segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Os tucanos, a mídia e a miséria em SP

Por Altamiro Borges

Depois de ajudar a reeleger o governador Geraldo Alckmin, blindando os desastres da sua gestão, a Folha decidiu solicitar uma pesquisa sobre a pobreza no Estado de São Paulo. Os resultados são chocantes e até mereceram o seguinte título do jornalão tucano: “Miséria cresceu mais em SP que em Estados do Nordeste”. O diário da famiglia Frias também poderia fazer autocrítica da sua "miséria jornalística" e confessar que tem o rabo preso com o PSDB. Os leitores e eleitores paulistas ficariam mais espertos diante do estelionato praticado pelos tucanos e por sua mídia venal.

Segundo a pesquisa, realizada pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, surgiram em 2013 no país mais 834 mil pessoas extremamente pobres. Desse total, 125 mil viviam em São Paulo, o equivalente a 15%. Em nenhum outro Estado, o aumento do número de miseráveis foi maior no ano passado. “Como São Paulo é o Estado mais populoso do país, com 44 milhões de habitantes, naturalmente um mau resultado tem peso numérico maior”, relativiza a Folha tucana.

Em segundo lugar no ranking surge o Maranhão, com um aumento de 118 mil miseráveis numa população de 7 milhões de pessoas. Em terceiro, está o Pará, com 80 mil pessoas a mais abaixo da linha de miséria entre 8 milhões de habitantes. O Nordeste continua sendo a região com maior número de miseráveis, com 3,6 milhões, mais da metade do total das pessoas extremamente pobres do país. Mas há inúmeros estudos que demonstram que a pobreza nesta sofrida região está diminuindo a cada ano em decorrência das políticas públicas do governo federal.

No Estado mais rico da federação, o aumento da miséria é maior do que no restante do país. Mesmo assim, a Folha tucana evita criticar o aliado Geraldo Alckmin – sempre tão bondoso em verbas publicitárias e outras regalias com dinheiro público. O nome do governador sequer é citado. A sigla PSDB também não é grifada no corpo da reportagem. Há apenas um registro: “Procurada pela Folha para comentar os dados do estudo, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo não quis opinar”. Ou seja: a miséria jornalística também segue em alta no latifúndio paulista.

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