.
Esse capítulo foi uma construção coletiva que envolveu o Elo Diversidade (LGBT com Marina Silva), a Coordenação do Movimento LGBT do PSB (com forte atuação no governo de Eduardo Campos) e o PPS Diversidade. É claro que tudo foi dialogado com a Coordenação Nacional, em especial, Neca Setúbal e Maurício Rands, duas pessoas que se mostraram sensíveis e verdadeiramente comprometidas com políticas públicas voltadas para a população LGBT.
Nestas discussões, que também foram levantadas nos diversos grupos e seminários regionais da Aliança, incluiu-se o apoio de um possível Governo Marina para pautas no Parlamento que avançasse contra a homofobia e no reconhecimento de direitos iguais. Infelizmente, veio o recuo que transfigurou o texto original e que pegou a todxs de surpresa numa decisão autoritária e vertical, contrariando toda a narrativa de democracia, participação e horizontalidade na construção programática.
Estamos ainda impactados com o que aconteceu e não temos explicações sensatas.”
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E abaixo segue o texto enviado pelo comitê LGBT da campanha de Marina.
O Comitê LGBT da campanha de Marina Silva e Beto Albuquerque (Coligação Unidos Pelo Brasil), diante dos fatos veiculados pela imprensa e pela coordenação nacional da campanha, acerca da errata ao plano de governo no item que se refere a políticas para a população LGBT, esclarece o que segue:
1. O processo de construção do plano de governo de nossa coligação passou por um amplo processo democrático de discussão social em seminários programáticos até chegar em sua forma final;
2. Para cada eixo colocado em nosso plano de governo existiu a mediação e contextualização das propostas dos diversos segmentos nele inseridos para que fosse feita uma adequação das demandas ao momento social em que vivenciamos no Brasil. No que se refere a temática LGBT não foi diferente. Nossas propostas passaram por esse mesmo processo;
3. Ocorre que, por erro de envio, o material publicado e publicizado na versão do programa apresentado à sociedade brasileira no dia 29 de agosto foi a pauta integral reivindicada por este coletivo, tal qual saiu de sua base;
4. O texto divulgado no dia 30 de agosto, junto com a errata, representa o texto de consenso das propostas LGBT para o plano de governo aprovado pela coordenação política da campanha, tendo em vista que o mesmo passou por todo o processo de revisão e contextualização;
5. Ainda que não estando tão abrangente, o texto reapresentado representa para nós LGBT´s uma defesa significativa para concretização das políticas da nossa população. Marina e Beto são os únicos candidatos que assumem uma postura firme em defesa dos Direitos de todas as pessoas.
Nenhuma das candidaturas apresentadas ao povo brasileiro tem em seus programas a temática LGBT tão bem dita e definida. Acreditamos que o apresentar e reapresentar das propostas não descaracteriza nossa luta nem tampouco classifica nossa candidata como conservadora ou até mesmo homofóbica. Nossa luta é pela defesa do Estado laico e por um Brasil que respeite a todos independente de sua orientação sexual ou convicção religiosa.
Não vamos aceitar que uma falha de diagramação desqualifique nosso debate pela construção de uma nova política e nem desmereça o nosso plano de governo que foi tão bem construído pelo povo brasileiro.
O coletivo LGBT compromissado com essa população e compreendendo a complexidade de suas necessidades permanecerá na luta pela expansão e consolidação de nossas reivindicações. Na certeza que vamos eleger Marina e Beto para a Presidência da República para juntos construirmos o Brasil dos nossos sonhos.
Não vamos desistir do direito ao amor em sua plenitude. Não vamos desistir do Brasil.
São Paulo, 30 de agosto de 2014.
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