Por Anderson Bahia, no site da UJS:
“Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva”. Em 2013, o jornal O Globo respondeu as manifestações de junho reconhecendo o erro do grupo ao apoiar o golpe militar. Como está expresso na frase que abre esse texto e utilizada pelo veículo na ocasião, tudo não passa de “História”. De passado e não de presente, portanto. Será?
Nesse ano, a TV dos “Marinhos” completa cinco décadas e a vocação democrática da Rede Globo permanece discutível. Dois anos após fazer um reconhecimento público de seu “erro”, ela segue o mesmo script estabelecido nos acordos que manteve com a Ditadura Militar.
Vejamos. O projeto de nação implementado pelos militares teve como uma de suas principais linhas conter o avanço político dos setores progressistas, exterminar seus representantes e desenvolver economicamente o país sem nenhum compromisso com o fosso da desigualdade social.
Para legitimar isso, precisava montar um sistema de comunicação que desse conta de vender para a sociedade apenas o filtro que lhe interessava. Poderia ser criando um aparato estatal, opção que Getúlio Vargas já havia tomado com o rádio, ou estimular alguns grupos privados que compartilhasse a mesma visão de mundo.
Como já sabemos, escolheram pela segunda alternativa. E, como sabemos também, a Globo foi a que melhor se perfilou ao projeto. Na época em que a TV surgia como o novo advento de comunicação de massa, recebeu ajuda para criar a sua. Não à toa, ano passado completou-se 50 anos desde o golpe militar e, esse ano, os 50 desse veículo de comunicação.
O monopólio da mídia é um dos principais entraves da nossa democracia deixado como herança pelos militares. Nem mesmo a lógica de maior privilégio ao grupo Globo foi superada nesses 30 anos desde a redemocratização. Ainda são eles que mais arrecadam do Estado. Aproximadamente 1/3 das verbas de publicidade oficial (governo federal e autarquias) nas gestões de Lula e Dilma enriqueceram os cofres dos “Marinhos”.
Além disso, permanecem com muito apetite para os golpes políticos e intervenções na democracia. Em 1989, quando dominavam absolutamente a audiência no Brasil, realizaram a famosa edição do debate entre Lula e Collor que culminou na vitória do segundo. Desde 2003, dão a linha de um jornalismo que omite qualquer crítica a direita e busca desestabilizar politicamente o governo federal, hoje sob condução de Dilma. Na eleição de 2014, escolheram repercutir a matéria de capa da revista Veja (de suposto escândalo envolvendo Lula e a presidenta), lançada na noite de quinta-feira, apenas no sábado da mesma semana, na véspera da votação do segundo turno, numa tentativa clara de impedir o direito de resposta da candidata à reeleição e contribuir para a vitória do tucano Aécio Neves.
Na semana passada, a justiça (com j minúsculo mesmo) deu ganho de causa a uma de suas mais recentes facetas antidemocráticas. Condenou o blogueiro Miguel do Rosário em R$ 20 mil por conta de um processo movido pelo diretor de jornalismo global Ali Kamel. Ele sentiu-se injuriado por ser chamado de “reacionário”. E não é a primeira vez que a Globo orienta seu funcionário a processar blogueiros. Paulo Henrique Amorim também já passou por isso.
Trata-se de uma afronta absurda a liberdade de expressão, já que os blog´s surgiram como uma alternativa ao pensamento comum que domina a linha editorial da grande mídia e cuja credibilidade aumenta a medida que cai a dos poderosos.
E cai não por acaso. Metida a perseguidora da corrupção, a Globo e os outros cinco grupos que dominam a comunicação no Brasil silenciam-se diante dos escândalos das elites. Às vezes por fazerem parte diretamente deles, como no caso HSBC. O banco tem em seus arquivos o endereço da Globo nas Ilhas Virgens (paraíso fiscal), sendo investigado na Europa por conduzir uma operação que envolve 180 bilhões de dólares num período de cerca de quatro meses, que vai do final de 2006 até o início de 2007. Desses, 20 bilhões são de empresas e empresários brasileiros, possivelmente inclusive da Globo, que já é réu no Brasil por sonegação fiscal, conforme o próprio Miguel do Rosário divulgou em seu blog.
Nos marcos da passagem dos 50 anos da TV Globo, é necessário reafirmar o papel que eles jogaram e permanecem jogando para o Brasil e fortalecer a luta pela democratização da mídia, como o caminho que o Brasil precisa seguir para romper as amarras ditatoriais que ainda persegue seu povo!
“Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva”. Em 2013, o jornal O Globo respondeu as manifestações de junho reconhecendo o erro do grupo ao apoiar o golpe militar. Como está expresso na frase que abre esse texto e utilizada pelo veículo na ocasião, tudo não passa de “História”. De passado e não de presente, portanto. Será?
Nesse ano, a TV dos “Marinhos” completa cinco décadas e a vocação democrática da Rede Globo permanece discutível. Dois anos após fazer um reconhecimento público de seu “erro”, ela segue o mesmo script estabelecido nos acordos que manteve com a Ditadura Militar.
Vejamos. O projeto de nação implementado pelos militares teve como uma de suas principais linhas conter o avanço político dos setores progressistas, exterminar seus representantes e desenvolver economicamente o país sem nenhum compromisso com o fosso da desigualdade social.
Para legitimar isso, precisava montar um sistema de comunicação que desse conta de vender para a sociedade apenas o filtro que lhe interessava. Poderia ser criando um aparato estatal, opção que Getúlio Vargas já havia tomado com o rádio, ou estimular alguns grupos privados que compartilhasse a mesma visão de mundo.
Como já sabemos, escolheram pela segunda alternativa. E, como sabemos também, a Globo foi a que melhor se perfilou ao projeto. Na época em que a TV surgia como o novo advento de comunicação de massa, recebeu ajuda para criar a sua. Não à toa, ano passado completou-se 50 anos desde o golpe militar e, esse ano, os 50 desse veículo de comunicação.
O monopólio da mídia é um dos principais entraves da nossa democracia deixado como herança pelos militares. Nem mesmo a lógica de maior privilégio ao grupo Globo foi superada nesses 30 anos desde a redemocratização. Ainda são eles que mais arrecadam do Estado. Aproximadamente 1/3 das verbas de publicidade oficial (governo federal e autarquias) nas gestões de Lula e Dilma enriqueceram os cofres dos “Marinhos”.
Além disso, permanecem com muito apetite para os golpes políticos e intervenções na democracia. Em 1989, quando dominavam absolutamente a audiência no Brasil, realizaram a famosa edição do debate entre Lula e Collor que culminou na vitória do segundo. Desde 2003, dão a linha de um jornalismo que omite qualquer crítica a direita e busca desestabilizar politicamente o governo federal, hoje sob condução de Dilma. Na eleição de 2014, escolheram repercutir a matéria de capa da revista Veja (de suposto escândalo envolvendo Lula e a presidenta), lançada na noite de quinta-feira, apenas no sábado da mesma semana, na véspera da votação do segundo turno, numa tentativa clara de impedir o direito de resposta da candidata à reeleição e contribuir para a vitória do tucano Aécio Neves.
Na semana passada, a justiça (com j minúsculo mesmo) deu ganho de causa a uma de suas mais recentes facetas antidemocráticas. Condenou o blogueiro Miguel do Rosário em R$ 20 mil por conta de um processo movido pelo diretor de jornalismo global Ali Kamel. Ele sentiu-se injuriado por ser chamado de “reacionário”. E não é a primeira vez que a Globo orienta seu funcionário a processar blogueiros. Paulo Henrique Amorim também já passou por isso.
Trata-se de uma afronta absurda a liberdade de expressão, já que os blog´s surgiram como uma alternativa ao pensamento comum que domina a linha editorial da grande mídia e cuja credibilidade aumenta a medida que cai a dos poderosos.
E cai não por acaso. Metida a perseguidora da corrupção, a Globo e os outros cinco grupos que dominam a comunicação no Brasil silenciam-se diante dos escândalos das elites. Às vezes por fazerem parte diretamente deles, como no caso HSBC. O banco tem em seus arquivos o endereço da Globo nas Ilhas Virgens (paraíso fiscal), sendo investigado na Europa por conduzir uma operação que envolve 180 bilhões de dólares num período de cerca de quatro meses, que vai do final de 2006 até o início de 2007. Desses, 20 bilhões são de empresas e empresários brasileiros, possivelmente inclusive da Globo, que já é réu no Brasil por sonegação fiscal, conforme o próprio Miguel do Rosário divulgou em seu blog.
Nos marcos da passagem dos 50 anos da TV Globo, é necessário reafirmar o papel que eles jogaram e permanecem jogando para o Brasil e fortalecer a luta pela democratização da mídia, como o caminho que o Brasil precisa seguir para romper as amarras ditatoriais que ainda persegue seu povo!
Agora estou vendo a tv anunciando como o "pais vai mal", tudo isto com o patrocínio do BB. Não lhe parece que "está pregando no deserto".
ResponderExcluirCaro Miro, quem postou e Prezado Anderson Bahia, da UJS, que, suponho venha ser A União da Juventude Socialista, corrijam-me, se equivocado estiver. A acrescentar ao texto, apenas um detalhe de peso a que a História não sonegaria à Sociedade, como o faz O VILLA, e todos os Picaretas e Patranhudos desta Mídia Coroporativista e de famílias Mafiosas. Em 1989, o Candidato Progressista Trabalhista à esquerda, no espectro, reunindo de fato as melhores chances de vencer, O Caçador de Maracujás, lançado 1 ano antes em, capa da Ignóbil e cínica VEJA, tinha nome e história coerente: Leonel de Moura Brizola, a quem, em trapaça arquitetada por Golbery, sempre a obstar o caminho do planalto ao Engenheiro de Carazinho, e, representado na farsa pelo, então, à época, Presidente do TSE e curador do Pleito, o excelso Juiz Francisco Rezek, incumbido de saquear, fazer desaparecer, no mínimo 450.000 votos de Brizola, na Bahia, óbvio, com o auxílio prestimoso de Toninho Malvadeza e, após a assunção do filhote da ditadura, ser agraciado com cadeira no STF. Itamar Franco, pouco antes de partir, desta, para o desconhecido além, em entrevista à abominável Fôlha de São Paulo, indagado sôbre qual político, êle havia visto, ao longo de seus 62 anos de Vida Pública, transferir, com sucesso, todos os votos obtidos à um eventual 2º turno, fôra peremptório: Brizola, que do alto de sua verve atilada e implacável, conclamára-nos: " Vamos de Sapo Barbudo. "... Ademais, êle, havia conseguido desmascarar a TV GLOBO, a usar a PROCONSULT, na apuração, em 1982, 1ª eleição direta aos Governos Estaduais, derrotando o "Gato Angorá", Wellington Moreira Franco, genro de Amaral Peixoto, representante nato do velho coronelismo, e, já, então, agora à serviço do CAPPO Roberto Marinho... Saudações Cordiais, do Planta do Deserto, a quem, basta, tão somente, o orvalho do alvorecer...
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