terça-feira, 14 de outubro de 2014

Quero um governo progressista no Brasil

Por Nicolas Chernavsky, no blog culturapolítica.info:

Hoje eu estava pensando sobre qual assunto escrever o artigo. Aí escrevi um post no Facebook em que eu dizia: "Eu quero um governo progressista para o Brasil!". Pronto, achei o tema do artigo. Gente, existe uma bússola pra todas as disputas eleitorais no mundo, não importa em que país, estado ou cidade, que nos indica qual é a candidatura a cuja vitória devemos dedicar nossos corações e mentes.

Nós, seres humanos que atravessamos eras glacias, superamos nossa fraqueza física com a força da mente e chegamos às estrelas, temos o progresso entranhado no nosso DNA. Se dependesse do conservadorismo ainda estaríamos em algum estágio ancestral de nossa evolução. Por isso, não tenho dúvidas sobre qual é a minha bússola nessas eleições. Liberdade, igualdade, fraternidade! O lindo lema da Revolução Francesa tão celebrada pelo fantástico Victor Hugo (leiam "Os Miseráveis", por favor) não me permite descansar enquanto Dilma Rousseff não vencer Aécio Neves nesse segundo turno presidencial. Vamos progressismo!

Por que Dilma é a candidata do progressismo? Nos governos Lula e Dilma 40 milhões de pessoas saíram da pobreza e subiram para a classe média. Além disso, 36 milhões de pessoas saíram da miséria. Finalmente saímos do mapa da fome da ONU. Quem viveu ou estudou o governo FHC, do PSDB, de cuja coalizão Aécio foi presidente da Câmara dos Deputados, sabe que a ascensão social não era nem de longe comparável. A queda da desigualdade não era nem de longe comparável. O aumento do salário mínimo era muito mais lento. 

Quando FHC deixou o governo, o desemprego era mais do dobro do que é agora, e o Brasil não tinha liberdade pra fazer sua política econômica porque tínhamos pedido um enorme empréstimo ao FMI, que por isso podia ditar o que fazer por aqui. Aécio fala do Plano Real, que foi feito no governo Itamar Franco. No primeiro governo FHC, a inflação ficou controlada, mas o resto do governo em geral foi ruim. E o segundo governo FHC, que começou já com a inflação controlada, teve resultados ainda piores, como a falta de energia elétrica, além de todos os outros problemas citados acima. Não que os governos Lula e Dilma tenham sido um mar de rosas, mas não tem comparação. Ou tem.
O conservadorismo fica repetindo a história do mensalão, mas hoje, nove anos depois, vemos claramente que em relação àquelas acusações não existiu mensalão, nem desvio de dinheiro do Estado, e sim caixa dois. A imensa maioria de tudo o que o PT e o governo foram acusados naquele episódio não se verificou verdadeiro, naquilo que foi talvez o assunto mais investigado da história do país. O que sim houve foi uma espetacular atuação da Polícia Federal nos governos Lula e Dilma, com 2.226 operações e 24.881 presos, enquanto que no governo FHC, da coalizão liderada pelo PSDB da qual Aécio era membro influente, foram 48 operações e 536 presos. Vejam de novo os números. Não tem comparação, de novo. Ou tem.

Sem falar na incrível descoberta do Pré-Sal, com posterior estabelecimento do marco regulatório e início da produção dos governos Lula e Dilma. O Pré-Sal desperta cobiça em todo o mundo, o que explica parte dos interesses mundiais na eleição brasileira. A aprovação do Marco Civil da Internet também é algo a ser comemorado intensamente pelo progressismo brasileiro, pois tornou o Brasil referência mundial pela democratização da gestão da Internet, que hoje é basicamente gerida pelos Estados Unidos, sendo que Edward Snowden e seus decumentos já mostraram que isso não parece uma boa ideia.
Gente, o Brasil, digam ou não os meios de comunicação conservadores do país, é hoje uma superpotência diplomática, que está perto de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e está organizando uma das iniciativas mais importantes da geopolítica mundial, a estruturação econômica, financeira e política do grupo BRICS, além de ter sido fundamental para a criação do G-20. O Brasil vem conseguindo em seguidas votações eleger seus indicados para liderar algumas das maiores instituições mundiais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a FAO/ONU, pois recebe votos em massa especialmente dos países mais pobres de todo o mundo, que enxergam no Brasil essa superpotência diplomática que causa desespero em quem ainda gostaria que o Brasil fosse um anão diplomático. 

Essa eleição entre Dilma e Aécio provavelmente será apertada, então cada voto conta. Vamos lá, juntos, fazer o progressismo vencer o conservadorismo nesse segundo turno. A hora é agora. Tod@s na rua e nas redes!

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