Por Altamiro Borges
A entrevista concedida pelo ex-presidente Lula a nove blogueiros, em abril de 2014, é mais uma prova de que a blogosfera incomoda – e muito – os barões da mídia. Os seus impérios continuam intactos, graças à postura omissa dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, porém eles já não detêm mais o monopólio da palavra. Outras vozes se levantam, aproveitando-se da brecha tecnológica aberta pela internet, para desafiar o pensamento único autoritário e manipulador da ditadura midiática. Após a coletiva exclusiva, a quase totalidade dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão tentou desqualificar os entrevistadores, rotulando-os de “jornalistas chapa-branca” e de outros adjetivos.
O jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, foi o que mais destilou ódio. Uma operação macartista foi montada para perseguir e triturar os blogueiros. Numa matéria de página inteira, o diário insinuou que a entrevista foi feita sob encomenda pelos “camaradas de Lula”. Uma enquete policialesca foi enviada para acuar os participantes da coletiva. Os que a responderam ainda tiveram suas declarações deturpadas. No caso mais grotesco, os serviçais das Organizações Globo – dona da emissora de tevê que recebeu quase R$ 6 bilhões em publicidade do governo federal nos últimos doze anos – ainda tentaram intimidar os anunciantes da revista Fórum, editada por Renato Rovai, um dos presentes na entrevista [1].
Vários “calunistas” da mídia tradicional – que são mais realistas do que o rei no seu servilismo aos “companheiros” patrões – também atacaram a blogosfera. Nos jornais Folha, Estadão, Zero Hora e outros, eles revelaram certo rancor por terem perdido a exclusividade das coletivas. Merval Pereira, o “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL), e Carlos Alberto Sardenberg, o porta-voz dos agiotas na mídia rentista, chegaram a afirmar na rádio CBN, que também pertence ao império global, que os blogueiros são “vendidos” – o que levou Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, a sugerir a abertura de um processo por calúnia [2]. Em síntese, a velha mídia revelou todo o seu temor diante das novas mídias!
Como observou Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, a reação hidrófoba da chamada grande imprensa confirmou que todas as armas serão utilizadas para atemorizar e sufocar a nascente blogosfera brasileira. “Trata-se de uma Operação para intimidar aqueles que nos últimos anos - ainda que de forma limitada - criaram um contraponto ao poder da velha mídia. Os barões da imprensa velhaca não se conformam com o fato de meia dúzia de blogueiros ‘sujos’ oferecerem outra narrativa ao Brasil. A Globo, a Abril e a Folha seguem a ter imenso poder. Mas já não falam sozinhas. Seria bom que soubessem: com essa tentativa de cerco, em vez de intimidar, vão mobilizar ainda mais blogueiros e internautas” [3].
Com a mesma postura altiva, Conceição Lemes, do Viomundo, respondeu diretamente aos leitores às provocações da famiglia Marinho [4]; Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, detonou o “Manual Globo da Entrevista Picareta” [5]; Miguel do Rosário, do Cafezinho, ironizou o fato do maior império midiático do país ter levado a blogosfera “ao centro do palco” [6]; Fernando Brito, do Tijolaço, explicou as razões dos “grandes jornais espumarem de ódio contra a entrevista de Lula” [7]; e Marco Aurélio Weissheimer, do site Carta Maior, destacou os principais pontos da coletiva [8]. A enorme repercussão da entrevista e a histeria da mídia só confirmaram a força crescente da “blogosfera progressista” no Brasil.
O barulho dos “blogs sujos”
Acompanhando as inovações mundiais da internet, os blogs brasileiros ganharam musculatura nos últimos dez anos. Ainda há poucos estudos, inclusive na academia, sobre este fenômeno recente. No boom da blogosfera, que trata de vários temas e com diferentes abordagens, surgiram os blogs mais politizados, sem vínculos com as corporações midiáticas e que fazem o contraponto às suas distorções. Na tese de doutorado para a Fundação Getúlio Vargas, o pesquisador Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly registra que “o surgimento da blogosfera política no Brasil, caracterizada pela divergência com relação ao posicionamento de grande parte da mídia tradicional, ocorreu ao longo da década de 2000” [9].
Segundo o autor, o primeiro blog do chamado “campo progressista” foi o Viomundo, criado por Luiz Carlos Azenha em 2003. Em 2005 nascem os blogs de Renato Rovai e Antônio Mello; Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, e o blog de Luis Nassif aparecem em 2006; no ano seguinte surge o Blog da Cidadania, criado por Eduardo Guimarães, que também funda o “Movimento dos Sem Mídia” (MSM); já o blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, nasce em 2008. Neste período, por todos os cantos do país – nas capitais e também em importantes cidades do interior – brotam centenas de páginas pessoais que se contrapõem às forças políticas conservadoras e que polemizam com a mídia tradicional.
Muitos jornalistas, descontentes com a cobertura enviesada da chamada grande imprensa, utilizam esta ferramenta para expor as suas posições criticas e independentes. Mas a blogosfera não se limita a este setor, permitindo que profissionais de diversas áreas exponham seus pontos de vista sobre variados temas. A maioria dos blogs ainda é produzida de forma amadora, na cara e na coragem, sem recursos financeiros ou apoio logístico. Em função destes obstáculos, muitos não possuem atualização permanente, e outros sequer conseguem resistir durante muito tempo. Mesmo assim, eles vão se constituído numa rede horizontal, sem maior organicidade, mas com capacidade de interferir nos debates nacionais.
Esta força emerge já na disputa presidencial de 2006, que pode ser considerada o primeiro grande teste da blogosfera. Na época, os nascentes blogs denunciam a cobertura tendenciosa da velha imprensa, como descreve o livro “A mídia nas eleições de 2006”, organizado por Venício A. de Lima [10]. Mas é na campanha eleitoral de 2010 que a blogosfera se consolida como força influente no debate sobre os rumos políticos do Brasil [11]. Neste embate, a mídia hegemônica escancara sua “posição oposicionista”, conforme confessou a ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do Grupo Folha, Judith Brito. E os blogs, mais fortalecidos, batem recordes de acesso ao desmascarar suas manipulações [12].
Alguns episódios ficaram famosos nesta batalha. Num deles, a mídia partidarizada tentou montar uma farsa sobre um pretenso atentado contra o candidato das forças conservadoras, o tucano José Serra. Ele teria sido atingido por um petardo durante uma passeata no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, em 20 de outubro – na véspera do segundo turno do pleito presidencial. A TV Globo chegou a acionar um “perito” para analisar o suposto atentado terrorista e noticiou que o candidato do PSDB fez até uma tomografia. De imediato, a blogosfera e as redes sociais denunciaram a montagem, revelando que o tucano fora alvo de uma “bolinha de papel”, o que tornou a farsa motivo de piada.
Antes disto, em 14 de setembro, a esposa do tucano, Mônica Serra, numa caminhada em Nova Iguaçu (RJ), tentou convencer o ambulante Edgar da Silva, de 73 anos, a não votar na petista Dilma Rousseff. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, esbravejou. O seu discurso preconceituoso foi amplificado pela mídia, mas não resistiu à força da internet. Pelo Facebook, a artista Sheila Ribeiro, ex-aluna de balé da tucana, desmontou a sua encenação. “Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre aborto, sobre seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto”, escreveu, constrangendo as forças da direita e a sua mídia.
Outros episódios patéticos, como o da falsa ficha policial da “terrorista” Dilma Rousseff que a Folha de S.Paulo estampou na capa, também foram alvo da intensa guerrilha na internet. No livro Crime de imprensa, os jornalistas Palmério Dória e Mylton Severiano detalham as várias tentativas da manipulação do eleitorado e demonstram a importância que a blogosfera e as redes sociais tiveram nesta batalha [13]. Já no livro A ditadura continuada, Jakson Ferreira de Alencar mostra como a internet foi decisiva para desmontar os “factoides e o partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff” [14]. Estas e outras análises comprovam que 2010 foi realmente o ano da consolidação da blogosfera progressista no Brasil.
Este avanço foi reconhecido, meio a contragosto, pelo próprio José Serra durante um seminário da Associação Nacional dos Jornais, em julho de 2010. Diante dos donos dos jornalões, o tucano explicitou o seu ódio à blogosfera e cunhou o termo “blogs sujos” – rótulo que foi imediatamente adotado pelos irreverentes ativistas digitais. Em editoriais e comentários na tevê, velha mídia também intensificou seus ataques à nova mídia. Já em novembro do mesmo ano, o presidente Lula concedeu a primeira entrevista coletiva a onze blogueiros, em pleno Palácio do Planalto, o que reforçou a legitimidade deste jovem movimento e gerou histérica crítica da chamada grande imprensa – similar à ocorrida em abril de 2014 [15].
Origem e evolução do BlogProg
É neste contexto de fortalecimento da blogosfera que surge a ideia da realização de um encontro de ativistas digitais. A proposta foi apresentada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha durante a assembleia de fundação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, ocorrida em 14 de maio de 2010 na sede do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Preocupado com a nítida e agressiva partidarização da imprensa tradicional na campanha eleitoral, ele propôs um “encontro presencial dos ativistas que se contrapõem às manipulações da mídia e que só se conhecem no mundo virtual”. Num gesto de ousadia, a proposta foi acatada por consenso e o encontro foi marcado para três meses depois.
Aos poucos, este movimento horizontal foi sendo batizado de “blogosfera progressista” sem qualquer decisão formal. Na linguagem instantânea da internet, ele também passou a ser chamado de BlogProg. Na base da militância voluntária e sem maiores estruturas, o 1º Encontro Nacional dos Blogueiros ocorreu nos dias 20, 21 e 22 de agosto, em São Paulo, e reuniu 330 pessoas de 19 estados da federação. Entre os participantes, militantes de distintos partidos políticos e, na maioria, ativistas em vínculos partidários. Num universo plural, dois pontos garantiram a unidade do movimento: a denúncia do “terrorismo midiático” nas eleições e a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.
Esta unidade na diversidade é que garantiu a continuidade do movimento, com a formação de uma comissão nacional organizadora e a decisão de enraizar o BlogProg nos estados. Em 2011 ocorreram 14 encontros estaduais e vários eventos regionais, que culminaram com a realização do II Encontro Nacional dos Blogueiros, nos dias 17, 18 e 19 de junho, em Brasília, com a presença de 369 ativistas de 21 estados. Passada a refrega eleitoral, três pontos garantiram a unidade do movimento: a luta pela liberdade de expressão, contra as tentativas de cerceamento da blogosfera e por uma lei democrática da mídia. Prova da legitimidade conquistada, o evento teve a participação do ex-presidente Lula.
Em outra decisão ousada, o II BlogProg aprovou a realização de um encontro mundial para refletir sobre o impacto do ativismo digital em vários países – como na Primavera Árabe, na revolta dos indignados da Espanha e no Occupy Wall Street dos EUA. Inédito no planeta, o evento ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2011, em Foz do Iguaçu (PR), e reuniu 468 ativistas digitais de 23 países e 17 estados brasileiros. Ele serviu para evidenciar o poder mobilizador das redes sociais, que se tornaram um palco decisivo da luta de ideias na atualidade. Os relatos dos vários países reforçaram a necessidade do fortalecimento da original iniciativa brasileira e destacaram o mérito da construção da unidade na diversidade.
Já o III Encontro Nacional de Blogueiros ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2012, em Salvador (BA). Com alguns problemas de estrutura, ele reuniu 292 ativistas digitais de 18 estados. Três temas concentraram as atenções dos presentes: a luta por um novo marco regulatório da mídia, que foi sintetizada na frase “Nada além da Constituição”, proferida pelo ex-ministro Franklin Martins; a campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet, que teve seu ponto alto na audiência pública organizada pela Câmara dos Deputados em pleno evento; e a denúncia do aumento da perseguição, da violência e da censura contra a blogosfera. Todos estes encontros firmaram o BlogProg e sinalizaram os desafios para futuro.
Unidos, mas nem tanto!
Na prática, a chamada blogosfera progressista é um movimento em rede, horizontal, sem qualquer estrutura verticalizada e hierarquizada, e que reúne opiniões bem diversificadas. Na maioria dos temas mais candentes da política nacional e internacional, os blogueiros expressam posições divergentes e até antagônicas. Prova disto foi a sua divisão na leitura sobre a chamada “jornada de junho”, a onda de protestos que agitou o país em meados de 2013 e que teve como poderosa alavanca as redes sociais. O segredo da sua existência reside no esforço permanente, complexo e difícil para construir a unidade na diversidade. Daí a conclusão de que os blogueiros e as blogueiras estão unidos, mas nem tanto...
A denúncia das manipulações da mídia monopolizada e a luta pela regulação democrática dos meios de comunicação são os dois pontos que, até agora, garantiram a coesão deste movimento e seu crescente protagonismo na luta de ideias no país. Outros temas, porém, ganham relevância. Com o florescimento dos blogs, eles viraram alvo de perseguição – seja do prefeito irritado com as críticas, das empresas denunciadas nas suas irregularidades ou dos monopólios midiáticos, incomodados com a perda do monopólio da palavra. Além das ameaças físicas – e inclusive de assassinatos -, está em curso no Brasil um processo de judicialização da censura, com vários blogueiros sendo vítimas de processo na Justiça [16].
A defesa da verdadeira liberdade de expressão – que não se confunde com a falsa “liberdade de imprensa” dos monopólios midiáticos – é hoje uma bandeira que une a blogosfera. Esta preocupação resultou na criação do “Mapa da violência contra a blogosfera”, uma iniciativa conjunta da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos Barão de Itararé, que cadastra os casos de ameaças, agressões e processos judiciais contra ativistas digitais para denunciá-los em fóruns nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos. Isto explica também porque o movimento aderiu à campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet com os seus princípios básicos – neutralidade, privacidade e liberdade de expressão.
Além destes temas, a blogosfera tem procurado os caminhos para alavancar a sua ação. Apesar da gritaria dos barões da mídia, que abocanham anualmente R$ 4 bilhões em publicidade dos governos federal, estaduais e municipais, parte da blogosfera entende que estas verbas públicas devem ser descentralizadas e democratizadas, servindo de estímulo à pluralidade e à diversidade informativa. Na busca pela profissionalização, que permita maior produção de conteúdo próprio, vários blogs realizam campanhas de sustentação financeira. Mas estas e outras iniciativas, debatidas nos quatro encontros citados, ainda não deram os resultados desejados e a blogs seguem como uma militância voluntária - virtual.
Mesmo com estas e outras dificuldades, a blogosfera progressista não se acomoda e nem se intimida. Ela sabe, como ensina o professor Dênis de Moraes, que “a internet se apresenta como mais uma arena de lutas e disputas pela hegemonia no interior da sociedade civil” e que ela já obteve expressivos avanços “na comunicação contra-hegemônica em rede”, o que não permite alimentar falsas ilusões [17]. Ela tem noção, como teoriza outro intelectual orgânico desta frente estratégica da luta de classes na atualidade, Venício A.de Lima, que “a grande mídia tradicional, por óbvio, continua relevante, mas não tem mais nem de longe a importância na formação da opinião pública a ela atribuída em passado recente” [18].
A blogosfera progressista, com suas divergências e dificuldades, tem um grande futuro pela frente!
Notas
1- “Macartismo comercial: Globo intimida anunciantes da Fórum”. Por Renato Rovai, na revista Fórum, 17 de abril de 2014.
2- “Merval e Sardenberg caluniam Blogueiros que entrevistaram Lula”. Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania, 11 de abril de 2014.
3- “Globo, que não mostrou o DARF, tenta intimidar blogueiros”. Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador, 14 de abril de 2014.
4- “Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo”. Por Conceição Lemes, no blog Viomundo, 16 de abril de 2014.
5- “Jornalismo macartista e Manual da Globo da Entrevista Picareta”. Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo, 18 de abril de 2014.
6- “A Globo e a entrevista dos camaradas”. Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho, 17 de abril de 2014.
7- “Os ‘jornalões’ e os ‘bloguinhos’ com Lula. Ou como dói deixar o entrevistado falar”. Por Fernando Brito, no blog Tijolaço, 10 de abril de 2014.
8- “Lula reafirma que Dilma é a candidata e pede Constituinte Exclusiva para Reforma Política”. Por Marco Aurélio Weissheimer, no site Carta Maior, 8 de abril de 2014.
9- Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly. “Blogosfera, estratégias de subversão e campo da comunicação no Brasil: uma análise do movimento dos blogueiros progressistas sob uma perspectiva de estudos organizacionais”. Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2014.
10- Venício A. de Lima (org.). “A mídia nas eleições de 2006”. Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2007.
11- Celia Maria Boregas. “A esperança de vencer o midiático: A militância de base em redes de contrainformação numa campanha majoritária”. Universidade de São Paulo (USP), 2012; Jéferson Andreu Knecht. “A blogosfera ‘progressista’ contra a ‘grande mídia’ na cobertura do ‘escândalo dos dossiês’ durante as eleições presidenciais de 2010”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011;
12- Rafael de Paula Aguiar Araújo, Claudio Luis de Camargo Penteado e Marcelo Burgos Pimentel dos Santos. “Informação e contrainformação: O papel dos blogs no debate político das eleições presidenciais de 2010”. IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública. Belo Horizonte, 2011.
13- Palmério Dória e Mylton Severiano. “Crime de imprensa: Um retrato da mídia brasileira murdoquizada”. Plena Editorial, São Paulo, 2011.
14- Jakson Ferreira de Alencar. “A ditadura continuada”. Editora Paulus, São Paulo, 2012.
15- “Mais uma tentativa de assassinato de reputação”. Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo, 18 de abril de 2014.
16- “Fui processado; o que eu faço?”. Publicação da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. São Paulo, 2013.
17- Dênis de Moraes. “A batalha da mídia”. Editora Pão e Rosas, Rio de Janeiro, 2009.
18- Venício A. de Lima. “Políticas de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010)”. Editora Publisher, São Paulo, 2012.
* Versão adaptada do terceiro capítulo do livro "Blogueiros, uní-vos (mas nem tanto..)", de Felipe Bianchi e Altamiro Borges. Editado em maio de 2014 pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
A entrevista concedida pelo ex-presidente Lula a nove blogueiros, em abril de 2014, é mais uma prova de que a blogosfera incomoda – e muito – os barões da mídia. Os seus impérios continuam intactos, graças à postura omissa dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, porém eles já não detêm mais o monopólio da palavra. Outras vozes se levantam, aproveitando-se da brecha tecnológica aberta pela internet, para desafiar o pensamento único autoritário e manipulador da ditadura midiática. Após a coletiva exclusiva, a quase totalidade dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão tentou desqualificar os entrevistadores, rotulando-os de “jornalistas chapa-branca” e de outros adjetivos.
O jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, foi o que mais destilou ódio. Uma operação macartista foi montada para perseguir e triturar os blogueiros. Numa matéria de página inteira, o diário insinuou que a entrevista foi feita sob encomenda pelos “camaradas de Lula”. Uma enquete policialesca foi enviada para acuar os participantes da coletiva. Os que a responderam ainda tiveram suas declarações deturpadas. No caso mais grotesco, os serviçais das Organizações Globo – dona da emissora de tevê que recebeu quase R$ 6 bilhões em publicidade do governo federal nos últimos doze anos – ainda tentaram intimidar os anunciantes da revista Fórum, editada por Renato Rovai, um dos presentes na entrevista [1].
Vários “calunistas” da mídia tradicional – que são mais realistas do que o rei no seu servilismo aos “companheiros” patrões – também atacaram a blogosfera. Nos jornais Folha, Estadão, Zero Hora e outros, eles revelaram certo rancor por terem perdido a exclusividade das coletivas. Merval Pereira, o “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL), e Carlos Alberto Sardenberg, o porta-voz dos agiotas na mídia rentista, chegaram a afirmar na rádio CBN, que também pertence ao império global, que os blogueiros são “vendidos” – o que levou Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, a sugerir a abertura de um processo por calúnia [2]. Em síntese, a velha mídia revelou todo o seu temor diante das novas mídias!
Como observou Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, a reação hidrófoba da chamada grande imprensa confirmou que todas as armas serão utilizadas para atemorizar e sufocar a nascente blogosfera brasileira. “Trata-se de uma Operação para intimidar aqueles que nos últimos anos - ainda que de forma limitada - criaram um contraponto ao poder da velha mídia. Os barões da imprensa velhaca não se conformam com o fato de meia dúzia de blogueiros ‘sujos’ oferecerem outra narrativa ao Brasil. A Globo, a Abril e a Folha seguem a ter imenso poder. Mas já não falam sozinhas. Seria bom que soubessem: com essa tentativa de cerco, em vez de intimidar, vão mobilizar ainda mais blogueiros e internautas” [3].
Com a mesma postura altiva, Conceição Lemes, do Viomundo, respondeu diretamente aos leitores às provocações da famiglia Marinho [4]; Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, detonou o “Manual Globo da Entrevista Picareta” [5]; Miguel do Rosário, do Cafezinho, ironizou o fato do maior império midiático do país ter levado a blogosfera “ao centro do palco” [6]; Fernando Brito, do Tijolaço, explicou as razões dos “grandes jornais espumarem de ódio contra a entrevista de Lula” [7]; e Marco Aurélio Weissheimer, do site Carta Maior, destacou os principais pontos da coletiva [8]. A enorme repercussão da entrevista e a histeria da mídia só confirmaram a força crescente da “blogosfera progressista” no Brasil.
O barulho dos “blogs sujos”
Acompanhando as inovações mundiais da internet, os blogs brasileiros ganharam musculatura nos últimos dez anos. Ainda há poucos estudos, inclusive na academia, sobre este fenômeno recente. No boom da blogosfera, que trata de vários temas e com diferentes abordagens, surgiram os blogs mais politizados, sem vínculos com as corporações midiáticas e que fazem o contraponto às suas distorções. Na tese de doutorado para a Fundação Getúlio Vargas, o pesquisador Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly registra que “o surgimento da blogosfera política no Brasil, caracterizada pela divergência com relação ao posicionamento de grande parte da mídia tradicional, ocorreu ao longo da década de 2000” [9].
Segundo o autor, o primeiro blog do chamado “campo progressista” foi o Viomundo, criado por Luiz Carlos Azenha em 2003. Em 2005 nascem os blogs de Renato Rovai e Antônio Mello; Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, e o blog de Luis Nassif aparecem em 2006; no ano seguinte surge o Blog da Cidadania, criado por Eduardo Guimarães, que também funda o “Movimento dos Sem Mídia” (MSM); já o blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, nasce em 2008. Neste período, por todos os cantos do país – nas capitais e também em importantes cidades do interior – brotam centenas de páginas pessoais que se contrapõem às forças políticas conservadoras e que polemizam com a mídia tradicional.
Muitos jornalistas, descontentes com a cobertura enviesada da chamada grande imprensa, utilizam esta ferramenta para expor as suas posições criticas e independentes. Mas a blogosfera não se limita a este setor, permitindo que profissionais de diversas áreas exponham seus pontos de vista sobre variados temas. A maioria dos blogs ainda é produzida de forma amadora, na cara e na coragem, sem recursos financeiros ou apoio logístico. Em função destes obstáculos, muitos não possuem atualização permanente, e outros sequer conseguem resistir durante muito tempo. Mesmo assim, eles vão se constituído numa rede horizontal, sem maior organicidade, mas com capacidade de interferir nos debates nacionais.
Esta força emerge já na disputa presidencial de 2006, que pode ser considerada o primeiro grande teste da blogosfera. Na época, os nascentes blogs denunciam a cobertura tendenciosa da velha imprensa, como descreve o livro “A mídia nas eleições de 2006”, organizado por Venício A. de Lima [10]. Mas é na campanha eleitoral de 2010 que a blogosfera se consolida como força influente no debate sobre os rumos políticos do Brasil [11]. Neste embate, a mídia hegemônica escancara sua “posição oposicionista”, conforme confessou a ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do Grupo Folha, Judith Brito. E os blogs, mais fortalecidos, batem recordes de acesso ao desmascarar suas manipulações [12].
Alguns episódios ficaram famosos nesta batalha. Num deles, a mídia partidarizada tentou montar uma farsa sobre um pretenso atentado contra o candidato das forças conservadoras, o tucano José Serra. Ele teria sido atingido por um petardo durante uma passeata no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, em 20 de outubro – na véspera do segundo turno do pleito presidencial. A TV Globo chegou a acionar um “perito” para analisar o suposto atentado terrorista e noticiou que o candidato do PSDB fez até uma tomografia. De imediato, a blogosfera e as redes sociais denunciaram a montagem, revelando que o tucano fora alvo de uma “bolinha de papel”, o que tornou a farsa motivo de piada.
Antes disto, em 14 de setembro, a esposa do tucano, Mônica Serra, numa caminhada em Nova Iguaçu (RJ), tentou convencer o ambulante Edgar da Silva, de 73 anos, a não votar na petista Dilma Rousseff. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, esbravejou. O seu discurso preconceituoso foi amplificado pela mídia, mas não resistiu à força da internet. Pelo Facebook, a artista Sheila Ribeiro, ex-aluna de balé da tucana, desmontou a sua encenação. “Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre aborto, sobre seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto”, escreveu, constrangendo as forças da direita e a sua mídia.
Outros episódios patéticos, como o da falsa ficha policial da “terrorista” Dilma Rousseff que a Folha de S.Paulo estampou na capa, também foram alvo da intensa guerrilha na internet. No livro Crime de imprensa, os jornalistas Palmério Dória e Mylton Severiano detalham as várias tentativas da manipulação do eleitorado e demonstram a importância que a blogosfera e as redes sociais tiveram nesta batalha [13]. Já no livro A ditadura continuada, Jakson Ferreira de Alencar mostra como a internet foi decisiva para desmontar os “factoides e o partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff” [14]. Estas e outras análises comprovam que 2010 foi realmente o ano da consolidação da blogosfera progressista no Brasil.
Este avanço foi reconhecido, meio a contragosto, pelo próprio José Serra durante um seminário da Associação Nacional dos Jornais, em julho de 2010. Diante dos donos dos jornalões, o tucano explicitou o seu ódio à blogosfera e cunhou o termo “blogs sujos” – rótulo que foi imediatamente adotado pelos irreverentes ativistas digitais. Em editoriais e comentários na tevê, velha mídia também intensificou seus ataques à nova mídia. Já em novembro do mesmo ano, o presidente Lula concedeu a primeira entrevista coletiva a onze blogueiros, em pleno Palácio do Planalto, o que reforçou a legitimidade deste jovem movimento e gerou histérica crítica da chamada grande imprensa – similar à ocorrida em abril de 2014 [15].
Origem e evolução do BlogProg
É neste contexto de fortalecimento da blogosfera que surge a ideia da realização de um encontro de ativistas digitais. A proposta foi apresentada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha durante a assembleia de fundação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, ocorrida em 14 de maio de 2010 na sede do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Preocupado com a nítida e agressiva partidarização da imprensa tradicional na campanha eleitoral, ele propôs um “encontro presencial dos ativistas que se contrapõem às manipulações da mídia e que só se conhecem no mundo virtual”. Num gesto de ousadia, a proposta foi acatada por consenso e o encontro foi marcado para três meses depois.
Aos poucos, este movimento horizontal foi sendo batizado de “blogosfera progressista” sem qualquer decisão formal. Na linguagem instantânea da internet, ele também passou a ser chamado de BlogProg. Na base da militância voluntária e sem maiores estruturas, o 1º Encontro Nacional dos Blogueiros ocorreu nos dias 20, 21 e 22 de agosto, em São Paulo, e reuniu 330 pessoas de 19 estados da federação. Entre os participantes, militantes de distintos partidos políticos e, na maioria, ativistas em vínculos partidários. Num universo plural, dois pontos garantiram a unidade do movimento: a denúncia do “terrorismo midiático” nas eleições e a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.
Esta unidade na diversidade é que garantiu a continuidade do movimento, com a formação de uma comissão nacional organizadora e a decisão de enraizar o BlogProg nos estados. Em 2011 ocorreram 14 encontros estaduais e vários eventos regionais, que culminaram com a realização do II Encontro Nacional dos Blogueiros, nos dias 17, 18 e 19 de junho, em Brasília, com a presença de 369 ativistas de 21 estados. Passada a refrega eleitoral, três pontos garantiram a unidade do movimento: a luta pela liberdade de expressão, contra as tentativas de cerceamento da blogosfera e por uma lei democrática da mídia. Prova da legitimidade conquistada, o evento teve a participação do ex-presidente Lula.
Em outra decisão ousada, o II BlogProg aprovou a realização de um encontro mundial para refletir sobre o impacto do ativismo digital em vários países – como na Primavera Árabe, na revolta dos indignados da Espanha e no Occupy Wall Street dos EUA. Inédito no planeta, o evento ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2011, em Foz do Iguaçu (PR), e reuniu 468 ativistas digitais de 23 países e 17 estados brasileiros. Ele serviu para evidenciar o poder mobilizador das redes sociais, que se tornaram um palco decisivo da luta de ideias na atualidade. Os relatos dos vários países reforçaram a necessidade do fortalecimento da original iniciativa brasileira e destacaram o mérito da construção da unidade na diversidade.
Já o III Encontro Nacional de Blogueiros ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2012, em Salvador (BA). Com alguns problemas de estrutura, ele reuniu 292 ativistas digitais de 18 estados. Três temas concentraram as atenções dos presentes: a luta por um novo marco regulatório da mídia, que foi sintetizada na frase “Nada além da Constituição”, proferida pelo ex-ministro Franklin Martins; a campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet, que teve seu ponto alto na audiência pública organizada pela Câmara dos Deputados em pleno evento; e a denúncia do aumento da perseguição, da violência e da censura contra a blogosfera. Todos estes encontros firmaram o BlogProg e sinalizaram os desafios para futuro.
Unidos, mas nem tanto!
Na prática, a chamada blogosfera progressista é um movimento em rede, horizontal, sem qualquer estrutura verticalizada e hierarquizada, e que reúne opiniões bem diversificadas. Na maioria dos temas mais candentes da política nacional e internacional, os blogueiros expressam posições divergentes e até antagônicas. Prova disto foi a sua divisão na leitura sobre a chamada “jornada de junho”, a onda de protestos que agitou o país em meados de 2013 e que teve como poderosa alavanca as redes sociais. O segredo da sua existência reside no esforço permanente, complexo e difícil para construir a unidade na diversidade. Daí a conclusão de que os blogueiros e as blogueiras estão unidos, mas nem tanto...
A denúncia das manipulações da mídia monopolizada e a luta pela regulação democrática dos meios de comunicação são os dois pontos que, até agora, garantiram a coesão deste movimento e seu crescente protagonismo na luta de ideias no país. Outros temas, porém, ganham relevância. Com o florescimento dos blogs, eles viraram alvo de perseguição – seja do prefeito irritado com as críticas, das empresas denunciadas nas suas irregularidades ou dos monopólios midiáticos, incomodados com a perda do monopólio da palavra. Além das ameaças físicas – e inclusive de assassinatos -, está em curso no Brasil um processo de judicialização da censura, com vários blogueiros sendo vítimas de processo na Justiça [16].
A defesa da verdadeira liberdade de expressão – que não se confunde com a falsa “liberdade de imprensa” dos monopólios midiáticos – é hoje uma bandeira que une a blogosfera. Esta preocupação resultou na criação do “Mapa da violência contra a blogosfera”, uma iniciativa conjunta da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos Barão de Itararé, que cadastra os casos de ameaças, agressões e processos judiciais contra ativistas digitais para denunciá-los em fóruns nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos. Isto explica também porque o movimento aderiu à campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet com os seus princípios básicos – neutralidade, privacidade e liberdade de expressão.
Além destes temas, a blogosfera tem procurado os caminhos para alavancar a sua ação. Apesar da gritaria dos barões da mídia, que abocanham anualmente R$ 4 bilhões em publicidade dos governos federal, estaduais e municipais, parte da blogosfera entende que estas verbas públicas devem ser descentralizadas e democratizadas, servindo de estímulo à pluralidade e à diversidade informativa. Na busca pela profissionalização, que permita maior produção de conteúdo próprio, vários blogs realizam campanhas de sustentação financeira. Mas estas e outras iniciativas, debatidas nos quatro encontros citados, ainda não deram os resultados desejados e a blogs seguem como uma militância voluntária - virtual.
Mesmo com estas e outras dificuldades, a blogosfera progressista não se acomoda e nem se intimida. Ela sabe, como ensina o professor Dênis de Moraes, que “a internet se apresenta como mais uma arena de lutas e disputas pela hegemonia no interior da sociedade civil” e que ela já obteve expressivos avanços “na comunicação contra-hegemônica em rede”, o que não permite alimentar falsas ilusões [17]. Ela tem noção, como teoriza outro intelectual orgânico desta frente estratégica da luta de classes na atualidade, Venício A.de Lima, que “a grande mídia tradicional, por óbvio, continua relevante, mas não tem mais nem de longe a importância na formação da opinião pública a ela atribuída em passado recente” [18].
A blogosfera progressista, com suas divergências e dificuldades, tem um grande futuro pela frente!
Notas
1- “Macartismo comercial: Globo intimida anunciantes da Fórum”. Por Renato Rovai, na revista Fórum, 17 de abril de 2014.
2- “Merval e Sardenberg caluniam Blogueiros que entrevistaram Lula”. Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania, 11 de abril de 2014.
3- “Globo, que não mostrou o DARF, tenta intimidar blogueiros”. Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador, 14 de abril de 2014.
4- “Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo”. Por Conceição Lemes, no blog Viomundo, 16 de abril de 2014.
5- “Jornalismo macartista e Manual da Globo da Entrevista Picareta”. Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo, 18 de abril de 2014.
6- “A Globo e a entrevista dos camaradas”. Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho, 17 de abril de 2014.
7- “Os ‘jornalões’ e os ‘bloguinhos’ com Lula. Ou como dói deixar o entrevistado falar”. Por Fernando Brito, no blog Tijolaço, 10 de abril de 2014.
8- “Lula reafirma que Dilma é a candidata e pede Constituinte Exclusiva para Reforma Política”. Por Marco Aurélio Weissheimer, no site Carta Maior, 8 de abril de 2014.
9- Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly. “Blogosfera, estratégias de subversão e campo da comunicação no Brasil: uma análise do movimento dos blogueiros progressistas sob uma perspectiva de estudos organizacionais”. Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2014.
10- Venício A. de Lima (org.). “A mídia nas eleições de 2006”. Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2007.
11- Celia Maria Boregas. “A esperança de vencer o midiático: A militância de base em redes de contrainformação numa campanha majoritária”. Universidade de São Paulo (USP), 2012; Jéferson Andreu Knecht. “A blogosfera ‘progressista’ contra a ‘grande mídia’ na cobertura do ‘escândalo dos dossiês’ durante as eleições presidenciais de 2010”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011;
12- Rafael de Paula Aguiar Araújo, Claudio Luis de Camargo Penteado e Marcelo Burgos Pimentel dos Santos. “Informação e contrainformação: O papel dos blogs no debate político das eleições presidenciais de 2010”. IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública. Belo Horizonte, 2011.
13- Palmério Dória e Mylton Severiano. “Crime de imprensa: Um retrato da mídia brasileira murdoquizada”. Plena Editorial, São Paulo, 2011.
14- Jakson Ferreira de Alencar. “A ditadura continuada”. Editora Paulus, São Paulo, 2012.
15- “Mais uma tentativa de assassinato de reputação”. Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo, 18 de abril de 2014.
16- “Fui processado; o que eu faço?”. Publicação da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. São Paulo, 2013.
17- Dênis de Moraes. “A batalha da mídia”. Editora Pão e Rosas, Rio de Janeiro, 2009.
18- Venício A. de Lima. “Políticas de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010)”. Editora Publisher, São Paulo, 2012.
* Versão adaptada do terceiro capítulo do livro "Blogueiros, uní-vos (mas nem tanto..)", de Felipe Bianchi e Altamiro Borges. Editado em maio de 2014 pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
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Leia também:
Miro, gotaria de deixar registrado que antes da blogosfera, tínhamos os sites de Mídia Alternativa, Adital e Alainet, Correio da Cidadania, La Insígnia, e Rebelion.
ResponderExcluirJa lia artigos seus nesses Sites no final da década de 90.
Abs, Heitor