Por Gilson Reis, no site Vermelho:
Nos últimos noventa dias a Operação Lava Jato da Polícia Federal tomou conta de todos os noticiários da imprensa nacional. Manhã, tarde, noite e madrugada, lá está em destaque o escândalo da Petrobras e seus tentáculos com empreiteiras, fornecedores, doleiros, políticos, partidos e diretores da estatal. Conforme denominação da mídia tradicional “o petrolão”.
É do conhecimento de todos os brasileiros que o processo de corrupção envolvendo os poderes públicos nas três esferas é endêmico e histórico. É importante afirmar, também, que a corrupção está presente nos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário; e em todos os níveis da Federação: União, Estados e Municípios. Conforme disse o delator e ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, não existe uma única licitação pública, por mais simples que seja que não haja sobre preço, para alimentar o sistema de corrupção vigente no país.
O que vem ocorrendo de diferente nos últimos anos é que a sociedade, a partir de setores organizados, vem exigindo maior transparência e maior ação do Estado democrático de direito no combate ao mal feito. Nos últimos anos muitas ações foram realizadas nesse sentido e estruturas de Estado foram reformadas e reorganizadas para combater a corrupção. Destaco a ampliação e fortalecimento da Polícia Federal, Ministério Público Federal - MPF e Controladoria Geral da União - CGU. Para combater o crime organizado muitas leis foram aprovadas para garantir a apuração, instauração de inquérito policial e julgamento judicial dos responsáveis por crimes contra o Estado e o erário público.
Portanto, defender a prisão de corruptos e corruptores, seja quem for, é um princípio que não podemos abrir mão. Nos últimos anos vimos, com entusiasmo, à perda de mandatos de centenas de prefeitos, de vereadores, a prisão de empresários, agenciadores, doleiros, juízes, dentre outros. Vimos o impedimento de um Presidente em praça pública, todos envolvidos em processos de desvios de dinheiro do Estado e de empresas estatais.
Mas o que também não podemos permitir é que ações que visem combater o crime organizado e a corrupção sejam transformadas em disputas eleitorais e armações contra adversários políticos. Esse caminho colocará em risco todos os esforços realizados pela sociedade e pelas esferas públicas nos últimos anos.
A Operação Lava Jato da Polícia Federal caminha a passos largos para desmoralizar tudo o que foi construído, até hoje, e colocar em xeque todos os avanços obtidos pela sociedade brasileira.
Para começo de conversa o nome Lava Jato nos remete a um processo de lavagem de veículos automotores que visa tirar sujeiras rapidamente, sem preocupar-se com a qualidade da limpeza. Os lava jatos são assim: rápidos e eficientes na retirada da sujeira grossa, sem se preocupar com uma limpeza mais apurada e detalhada. É de se estranhar uma operação desta natureza iniciar a quatro meses das eleições e ter seu epicentro no segundo turno eleitoral.
Pois bem, a operação Lava Jato começou um pouco antes do processo eleitoral, mais precisamente em março de 2014, e influenciou toda a eleição. O Partido dos Trabalhadores e a Presidenta Dilma, a partir da instalação da operação Lava Jato, foram cotidianamente atrelados aos desmandos da empresa pelos meios de comunicação: a corrupção da Petrobras era coisa de petralha. Já no início da operação, em meados de maio, o Ministro do Supremo Tribunal Federal - STF, Teori Zavacki, mandou suspender a operação por compreender que o Juiz Luiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, estava extrapolando suas prerrogativas ao investigar, sem autorização da justiça, agentes políticos. Naquela altura, a Polícia Federal já tinha realizado escutas telefônicas de cerca de 270 pessoas, incluindo políticos. A decisão do Supremo foi autorizar a Justiça Federal do Paraná a dar continuidade a investigação, mas que a investigação sobre os agentes políticos deveria ser encaminhada ao STF, por se tratar de investigados com fórum especial.
A orientação do STF passou desapercebida pelo Juiz Sérgio Moro. A partir das delações premiadas, decididas pela justiça, o Juiz Federal permitiu que agentes políticos, principalmente ligados ao PT, fossem expostos pelos meios de comunicações como envolvidos no processo de corrupção. Os vazamentos seletivos foram aumentando com a aproximação do segundo turno eleitoral. A confirmação definitiva desta relação vazamento/eleição veio nas páginas da Revista Veja, na véspera do pleito. Conforme a revista o doleiro Alberto Youssef teria afirmado, em juízo, que Lula e Dilma sabiam de toda a corrupção envolvendo a Petrobras, e, portanto, coniventes com a roubalheira.
Mas, de onde viam os vazamentos? Quem poderia vazar informações sigilosas da delação premiada? Por que somente políticos ligados ao Partido dos trabalhadores eram citados? As respostas a tantas perguntas vinham justamente de onde menos se esperava: dos delegados da Polícia Federal. Conforme publicado no Estadão, os delegados responsáveis pela Operação Lava Jato eram Igor Romário de Paula, Márcio Anselmo, Maurício Grillo e Erika Mialik Marena. Os quatro delegados são agentes públicos envolvidos diretamente numa operação complexa e explosiva e, ao mesmo tempo, trabalhavam como militantes pela eleição de Aécio Neves em suas redes sociais. A atitude desses policiais coloca em dúvida toda a operação e seus desdobramentos. Esses senhores eram os únicos, além do Juiz Sérgio Moro, que acompanhavam as sessões de delação premiada. Os depoimentos foram realizados sob sigilo de justiça e longe dos holofotes da mídia. Por exclusão e obviedade, os prováveis responsáveis pelo vazamento das informações à grande mídia são os delgados federais.
Todavia, a possibilidade do próprio Sérgio Moro ser o vazador geral da operação não deve ser descartada. A senhora Rosângela Woff de Quadros Moro é a esposa do Juiz Federal. Conforme dados levantados nos últimos dias, a advogada Rosângela Moro é assessora jurídica do vice-governador do Estado do Paraná, Flávio Arns, filiado ao PSDB. A advogada ainda é sócia de um escritório de advocacia Zucolotto Associados. Este escritório tem como principais clientes empresas do ramo petrolífero: Ingrax, Helix Shell oil Comapny, Royal Dutch Shell e a própria Shell. Todos sabemos que as multinacionais do petróleo não estão satisfeitas com os rumos da estatal brasileira. A partilha, a exploração do petróleo na camada do Pré-sal e o investimento em refinarias afastam definitivamente a estatal da sanha privatista tucana. Destruir a imagem da empresa, colocá-la sob suspeita e evitar seus potenciais avanços é tudo que as multinacionais do petróleo mais querem.
O Paraná é governado, nos últimos quatro anos. pelo tucano Beto Richa. O Governador foi reeleito para um segundo mandato no primeiro turno das eleições de outubro. O Estado do Paraná ainda reelegeu o Senador da Republica Álvaro Dias, o principal expoente da oposição tucana neoliberal no Senado da República. Nesse sentido podemos supor que as entranhas do poder e seus tentáculos estão entrelaçados no Paraná.
Como dizia Carlos Lacerda “se disputar as eleições não pode ganhar. Se ganhar as eleições não pode governar. Se tentar governar tem que derrubar”. Tudo leva a crer que estamos diante de uma poderosa articulação golpista - políticos de oposição, Poder Judiciário, Polícia Federal e os meios de comunicações. Todos envolvidos no mesmo propósito: não permitir que a Presidenta Dilma governe o Brasil. Está instalada, desde março de 2014, no sul do país, a República Golpista do Paraná. É hora de organizar nosso povo, chamar os trabalhadores e os movimento populares e evitar que os golpistas de plantão derrubem o governo Dilma. Um governo eleito democraticamente pelo sufrágio universal. E que retirem as mãos sujas de cima da Petrobras.
Nos últimos noventa dias a Operação Lava Jato da Polícia Federal tomou conta de todos os noticiários da imprensa nacional. Manhã, tarde, noite e madrugada, lá está em destaque o escândalo da Petrobras e seus tentáculos com empreiteiras, fornecedores, doleiros, políticos, partidos e diretores da estatal. Conforme denominação da mídia tradicional “o petrolão”.
É do conhecimento de todos os brasileiros que o processo de corrupção envolvendo os poderes públicos nas três esferas é endêmico e histórico. É importante afirmar, também, que a corrupção está presente nos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário; e em todos os níveis da Federação: União, Estados e Municípios. Conforme disse o delator e ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, não existe uma única licitação pública, por mais simples que seja que não haja sobre preço, para alimentar o sistema de corrupção vigente no país.
O que vem ocorrendo de diferente nos últimos anos é que a sociedade, a partir de setores organizados, vem exigindo maior transparência e maior ação do Estado democrático de direito no combate ao mal feito. Nos últimos anos muitas ações foram realizadas nesse sentido e estruturas de Estado foram reformadas e reorganizadas para combater a corrupção. Destaco a ampliação e fortalecimento da Polícia Federal, Ministério Público Federal - MPF e Controladoria Geral da União - CGU. Para combater o crime organizado muitas leis foram aprovadas para garantir a apuração, instauração de inquérito policial e julgamento judicial dos responsáveis por crimes contra o Estado e o erário público.
Portanto, defender a prisão de corruptos e corruptores, seja quem for, é um princípio que não podemos abrir mão. Nos últimos anos vimos, com entusiasmo, à perda de mandatos de centenas de prefeitos, de vereadores, a prisão de empresários, agenciadores, doleiros, juízes, dentre outros. Vimos o impedimento de um Presidente em praça pública, todos envolvidos em processos de desvios de dinheiro do Estado e de empresas estatais.
Mas o que também não podemos permitir é que ações que visem combater o crime organizado e a corrupção sejam transformadas em disputas eleitorais e armações contra adversários políticos. Esse caminho colocará em risco todos os esforços realizados pela sociedade e pelas esferas públicas nos últimos anos.
A Operação Lava Jato da Polícia Federal caminha a passos largos para desmoralizar tudo o que foi construído, até hoje, e colocar em xeque todos os avanços obtidos pela sociedade brasileira.
Para começo de conversa o nome Lava Jato nos remete a um processo de lavagem de veículos automotores que visa tirar sujeiras rapidamente, sem preocupar-se com a qualidade da limpeza. Os lava jatos são assim: rápidos e eficientes na retirada da sujeira grossa, sem se preocupar com uma limpeza mais apurada e detalhada. É de se estranhar uma operação desta natureza iniciar a quatro meses das eleições e ter seu epicentro no segundo turno eleitoral.
Pois bem, a operação Lava Jato começou um pouco antes do processo eleitoral, mais precisamente em março de 2014, e influenciou toda a eleição. O Partido dos Trabalhadores e a Presidenta Dilma, a partir da instalação da operação Lava Jato, foram cotidianamente atrelados aos desmandos da empresa pelos meios de comunicação: a corrupção da Petrobras era coisa de petralha. Já no início da operação, em meados de maio, o Ministro do Supremo Tribunal Federal - STF, Teori Zavacki, mandou suspender a operação por compreender que o Juiz Luiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, estava extrapolando suas prerrogativas ao investigar, sem autorização da justiça, agentes políticos. Naquela altura, a Polícia Federal já tinha realizado escutas telefônicas de cerca de 270 pessoas, incluindo políticos. A decisão do Supremo foi autorizar a Justiça Federal do Paraná a dar continuidade a investigação, mas que a investigação sobre os agentes políticos deveria ser encaminhada ao STF, por se tratar de investigados com fórum especial.
A orientação do STF passou desapercebida pelo Juiz Sérgio Moro. A partir das delações premiadas, decididas pela justiça, o Juiz Federal permitiu que agentes políticos, principalmente ligados ao PT, fossem expostos pelos meios de comunicações como envolvidos no processo de corrupção. Os vazamentos seletivos foram aumentando com a aproximação do segundo turno eleitoral. A confirmação definitiva desta relação vazamento/eleição veio nas páginas da Revista Veja, na véspera do pleito. Conforme a revista o doleiro Alberto Youssef teria afirmado, em juízo, que Lula e Dilma sabiam de toda a corrupção envolvendo a Petrobras, e, portanto, coniventes com a roubalheira.
Mas, de onde viam os vazamentos? Quem poderia vazar informações sigilosas da delação premiada? Por que somente políticos ligados ao Partido dos trabalhadores eram citados? As respostas a tantas perguntas vinham justamente de onde menos se esperava: dos delegados da Polícia Federal. Conforme publicado no Estadão, os delegados responsáveis pela Operação Lava Jato eram Igor Romário de Paula, Márcio Anselmo, Maurício Grillo e Erika Mialik Marena. Os quatro delegados são agentes públicos envolvidos diretamente numa operação complexa e explosiva e, ao mesmo tempo, trabalhavam como militantes pela eleição de Aécio Neves em suas redes sociais. A atitude desses policiais coloca em dúvida toda a operação e seus desdobramentos. Esses senhores eram os únicos, além do Juiz Sérgio Moro, que acompanhavam as sessões de delação premiada. Os depoimentos foram realizados sob sigilo de justiça e longe dos holofotes da mídia. Por exclusão e obviedade, os prováveis responsáveis pelo vazamento das informações à grande mídia são os delgados federais.
Todavia, a possibilidade do próprio Sérgio Moro ser o vazador geral da operação não deve ser descartada. A senhora Rosângela Woff de Quadros Moro é a esposa do Juiz Federal. Conforme dados levantados nos últimos dias, a advogada Rosângela Moro é assessora jurídica do vice-governador do Estado do Paraná, Flávio Arns, filiado ao PSDB. A advogada ainda é sócia de um escritório de advocacia Zucolotto Associados. Este escritório tem como principais clientes empresas do ramo petrolífero: Ingrax, Helix Shell oil Comapny, Royal Dutch Shell e a própria Shell. Todos sabemos que as multinacionais do petróleo não estão satisfeitas com os rumos da estatal brasileira. A partilha, a exploração do petróleo na camada do Pré-sal e o investimento em refinarias afastam definitivamente a estatal da sanha privatista tucana. Destruir a imagem da empresa, colocá-la sob suspeita e evitar seus potenciais avanços é tudo que as multinacionais do petróleo mais querem.
O Paraná é governado, nos últimos quatro anos. pelo tucano Beto Richa. O Governador foi reeleito para um segundo mandato no primeiro turno das eleições de outubro. O Estado do Paraná ainda reelegeu o Senador da Republica Álvaro Dias, o principal expoente da oposição tucana neoliberal no Senado da República. Nesse sentido podemos supor que as entranhas do poder e seus tentáculos estão entrelaçados no Paraná.
Como dizia Carlos Lacerda “se disputar as eleições não pode ganhar. Se ganhar as eleições não pode governar. Se tentar governar tem que derrubar”. Tudo leva a crer que estamos diante de uma poderosa articulação golpista - políticos de oposição, Poder Judiciário, Polícia Federal e os meios de comunicações. Todos envolvidos no mesmo propósito: não permitir que a Presidenta Dilma governe o Brasil. Está instalada, desde março de 2014, no sul do país, a República Golpista do Paraná. É hora de organizar nosso povo, chamar os trabalhadores e os movimento populares e evitar que os golpistas de plantão derrubem o governo Dilma. Um governo eleito democraticamente pelo sufrágio universal. E que retirem as mãos sujas de cima da Petrobras.
E a história se repete?
ResponderExcluirwww.youtube.com/watch?v=1JjpfdFfY-U
Documentário sobre a morte de Enrico Mattei, presidente da ENI (empresa de petróleo italiana) em 1962.
A ENI era uma pedra no sapato das 7 irmãs.