quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Lava-Jato banhou Eduardo Cunha?

Por Altamiro Borges

A Folha publicou nesta quarta-feira (7) uma matéria que deve acirrar ainda mais a inflamável disputa pela presidência da Câmara Federal. Segundo o jornalão, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de investigação contra o deputado Eduardo Cunha por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Em seu twitter, o líder do PMDB – que na semana passada bombardeou a proposta de regulação da mídia apresentada pelo novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini – desmentiu a acusação e atacou o jornal. "Fazer manchete baseado numa citação de que ouvi dizer, sem prova, é um verdadeiro absurdo".

Segundo a matéria, Eduardo Cunha é um dos citados na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. "De acordo com investigadores que atuam no caso, ele é suspeito de ter recebido dinheiro do esquema por meio do policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o 'Careca', que atuaria como um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef. O doleiro triangulava as operações investigadas envolvendo funcionários da Petrobras, empreiteiras contratadas pela estatal e políticos". O procurador Rodrigo Janot deve pedir a abertura de inquéritos contra os envolvidos no esquema que têm foro privilegiado na primeira semana de fevereiro, quando forem reabertos os trabalhos do Supremo Tribunal Federal.

"A partir do pedido de abertura de inquérito, caberá ao relator da Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki, aceitar ou não o início de investigações sobre Cunha e os demais suspeitos que se encaixam nesta situação. É praxe na corte, no entanto, acatar este tipo de demanda. A aceitação do inquérito não significa culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes. De acordo com a Polícia Federal, o 'Careca' seria responsável por entregar dinheiro em espécie a pessoas indicadas pelo doleiro Youssef. Ele também teria se aproveitado da condição de policial federal para facilitar o embarque e desembarque de outros funcionários do doleiro em aeroportos", descreve a Folha.

A reportagem da Folha pode indicar uma certa inflexão de setores da mídia. No passado, o deputado carioca sempre foi tratado como representante do "baixo clero" e um "lobista profissional". Inúmeras matérias denunciaram suas práticas sinistras. Com a sua candidatura à presidência da Câmara, porém, ele passou a ser blindado pela mídia. O noticiário negativo desapareceu. Ele passou a ser visto como o único capaz de atrapalhar a gestão da presidenta reeleita no parlamento. Alguns "calunistas" até apostaram que ele teria coragem de abrir um processo de impeachment contra Dilma. Agora, não se sabe ainda por quais motivos, a Folha bagunça esta estratégia golpista.

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Um comentário:

  1. Nâo tenho certeza se teremos uma roteira para pegar esse rato. Mas temos que estar acompanhando.

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