Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
Milhares de pessoas lotaram hoje a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para pedir o impeachment de Dilma Rousseff.
A manifestação foi majoritariamente da classe média branca que vive na Zona Sul da cidade.
“Na nossa bandeira, não tem a cor vermelha”, cantavam.
Também foram ouvidos gritos de “o povo acordou”.
A música “Pra Não Dizei que não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, um clássico geralmente associado à esquerda, também foi utilizado durante a manifestação.
O movimento “Vem pra Rua”, que se diz apartidário, conduziu um carro de som que acompanhou a passeata. Uma oradora disse que “o primeiro objetivo de um tirano é dividir o povo entre vermelhos e azuis. Não sou azul, nem vermelha, sou brasileira”.
Houve ecos de 64 na manifestação, com menções a Hugo Chávez, a Cuba e a outros símbolos do que os manifestantes acreditavam representar o “perigo vermelho”.
Saindo de Copacabana, foram em direção ao Leme, recebendo adesões de moradores que desciam de seus apartamentos.
Um pequeno grupo pedia abertamente a intervenção militar, cantando hinos das Forças Armadas. Foram discretamente vaiados. Um manifestante solitário carregou a bandeira do movimento integralista, pedindo o fim dos partidos e dos sindicatos.
Os maiores alvos foram a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
“Fora Dilma” e “Lula na cadeia” foram repetidos durante todo o trajeto.
Análise de Igor Fellipe, do MST, sobre a cobertura da Globo: “A Globo está, claramente, convocando a população para os atos em todo o Brasil, criando um clima de comoção nacional contra a Dilma. Em todos os comerciais do Esporte Espetacular, faz um panorama nacional dos protestos, descreve as roupas usadas, músicas cantadas. Dá grande destaque para o local dos atos, trajetos e pontos finais”.
PS do Viomundo: A estratégia da direita ficou claríssima. Com a cobertura da Globo em todo o Brasil durante as primeiras horas da manhã, garantir uma megamanifestação em São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: