sábado, 27 de dezembro de 2014

Alckmin tenta ressuscitar Roberto Freire

Por Altamiro Borges

Saiu na coluna Painel da Folha desta sexta-feira (26):

Geraldo Alckmin (PSDB) estuda uma maneira de contemplar os presidentes nacionais de dois partidos aliados ao finalizar a montagem de seu secretariado: Roberto Freire (PPS) e José Luiz Penna (PV). O tucano busca um desenho que permita à dupla, que não se reelegeu, assumir a Câmara Federal em 2015. O movimento tem em vista as eleições de 2018: amarrando os dois, Alckmin amplia sua influência nacional sobre os aliados, o que facilitaria a construção de sua candidatura à Presidência... Para que Freire assuma o mandato, o tucano precisa chamar para seu secretariado quatro parlamentares da chapa, composta por PSDB, DEM e PPS.

A notinha da Folha confirma três coisas. A primeira é que o tucano paulista está em plena atividade para viabilizar a sua candidatura presidencial – o cambaleante Aécio Neves, o senador nota zero da revista "Veja", já foi rifado. A segunda que o jornal da famiglia Frias aprova as articulações do grão-tucano – já quando se refere à montagem do ministério da presidenta Dilma o tom é sempre negativo. E a terceira é que Roberto Freire, o eterno presidente do PPS, é um serviçal dos tucanos. Quando foi escorraçado de Pernambuco, ele logo ganhou uma boquinha numa autarquia de São Paulo. Eleito deputado com "ajudinha" do PSDB paulista, ele virou um dos jagunços da oposição em Brasília.

Na disputa eleitoral deste ano, o seu oportunismo deu chabu! Ele não embarcou na candidatura do mineiro Aécio Neves para apoiar o pernambucano Eduardo Campos. As más línguas afirmam que seguiu as ordens de José Serra, seu chefão-mor. Já em São Paulo, Roberto Freire apoiou a reeleição de Geraldo Alckmin. Com o pé nas duas canoas oposicionista, ele não se reelegeu e ficou na quarta suplência. Poderia até curtir sua aposentadoria nos cassinos do Uruguai, onde já possui um cartão fidelidade. Mas o "picolé de chuchu" é sabido. Tem jeito de insosso, mas é esperto e pragmático. 

Alckmin sabe que pode contar com os préstimos de Roberto Freire na oposição ao governo Dilma. Além disso, com a nova "ajudinha", o governador ainda amarra o PPS para a disputa presidencial de 2018. Como afirma o blogueiro Luis Nassif, Roberto Freire "é a mais deplorável herança que o comunismo-fisiológico legou à política brasileira". Ele sempre esteve a serviço "de Serra, de Campos, de Alckmin e de quem mais vier, sem um vestígio de princípios políticos legitimadores".

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