O ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, sempre tão cordato e “republicano” diante da imprensa oposicionista, passou a ser alvo de ataques midiáticos nos últimos dias. De nada adiantou sua afável entrevista na semana passada à revista “Veja” – aquela que a própria presidenta Dilma chamou de “criminosa” durante a campanha eleitoral de outubro passado. Seus supostos “amigos” nas redações agora exigem sua cabeça – no que contam com o apoio do carrasco Joaquim Barbosa, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do bombardeio, em especial da Veja, o ministro decidiu finalmente reagir. Ele até podia aproveitar a momentânea valentia para processar o pasquim da falida e decadente famiglia Civita!
Em nota oficial divulgada neste sábado (21), o Ministério da Justiça contesta as “inverdades” publicadas na edição da “Veja” desta semana. O tom da nota é até surpreendentemente duro, o que sinaliza que a relação amigável entre o ministro e os editores da revista da marginal foi abalada. Depois do crime obrado pela “Veja” na disputa eleitoral do ano passado, que interferiu diretamente no voto de milhões de brasileiros, a própria presidenta Dilma decidiu endurecer o jogo. Ela ocupou três minutos do último programa em rede de rádio e televisão para desmascarar a revista do esgoto e anunciou que processaria os “criminosos”. Sem maior alarde, a publicidade oficial nas páginas da “Veja” sumiu nas últimas semanas.
José Eduardo Cardozo poderia seguir a mesma linha de enfrentamento, sem alimentar mais falsas ilusões sobre o “jornalismo isento” da famiglia Civita. Na nota, o Ministério da Justiça até anuncia que as pessoas que vazaram boatos à revista “serão processadas civil e criminalmente”. Mas não seria o caso de processar o veículo que difundiu as mentiras? Fica a sugestão, mesmo duvidando que isto ocorra. Abaixo a íntegra da nota:
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Nota oficial do Ministério da Justiça
Brasília, 21/2/15 - Em face das inverdades noticiadas na matéria “O que ele sabe é dinamite pura” publicada na edição de hoje da revista Veja, o Ministério da Justiça esclarece que:
1- É mentirosa a versão veiculada pela segunda vez pela revista Veja de que o ministro José Eduardo Cardozo tenha se reunido com o advogado da UTC Sergio Renault para tratar das investigações da Operação Lava Jato ou discutido a conveniência de um acordo de delação premiada por parte do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
2- O Ministro da Justiça sempre garantiu a plena autonomia das investigações realizadas pela Polícia Federal, não admitindo qualquer interferência indevida na sua condução. O mesmo tem acontecido na operação “Lava Jato”, onde várias delações premiadas já foram realizadas sem que tivesse ocorrido qualquer tentativa de obstá-las.
3. A versão veiculada na matéria ainda se mostra mais absurda quando ignora que o Ministro da Justiça não dispõe de instrumentos para impedir ou negociar vantagem de qualquer natureza para que uma delação premiada não se consume. Ele não tem poderes para determinar o fim de uma prisão, para impedir ou mitigar uma condenação ou para efetivar qualquer medida que pudesse oferecer vantagens a um investigado em troca do seu silêncio.
4 - É lamentável que, mais uma vez, a Veja se utilize de supostas declarações de um investigado, encaminhadas à revista por pessoas que se escondem no anonimato, para buscar atingir a imagem do Ministro e de membros do governo federal. Uma vez identificadas, essas pessoas serão processadas civil e criminalmente.
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Perfeita a indagação.
ResponderExcluirO Cardozo é outro sem coragem e que gosta das páginas amarelas da Veja.
Não se fazem homens públicos como antigamente.
Enfim uma reação desse Ministro...
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