Por Mauro Santayana, em seu blog:
As autoridades da organização acabam de entrar com um processo contra o nosso país na Organização Mundial do Comércio - comandada pelo brasileiro Roberto Azevedo - pedindo que se abra um “painel” contra os incentivos dados, pelo Brasil, à indústria automobilística.
Se a UE, antes mesmo de assinar um acordo de livre comércio com o Mercosul, já pretende sabotar a indústria brasileira, combatendo medidas que beneficiam diretamente empresas europeias instaladas no Brasil, como a Fiat e a Volkswagen, já é possível imaginar o que ela fará quando já não houver qualquer barreira à entrada de seus produtos no Brasil.
Se o acordo Mercosul-Europa não avança, é por atitudes como essa, e por resistências dentro da própria UE, principalmente na área agrícola, onde somos mais competitivos.
Mesmo estando - ao menos, na aparência - em plena negociação de um acordo de livre comércio com o Mercosul, a União Européia não consegue esconder sua verdadeira natureza.
As autoridades da organização acabam de entrar com um processo contra o nosso país na Organização Mundial do Comércio - comandada pelo brasileiro Roberto Azevedo - pedindo que se abra um “painel” contra os incentivos dados, pelo Brasil, à indústria automobilística.
Se a UE, antes mesmo de assinar um acordo de livre comércio com o Mercosul, já pretende sabotar a indústria brasileira, combatendo medidas que beneficiam diretamente empresas europeias instaladas no Brasil, como a Fiat e a Volkswagen, já é possível imaginar o que ela fará quando já não houver qualquer barreira à entrada de seus produtos no Brasil.
Se o acordo Mercosul-Europa não avança, é por atitudes como essa, e por resistências dentro da própria UE, principalmente na área agrícola, onde somos mais competitivos.
É ilusão pensar que abriremos espaços na Europa e nos EUA, se cedermos à sua chantagem. O mercado mundial já se encontra quase que definitivamente dividido. A América do Sul, e, no futuro, a África - e não a Europa ou os EUA - são o pedaço que nos coube nesse bolo.
Não estamos, como o México, colados na fronteira dos Estados Unidos. Não podemos reduzir nossos salários em dois terços, para chegar ao que recebem os trabalhadores mexicanos. Lá, o salário mínimo é de cerca de 11 reais por dia. Nem é possível diminuir o índice de formalização e os direitos de nossos trabalhadores para atrair “maquiladoras” e apenas montar peças de terceiros. O déficit do México com a China, por exemplo, passou, nesse quesito, de 50 bilhões de dólares no ano passado.
Da mesma forma, não podemos achar que os EUA e a Europa nos abrirão seus mercados, extremamente protegidos, se nunca os abriram no passado.
É possível, sim, nos integrarmos à cadeia produtiva global, mas sem abrir mão de uma visão estratégica. O sucesso da EMBRAER é prova disso.
A não ser que compremos matrizes industriais no exterior, como têm feito, com êxito, outros países do BRICS, como os indianos e os chineses, que já adquiriram marcas como a Jaguar, a Land Rover e a Volvo, nunca teremos acesso a seu mercado, e a tecnologia, como já não temos hoje. E os lucros continuarão sempre com as mesmas multinacionais.
A não ser que compremos matrizes industriais no exterior, como têm feito, com êxito, outros países do BRICS, como os indianos e os chineses, que já adquiriram marcas como a Jaguar, a Land Rover e a Volvo, nunca teremos acesso a seu mercado, e a tecnologia, como já não temos hoje. E os lucros continuarão sempre com as mesmas multinacionais.
É portanto, um absurdo, que, ainda assim, tenhamos que enfrentar pressões da UE, tanto para colocar nossos produtos lá fora, como para abrir nossas fronteiras para a importação, praticamente forçada, de produtos feitos em seu território.
O tempo passa, mas a história não muda. Os europeus, mesmo quando mergulhados na crise - segundo suas próprias previsões, a União Européia crescerá apenas 0.4% este ano - sempre verão a América Latina como uma colônia, a não ser que nos recusemos a assumir esse papel e essa postura.
A UE, hoje, não passa de uma dependência de quinta categoria, de Washington e Wall Street. Basta ver a política suicida de sanções contra a Rússia impostas por Washington.
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