Por Altamiro Borges
Os tucanos estão cantando de galo desde a proclamação do resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Eles festejam a maior votação obtida pelo partido desde a reeleição de FHC em 1998. Afirmam que estão mais fortes e que farão uma "oposição mais dura" ao governo Dilma. Alguns mais hidrófobos – entre eles, o vice derrotado Aloysio Nunes – até aderiram às marchas organizadas pela direita golpista em São Paulo. Numa delas, Aécio Neves até prometeu participar, mas preferiu curtir uma praia em Santa Catarina, deixando o "ex-roqueiro" Lobão com cara de otário. Toda esta alegria, porém, não se justifica. Na verdade, é puro teatrinho! O PSDB foi derrotado nas eleições de outubro e, pior, deve encarar bicadas ainda mais sangrentas no ninho no próximo período.
Os tucanos estão cantando de galo desde a proclamação do resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Eles festejam a maior votação obtida pelo partido desde a reeleição de FHC em 1998. Afirmam que estão mais fortes e que farão uma "oposição mais dura" ao governo Dilma. Alguns mais hidrófobos – entre eles, o vice derrotado Aloysio Nunes – até aderiram às marchas organizadas pela direita golpista em São Paulo. Numa delas, Aécio Neves até prometeu participar, mas preferiu curtir uma praia em Santa Catarina, deixando o "ex-roqueiro" Lobão com cara de otário. Toda esta alegria, porém, não se justifica. Na verdade, é puro teatrinho! O PSDB foi derrotado nas eleições de outubro e, pior, deve encarar bicadas ainda mais sangrentas no ninho no próximo período.
Nas eleições de 2010, os tucanos conquistaram oito governos estaduais: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Pará, Alagoas, Roraima e Tocantins. Já no pleito deste ano, o PSDB fez apenas cinco governadores. A sigla garantiu a reeleição em quatro (SP, PR, GO e PA) e venceu no Mato Grosso do Sul. Os tucanos foram derrotados em quatro estados: RR, TO, AL e, na surra mais doída, ainda foram escorraçados de Minas Gerais – que mandavam há 12 anos. Aécio Neves foi duplamente derrotado – na corrida presidencial e no seu próprio Estado. Como ironizam os mineiros, quem conhece o senador mineiro-carioca não vota nele. De fato, ele também perdeu no Rio de Janeiro.
Já na disputa para a Câmara Federal, o PSDB estagnou. Em 2010, a legenda elegeu 53 deputados. No transcorrer da legislatura, sem rumo e sem propostas, a sigla perdeu nove parlamentares. Agora, em 2014, os tucanos fizeram 54 deputados – um crescimento estupendo de 1,28% na bancada federal. Já no Senado, o PSDB elegeu quatro novos senadores e segue como terceira bancada – depois do PMDB e do PT. Estes números demonstram que a valentia dos tucanos é puro jogo de cena. Eles perderam as eleições presidenciais, regrediram nos governos estaduais e empacaram na Câmara e no Senado.
Para piorar, o clima no ninho não é nada amigável. O mineiro Aécio Neves já traiu os paulistas José Serra e Geraldo Alckmin em três pleitos presidenciais. Desta vez, com a ajuda de FHC, seu mentor, ele se impôs na disputa. Passada a eleição, porém, a disputa interna será titânica. O cambaleante não é confiável, perdeu a vez e não detém mais nenhum poder – nem em Minas. Já o governador Geraldo Alckmin aumentou seu cacife – foi reeleito e garantiu muitos votos para seu "amigo" mineiro em São Paulo. José Serra, o eterno candidato, também não desistiu do seu sonho presidencial. As bicadas deverão ser sangrentas no ninho tucano.
Há quem garanta que o "ranking do progresso" da Veja – e que deu nota zero para o senador mineiro-carioca – já faz parte desta artilharia pesada. Ele serviria de recado: "pó pará, Aécio". Existe ainda o risco dos famosos dossiês, tão comuns no galinheiro tucano. O cambaleante parece até que já sentiu o bafo do tucanato e pediu uma trégua. Em entrevista à Folha, Aécio Neves afirmou que "já cumpri meu papel" e disse que Geraldo Alckmin tem melhores condições para a disputa em 2018. Mas ninguém levou muito a sério a mineirice do mineiro. A briga interna será divertida em 2015!
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O PSDB está tão decadente que agora defende volta da ditadura com participações em manifestações dos reaças. É o fundo do poço.
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