sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dilma reeleita: Quem perde e quem ganha?

Do site Muda Mais:

Com o resultado vitorioso de Dilma nas urnas, merece atenção o fato de que a maioria dos brasileiros não quer o retrocesso, a intolerância. Não quer a segregação, os preconceitos ou o domínio do mercado financeiro na agenda nacional. Em um balanço sobre ganhadores e perdedores nesta eleição, o saldo é positivo.

Venceram os movimentos sociais, a sociedade civil organizada, as vozes das ruas. Venceram as pautas de Direitos Humanos e aqueles movimentos representados por figuras simbólicas como Jean Wyllys, Marcelo Freixo e Emicida. Venceram os movimentos de juventude, de mulheres, o movimento negro, o movimento LGBT. Venceu a participação social, venceu a proposta de uma reforma política com participação popular, mesmo com os deputados conservadores deixando claro que não querem maior participação da sociedade nos rumos políticos do país, com a derrubada do decreto de participação social na Câmara.

Saíram vitoriosos também os movimentos que lutam pela cultura no Brasil. Ganhou a valorização dos movimentos populares de expressão brasileira, como o funk (e o passinho que o diga...), o hip hop, a música popular com jovens artistas. O projeto defendido por Lula e Dilma teve o apoio de ícones da música brasileira, do cinema e da televisão. Enquanto isso, quem perdeu foi quem tentou segregar a Cultura em encontros esvaziados, os que acham que o tema é de menor importância, os que tentam pasteurizar e esvaziar a cultura pulsante que é produzida por e para brasileiros de todos os cantos do país.

Venceu a valorização do esporte, com a continuação de projetos como o Plano Brasil Medalhas e o Bolsa Atleta Pódio. Perdeu quem não valoriza os atletas, quem não defende a modernização do futebol.

A grande imprensa que, em muitos momentos, fugiu do seu papel de informar a sociedade com respeito aos fatos e responsabilidade, também saiu perdendo porque teve sua credibilidade seriamente abalada. Em uma atitude corajosa, Dilma foi à televisão deixar claro que, em um estado democrático de direito, a imprensa tem o dever de cumprir o seu papel informativo e praticar o bom jornalismo. E quando não o faz - e, ainda mais grave – quando ofende e calunia sem provas, tem de pagar na Justiça por seus erros. Depois de eleita, Dilma voltou a reafirmar seu compromisso com a regulamentação econômica da mídia, não para cercear a liberdade de imprensa, sendo ela uma das maiores defensoras da liberdade no nosso país, mas justamente para democratizar a informação e garantir o direito de resposta.

Saíram vitoriosos a internet, os blogueiros progressistas, os ativistas que lutaram pelo Marco Civil da Internet e o viram ser aprovado depois de ampla discussão e participação social. Essa lei é simbólica na nossa história, não só por ter se tornado um exemplo internacional de governança na web, mas por garantir que a internet continue sendo um meio democrático, participativo e livre, com respeito aos direitos de todos os usuários.

Perderam o mercado, os especuladores, aqueles que passaram todo o período de governo e a eleição tentando propagar um clima de terrorismo econômico no Brasil. Perderam os banqueiros, perderam aqueles grandes bancos privados que tanto pregaram o medo de uma reeleição de Dilma, perdeu o mercado financeiro neoliberal que queria a autonomia do Banco Central.

Do outro lado, ganharam os bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES -, que nunca estiveram tão em pauta nas eleições por seu papel primordial em fornecer subsídios para que o país continue crescendo por meio das políticas sociais, do Minha Casa Minha Vida, do Pronaf, do fortalecimento das empresas brasileiras e das obras de infraestrutura que, neste governo, colocaram o Brasil entre os 50 países com as maiores obras do mundo.

O diagnóstico é que a batalha ainda está longe de terminar, mas com certeza acabamos as eleições e começamos um novo ciclo com um país e um governo fortalecidos pelas pautas da democracia, que colocam as pessoas no centro e em primeiro lugar. Vencemos o conservadorismo, a mentira e o ódio com a verdade e o comprometimento com um projeto que mudou o país pra melhor e tem mais quatro anos pra mudar ainda mais. A mudança pedida pelas ruas é essa. O futuro está nas nossas mãos, e o caminho agora é de luta diária e cotidiana por um Brasil melhor.

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